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18/12/2015
Manifestantes contrários à reorganização escolar pretendida pelo governo Alckmin deslocaram-se da praça Getúlio Vargas para o cruzamento das avenidas Tiradentes e Paulo Faccini, região central de Guarulhos, fechando o tráfego no sentido bairro.
Viaturas da Polícia Militar chegaram ao local e os policiais tentaram convencer os manifestantes a manter uma faixa livre para o trânsito de veículos, alegando o direito de ir e vir do cidadão. Em dado momento, começou a haver confronto.
O jornalista Jônatas Ferreira, do Click Guarulhos, que se dirigia para a casa viu a confusão. Desceu do coletivo e começou a registrar as cenas em vídeo.
Em seguida, por ser jovem, foi confundido com um estudante. Foi abordado por um policial e ao identificar-se como jornalista, apresentando a credencial, foi lhe dito que teria de seguir numa viatura, como testemunha do confronto, mesmo não tendo visto como teve início o tumulto.
Um policial teve seu rádio arrancado das mãos pelos manifestantes, que danificaram o aparelho. Outro manifestante teria tentado acertá-lo, girando uma câmera fotográfica pela alça.
Uma pedra de tamanho considerável foi atirada contra o policial, que ficou com o braço ferido. Uma viatura teve o vidro quebrado.
Manifestantes reclamam que a PM usou de violência para dissolver a manifestação, usando bombas de gás.
No episódio, quatro manifestantes maiores foram detidos e um menor apreendido.
Vários manifestantes concentraram-se em frente ao DP.
renato santos
gazeta central
No dia 04 de dezembro de 2015, a Justiça concedeu liminar que suspende a reestruturação da rede estadual de ensino em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), em caso de descumprimento, o governo terá de pagar multa de R$ 200 milhões. A decisão vale apenas para a cidade de Guarulhos e foi resultado de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público (MP). O governo paulista pode recorrer da decisão.
Na decisão de quinta-feira (3), o juiz Iberê de Castro Dias, da Vara da Infância e Juventude do município, afirmou que a proposta de implantar escolas de ciclo único causará uma "segregação dos alunos por idade", que "obrigará irmãos que estejam em 'ciclos' distintos a estudarem em escolas diversas". O magistrado também questiona os benefícios que a divisão trará à qualidade de ensino.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou no dia 23 de setembro uma nova organização da rede estadual de ensino paulista.
A ideia é a de que cada unidade escolar passe a oferecer aulas de apenas um dos ciclos da educação a partir do ano que vem. Com isso, 93 unidades serão fechadas e disponibilizadas para outros fins educacionais.
Ação em todo estado
Em uma outra ação, o MP e a Defensoria Publica pediram a suspensão da reorganização em todo o estado. A Justiça deu prazo de 72 horas para a Fazenda Pública do Estado de São Paulo para que se manifeste sobre as alegações do processo. Segundo a Promotoria, a ação a última medida adotada após diversas tentativas de diálogo com o governo.
O plano da reorganização escolar segue um “modelo não democrático”, segundo o promotor do Geduc João Paulo Faustinoni e Silva, porque não foi debatido com a sociedade e com universidades.
Na ação, com pedido de liminar, eles pedem que o plano de reorganização seja suspenso, que os alunos continuem na mesma escola em que estão, mas com a possibilidade de pedido de transferência para outras escolas, caso queiram, e que as escolas não sejam fechadas.
A ação também quer que a Secretaria da Educação apresente um calendário para um amplo debate, durante o ano de 2016, sobre a proposta. Eles consideram "não caber urgência de implementação do plano" que justifique a falta de debate. Por isso, a proposta de usar o ano de 2016 para discutir o assunto.
A defensora pública Mara da Mota Ferreira, do Núcleo Especializado da Infância e Juventude, disse que os "jovens estão dando uma lição de como deve ocorrer a formulação de políticas públicas".
O MP e a Defensoria disseram terem sido “pegos de surpresa” com o anúncio da reorganização para 2016 e pediram esclarecimentos para o governo paulista sobre o plano em outubro. O material foi apresentado em novembro ao MP.