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domingo, 24 de janeiro de 2016

A COISA TA FEIA A OMS ZIKA JÁ SE ESPALHOU EM 20 PAÍSES DAS AMÉRICAS , 10 NAÇÕES DA AFRICA, ÁSIA E PACÍFICO QUE MOSQUITO QUE VIAJA

A Organização Mundial da Saúde  (OMS), confirmou na última sexta-feira (22) que o vírus zika já se espalhou por 20 países das Américas e por 10 nações da África, Ásia e Pacífico.


A OMS ressalta que os maiores surtos ocorrem no Brasil e na Colômbia. Já foram registrados 3,8 mil casos de microcefalia no Brasil, com 49 mortes. Mas em Genebra, o porta-voz da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) foi claro: "a ligação entre zika e o aumento extremo dos casos de microcefalia no país ainda está sendo investigada".

Microcefalia
Segundo Christian Lindmeier, a doença pode ter várias origens, como uso de drogas, de tóxicos e até mesmo a síndrome de Down. Mas ele reconheceu "que o zika é provavelmente a razão mais forte para o aumento nos casos de microcefalia".

As equipes da OMS também avaliam a relação entre o surto de zika na Polinésia Francesa entre 2013 e 2014 e números de ataques no sistema nervoso central de vários pacientes.

A agência lembra que o zika é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, febre amarela e chikungunya. A OMS informa que a melhor medida de prevenção à picada é utilizar calças e camisas de manga comprida, repelente de inseto e dormir sob um mosquiteiro.

Restrição de Viagem
Até o momento, não foi emitida nenhuma restrição de viagem a países afetados pelo zika. O conselho da OMS às grávidas é para sempre consultarem seus médicos.

O porta-voz da agência também declarou que "muito sobre o zika ainda é desconhecido, já que os sintomas são moderados e o tratamento é fácil". Mas Christian Lindmeir foi claro: "se for provada a relação com a microcefalia, a história muda totalmente".

A OMS planeja para a próxima semana um encontro entre um especialista  em zika e os jornalistas em Genebra.

COMITÊ OLÍMPICO BRITÂNICO ESTA PREOCUPADO COM ZIKA VIRUS NO RIO DE JANEIRO


renato santos
24/01/2016

Depois da  matéria  publicada  pela BBC  de um cientista pedindo  um exame  entre a  relação do ZIKA  VIRUS  com relação sexual  devido  ao  contágio  dele  que  passou  para  sua esposa, agora  ficou apertado  no  comitê olímpico Britânico .

Trata-se da primeira potência olímpica a expressar preocupação com o impacto da doença na competição

BBC
O Comitê Olímpico Britânico (BOA, na sigla em inglês) incorporou aos treinamentos dos atletas que participarão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro técnicas para evitar mordidas de mosquito e muitas informações sobre o víruz zika. A estratégia faz parte do monitoramento que dirigentes britânicos estão fazendo do surto da doença na cidade.
A informação foi passada com exclusividade à BBC Brasil, e um porta-voz da BOA disse ainda que a entidade está consultando regularmente especialistas da London School of Tropical Medicine, um dos mais importantes centros de estudos de saúde pública do mundo.
Todas as obras serão vistoriadas a 30 dias da competição para eliminar possíveis focos do inseto
Empresa Olímpica
Todas as obras serão vistoriadas a 30 dias da competição para eliminar possíveis focos do inseto
“O comitê está a par do surto de zika no Brasil e vai monitorar a situação nos próximos meses. Manteremos contato constante tanto com a Rio 2016 quanto o Comitê Olímpico Internacional (COI), o que já é normal como parte da preparação para um competição desse porte."
Até recentemente, a principal preocupação dos britânicos era com problemas como a poluição nas águas da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas a BOA se tornou o primeiro comitê de uma potência olímpica a expressar publicamente preocupação com o zika nas Olimpíadas e um possível impacto direto no desempenho dos atletas.
Fora da esfera esportiva, diversos países já tomaram precauções: governos de Estados Unidos, Canadá e União Europeia pediram que mulheres grávidas evitem viagens ao Brasil neste momento.
Em resposta, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou novas medidas de controle para o período em que milhares de turistas estrangeiros são esperados na cidade.
De acordo com as informações adiantadas à BBC, o Rio deve intensificar o trabalho de vistoria das instalações olímpicas a partir de abril, quatro meses antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas, marcada para 5 de agosto.
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O objetivo do trabalho é identificar focos do Aedes aegypti e garantir que as obras, em fase final, não contribuam para a proliferação do mosquito. Não foi informado se o efetivo atual de 3 mil agentes que trabalham no controle ao mosquito será aumentado para o período.
Já a 30 dias das competições, haverá uma vistoria em todas as instalações olímpicas, desta vez com outro intuito: determinar a necessidade de borrifar inseticida com máquinas instaladas em caminhonetes, procedimento conhecido como fumacê.
Em nota enviada à BBC Brasil, a prefeitura disse ainda que, em julho, locais de competição e de grande aglomeração de público e seus arredores serão vistoriados.
"Será eliminado qualquer possível reservatório remanescente das obras e tratados os não passíveis de eliminação, para evitar o surgimento de focos do mosquito. Se houver indicação técnica de aspersão de inseticida (fumacê), isso será feito", acrescentou a nota enviada à reportagem.

