Páginas

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

2 DE NOVEMBRO DATA INTERNACIONAL DA JUSTIÇA PARA OS JORNALISTAS ASSASSINADOS

NOTA: A  GAZETA CENTRAL REPUDIA A  VIOLÊNCIA CONTRA  OS JORNALISTAS EM QUALQUER PAÍS  DO MUNDO




Nações Unidas chamam atenção para o número de jornalistas mortos nos últimos dez anos, que passa dos 700, e para o alto percentual, 90%, de impunidade dos casos de violência envolvendo esses profissionais

Organização das Nações Unidas (ONU) comemora neste domingo o primeiro Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. 

Mensagens do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e da diretora-geral da organização para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, foram divulgadas por ocasião da data, além da promoção, nos próximos dias, de um painel de alto nível com seminários, conferências e debates em diversos países.

Segundo a Unesco, a data foi instituída em dezembro de 2013 e marca o assassinato de dois jornalistas, Gislaine Dupont e Claude Verlon, no Mali, em 2 de novembro do ano passado. Com o objetivo de criar um ambiente seguro para o trabalho dos profissionais dos meios de comunicação em todo o mundo, a ONU tem desenvolvido, nos últimos anos, um plano de ação, com o apoio da comunidade internacional e da sociedade civil.

As Nações Unidas chamam atenção para o número de jornalistas mortos nos últimos dez anos, que passa dos 700, e para o alto percentual, 90%, de impunidade dos casos de violência envolvendo profissionais da mídia. Em sua mensagem, Ban Ki-monn alerta que 17 jornalistas iraquianos foram executados somente no ano passado.

“Muitos outros jornalistas e profissionais de mídia em todo o mundo sofrem intimidação, ameaças de morte e violência. Nove em cada dez casos permanecem impunes. Como resultado, os criminosos se sentem mais fortes. As pessoas ficam com medo de falar de corrupção, repressão política ou outras violações de direitos humanos. Isso tem que parar”, disse o secretário-geral, em vídeo disponibilizado no site da ONU e no facebook.

A linha de raciocínio de Ban Ki-moon, e o mote da campanha, é de que a imprensa livre faz parte de uma sociedade democrática, e que, por isso, além da denúncia de crimes contra os direitos humanos, o próprio trabalho dos jornalistas em si já deve ser preservado. “Ao acabar com a impunidade, poderemos aprofundar a liberdade de expressão e reforçar o diálogo. Nenhum jornalista, em nenhum lugar, deve ter que arriscar a vida para divulgar informações”, disse, convidando todos a lutarem por justiça e a defender os jornalistas.

JORNALISTA BRASILEIRA É CENSURADA PELO REGIME BOLIVARIANO E É DISPENSADA DA FOLHA DE SÃO PAULO

A mais recente onda de demissões que atinge a redação do jornal Folha de S. Paulo alcançou uma de suas principais colunistas, a jornalista Eliane Cantanhêde. Ela publicou mensagem no Twitter, na noite desta quinta-feira (6), informando o fato. "Amigos do Twitter, aviso geral: amanhã eu não escrevo mais a coluna na Folha. Foi bom enquanto durou", afirmou ela no seu Twitter.

Cantanhêde era a colunista da Folha mais alinhada ao PSDB, consequentemente sendo assim uma das jornalistas mais antipetistas da grande mídia. Sua má vontade com a presidente Dilma Rousseff era notória.
A Folha já demitiu cerca de 25 jornalistas nesta semana. Entre os demitidos estão os repórteres Flávia Marreiro, ex-correspondente do jornal em Caracas, Eduardo Ohata, de "Esportes"; Ana Krepp, de "Cotidiano"; Lívia Scatena, de "Gastronomia"; Euclides Santos Mendes, Editor do "Painel do Leitor"; Samy Charanek, pauteiro de "Cotidiano"; Gislaine Gutierre, "Ilustrada"; e Thiago Guimarães, coordenador adjunto da Agência Folha.
A Folha alega motivações econômicas. 
No Twitter, a saída de Cantanhêde tem gerado reações bem contrastantes. Há aqueles que comemoram e até sugerem que ela procure emprego na revista Veja ou "recontagem" do tempo de serviço, numa alusão ao pedido do PSDB de auditoria da eleição deste ano. Outros lamentam que a jornalista tenha deixado a Folha. 
O jornalista Ricardo Noblat comentou a notícia: "Por economia, a Folha de S. Paulo demitiu vários jornalistas. Eliane Cantanhede, a colunista mais lida, foi um deles.."
Em sua última publicação no jornal, ela falou sobre as dificuldades enfrentadas pela presidente Dilma. Curiosamente, o texto dela desta quinta foi intitulado "O último bastião". 
Abaixo na íntegra:
BRASÍLIA - Se eu fosse a presidente Dilma, acenderia dezenas de velas no Palácio da Alvorada para o emprego não começar a cair. Todos os indicadores econômicos, ladeira abaixo, ameaçam puxar também esse último bastião da campanha e do primeiro mandato de Dilma.
Nem o combate à miséria resistiu a esses quatros anos. Curiosamente atrasada, nos chega agora a notícia de que, pela primeira vez em dez anos, há uma interrupção na redução do total de miseráveis. O número caía ano a ano, mas passou a apresentar um leve movimento de alta. Os 10,08 milhões de brasileiros que em 2012 não tinham renda suficiente nem para uma cesta mínima de alimentos cresceram 3,7% e passaram a 10,45 milhões em 2013.
Trata-se de notícia oficial, de órgão oficial (Ipea), baseada em dados oficiais (do IBGE). Mas foi adiada para depois das eleições, sabe-se lá por quê. Ou será que a gente sabe? Em 2010, quando eram bons para Lula, os dados foram anunciados no meio das eleições. Em 2014, quando são ruins para Dilma, só são depois, e discretamente.
O quadro é o seguinte: estagnação da economia, alta dos juros, inflação no teto --ou acima do teto-- da meta, contas públicas no vermelho pela primeira vez em décadas, contas externas muito desfavoráveis ao Brasil, redução de importações de máquinas e equipamentos essenciais à indústria --que vem caindo.
Era óbvio, portanto, que o número de miseráveis pararia de cair, indicando que pode até subir. Como é óbvio que os empregos --que se seguram com os menos qualificados, que menos colaboram para o aumento da produtividade-- também deverão sofrer os efeitos dessa confluência nefasta na economia.
Depois de ouvir Lula longamente, Dilma defendeu nesta quarta (5) que é hora de todo mundo descer do palanque. É mesmo, tem toda razão, até porque ganhar a eleição já não foi fácil, mas corrigir rumos e tirar o país do buraco vai ser mais difícil ainda.