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    Zika: cientista americano que pode ter infectado mulher defende pesquisas sobre contágio sexual


    reproduzido  por
    renato santos 
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    Brian FoyImage copyrightBrian Foy
    Image captionO americano contraiu o vírus na África, em 2008
    Buscas na internet sobre o vírus zika invariavelmente mencionam a epidemia no Brasil e a possível conexão com os casos de microcefalia em 21 Estados do país. Vez ou outra, porém, surge o nome do americano Brian Foy, cuja relevância é bem maior do que a ocorrência de resultados indica.
    O professor-assistente da Universidade Estadual do Colorado é um dos autores de um estudo que sugere a possibilidade de transmissão do zika por contato sexual. Uma hipótese que Foy investigou em 2011 não apenas por interesse científico: o acadêmico contraiu o zika durante uma viagem à África, em 2008, e suspeita que foi uma relação sexual que levou ao contágio da mulher, Joy, que ficara nos Estados Unidos.
    Inicialmente o Foy foi diagnosticado com dengue e médicos não conseguiram descobrir o que tinha se passado com a esposa. Passou-se um ano até que eles descobrissem que se tratava de zika.
    "Vivemos no Colorado, um Estado americano onde não há mosquitos na época do ano em que minha mulher contraiu o vírus. E onde não há ocorrência do Aedes aegypti (o mosquito transmissor do vírus). O mais provável é que minha mulher tenha sido infectada quanto tivemos relações, antes de eu me sentir doente, mas a ciência ainda não está nem perto de provar a possibilidade desse tipo de contágio", conta Foy, em entrevista por telefone à BBC Brasil.


    Custos

    O americano acredita que a repercussão causada pela epidemia no Brasil poderá ser a deixa para que consiga financiamento para pesquisas buscando investigar o assunto. Foy afirma não haver dúvidas de que a picada do Aedes aegypti é a forma principal pela qual se pode contrair o vírus, mas defende a importância de que ao menos se descubra mais sobre a via sexual.
    "Para atingir uma área de contágio tão extensa de forma tão rápida, o mosquito é a grande explicação. Pode ser até que o contágio sexual represente uma ocorrência rara e, diante dos problemas enfrentados pelas autoridades de saúde dos países afetados, como o Brasil, não esteja no alto da lista de prioridades. Como cientista, porém, sempre acredito na importância de se investigar outras possibilidades", completa.
    Foy explica que o procedimento científico para testar a possibilidade de contágio sexual é extremamente complexo, sobretudo pela necessidade de experimentos em animais. "Além dos custos financeiros, há toda a polêmica envolvendo a opinião pública. Fizemos testes com o hamsters, mas os resultados foram inconclusivos".
    Em uma entrevista a uma rede de TV americana, Foy relatou ter sido constantemente picado por mosquitos enquanto fazia seu trabalho de campo no vilarejo senegalês de Bandafassi. Voltou para os EUA no final de agosto de 2008 e, dias depois, começou a sentir mal, com sintomas que variavam de fadiga a dores no momento de urinar, além de inflamações na pele - a esposa teria notado o que parecia ser sangue no sêmen do marido.
    APImage copyrightAP
    Image captionFoy foi diagnosticado inicialmente com dengue
    Foy pediu ajuda a colegas do CDC, a principal agência voltada para a proteção da saúde pública dos EUA, para identificar a patologia com que tinha sido infectado. O diagnóstico de dengue não o deixou convencido, e muito menos a indefinição sobre o que teria acontecido com a mulher. Um ano depois, um dos auxiliares do cientista na viagem à África, Kevin Kobylinski, que também ficou doente, estava conversando em um jantar com o entomologista Andrew Haddon, da Universidade do Texas, quando tocou no assunto.
    Haddow, por uma grande ironia do destino, é neto de Alexander Haddow, um dos três cientistas que isolaram o zika pela primeira vez, em 1947, quando o extraíram de um macaco na Floresta de Zika, em Uganda. Quando soube que amostras de sangude de Kobylinski e dos Foy ainda estavam preservadas em um laboratório, o entomologista sugeriu que elas fossem enviadas para o virologista Robert Tesh. As três amostras testaram positivo para zika.
    Em seu estudo, Foy apresenta outros argumentos para defender a hipótese de contato sexual. Joy, sua mulher, jamais visitou a África ou a Ásia e, na época da publicação do documento, já fazia quatro anos que não deixava os EUA. Antes da epidemia no Brasil e que começa a chegar a outros países da América do Sul, o zika jamais tinha sido reportado no hemisfério Ocidental.
    CSUImage copyrightCSU
    Image captionFoy está convencido da possibilidade de contato sexual
    Outros estudos envolvendo doenças transmissíveis por mosquitos há haviam sugerido a possibilidade de contágio sexual. Haddow, por exemplo aponta para o fato de que a epidemia de zika na Micronésia (Oceania), em 2007, deu margem para especulações sobre este tipo de contágio. Isso porque a proporção de mulheres infectadas foi 50% maior que a de homens - na maioria das doenças sexualmente transmissíveis, o sexo vaginal oferece riscos de contágio muito maior para as mulheres.
    "É a explicação mais lógica. Outra possibilidade é que tivesse sido passado pela saliva ou outros fluidos corporais, mas temos quatro filhos, e eles não ficaram doentes".
    Foy defende o argumento de que uma possível descoberta de transmissão sexual teria grandes consequências para o estudo de arbovírus (o tipo de vírus transmitido por mosquitos). Isso porque a transmissão sexual humana ainda não foi documentada.
    O cientista americano, porém, admite que, pelo menos na teoria, se de fato esse tipo de contágio fosse comum, haveria mais pistas sobre ele e mais casos reportados. E defendeu a postura das autoridades de saúde brasileiras no que diz respeito ao posicionamento sobre formas de contato que não o mosquito.
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    Image captionO Colorado, estado americano em que Foy vive, não é território para o Aedes aegytpi
    "Não adianta causar pânico na população. É importante que as autoridades sejam cautelosas neste momento em que há uma série de medidas a serem tomadas. Temos que lembrar também que a agenda da saúde pública é bem diferente da ciência", opina.
    Foy diz ter doado sangue para colegas cientistas interessados em estudar a fabricação de medicamentos contra o vírus. "Como cientistas, não devemos ficar preocupados apenas com o mosquito. Até porque o Aedes aegypti já mostrou ser resistente".

    EL NIÑO 2016 O ANO DA DESTRUIÇÃO ALERTA A TODOS

    ."De acordo com certas medições, esse já foi o El Niño mais forte registrado. Depende da maneira como você mede", disse o cientista Nick Klingaman, da Universidade de Reading, na Inglaterra."Em vários países tropicais temos observado reduções de entre 20 e 30% nas chuvas. Houve seca severa na Indonésia. Na Índia, as monções (chuvas) foram 15% abaixo do normal e as previsões para o Brasil e Austrália são de redução nas chuvas."As secas e inundações, e o impacto potencial que representam, preocupam as agências de ajuda humanitária. Cerca de 31 milhões de pessoas estão sob risco de escassez de alimentos na África – um aumento significativo em relação a 2014.
    El Niño
    O fenômeno climático El Niño faz com que águas quentes do Pacífico central se espalhem na direção das Américas do Norte e do Sul.
    Ele foi observado por pescadores na costa da América do Sul por volta de 1600, quando as águas do Oceano Pacífico ficaram estranhamente quentes. O nome, El Niño, é uma referência ao menino Jesus.
    Foto: SPLImage copyrightSPL
    Image captionAlgumas medições dizem que este e o El Niño mais forte já registrado
    O El Niño acontece em intervalos entre dois e sete anos, normalmente atingindo seu pico no final do ano – embora seus efeitos possam persistir até os três primeiros meses do ano seguinte e durar até 12 meses.
    O atual El Niño é o mais forte registrado desde 1998 e, segundo os especialistas, deve ficar entre os três mais poderosos de que se tem conhecimento. Segundo a World Water Organization (Organização Mundial da Água, ou WWO), nos três meses de pico, médias de temperatura na superfície das águas do Pacífico tropical devem ficar mais de 2ºC acima do normal.
    Um forte El Niño ocorrido há cinco anos estava ligado a chuvas de monções fracas no sudeste da Ásia, secas no sul da Austrália, das Filipinas e do Equador, nevascas nos Estados Unidos, ondas de calor no Brasil e enchentes no México.
    Segundo William Patzert, o fenômeno tem causado a forte seca no nordeste brasileiro, enquanto que no sul do Brasil e norte da Argentina são registradas inundações.
    A combinação do aquecimento global com a intensidade do fenômeno esse ano deve fazer com que esse verão seja um dos mais quentes de todos os tempos no Brasil, com as temperaturas ultrapassando facilmente os 40ºC por vários dias seguidos em locais como Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins. Segundo meteorologistas, os termômetros podem registrar até 4ºC acima dos valores médios.

    Alerta

    Segundo a ONU, cerca de 60 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas por causa de conflitos. Organizações humanitárias como a Oxfam, por exemplo, estão preocupadas com o impacto adicional que o fenômeno climático possa provocar, tendo em vista as pressões provocadas pelos conflitos na Síria, no Sudão do Sul e no Iêmen.
    As agências dizem que a falta de comida deve atingir seu ponto crítico no Sul da África em fevereiro. No Malauí, autoridades calculam que quase três milhões de pessoas irão precisar de assistência antes de março.
    Foto: AFPImage copyrightAFP
    Image captionFenômeno provocou forte seca no nordeste brasileiro e inundações no sul do Brasil e norte da Argentina
    Secas e chuvas erráticas afetaram dois milhões de pessoas em Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua. Há previsões de mais inundações na América Central em janeiro.
    "Milhões de pessoas em lugares como Etiópia, Haiti e Papua Nova Guiné já estão sentindo os efeitos da seca e das perdas de lavouras", disse Jane Cocking, da Oxfam.
    "Precisamos urgentemente levar assistência a essas áreas para assegurar que as pessoas tenham água e alimentos suficientes. Não podemos permitir que outras situações de emergência ocorram em outras áreas. Se o mundo ficar esperando para responder às crises emergindo no sul da África e na América Latina, não teremos como atender à demanda", acrescentou.

    Efeito inverso

    Se por um lado os efeitos de El Niño serão sentidos de forma mais aguda nos países em desenvolvimento, no mundo desenvolvido o impacto será sentido nos preços de alimentos.
    "Leva algum tempo para que o impacto do El Niño seja sentido nos sistemas sociais e econômicos", disse Klingaman.
    Foto: APImage copyrightAP
    Image captionSatélites da NASA mostraram que temperatura do Oceano Pacífico em dezembro de 2015 é semelhante à registrada em 1997, ano em que o El Niño também foi forte
    "A tendência, historicamente, é que preços subam entre 5 e 10% para alimentos básicos. Lavouras de café, arroz, cacau e açúcar tendem a ser particularmente afetadas."
    O El Niño deve terminar por volta do outono no hemisfério sul (primavera no norte). Mas o fim desse ciclo não é boa notícia tão pouco: esse fenômeno climático tende a ser sucedido pelo seu reverso – ou seja, eventos climáticos conhecidos como La Niña, que podem trazer efeitos opostos mas igualmente danosos.
    Segundo cientistas, durante o El Niño ocorre uma imensa transferência de calor do oceano para a atmosfera. Normalmente, como aconteceu no ciclo de 1997/98, essa transferência de calor tende a ser seguida por um resfriamento do oceano – o evento La Niña.
    "É possível – mas não estamos certos – que nesse período no ano que vem estejamos falando sobre o reverso de muitos desses impactos", explicou Klingaman.
    "Em países onde El Niño trouxe secas, pode haver inundações trazidas por La Niña no ano que vem. É tão devastador quanto – porém, na direção inversa."