Páginas

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Cronologia do Covid-19 no Brasil <<>> Data 26 de fevereiro a 26 de agosto.<<>> Atualizando os dados <<>>Brasil registra 309 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas Total de óbitos chega a 150.998. Número de infectados identificados chega a 5.113.628. Toffoli, do STF, testa positivo.

 




RENATO SANTOS   13/10/20  Uma avaliação que precisamos fazer sobre os últimos acontecimentos  no Brasil. VAMOS LÁ?

Cronologia da covid-19 no Brasil

Reveja os principais acontecimentos desde a confirmação do primeiro caso da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil, em fevereiro. Desde então, o país se tornou o segundo com mais infecções e mortes no mundo.



Após já ter se espalhado por cerca de 40 países, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil, o primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil apenas no final de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. (26/02).

Brasil registra primeiras mortes pelo novo coronavírus

A primeira vítima de covid-19 no país é um homem de 62 anos, morador de São Paulo e que sofria de diabetes e hipertensão. No mesmo dia, um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, anuncia a morte de um idoso de 69 anos com sintomas de coronavírus. (17/03).

Covid-19 em todos os estados

Roraima, o último estado que ainda não registrava casos do novo coronavírus, reporta dois infectados. Com isso, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal já têm casos de covid-19 confirmados. (21/03).

Governo restringe entrada de estrangeiros

Começa a valer a medida que restringe a entrada no país, via aérea, de pessoas vindas da Europa e de vários países asiáticos por 30 dias para conter a disseminação do coronavírus. A portaria não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados ou a imigrantes com autorização de residência no país. (23/03).

Bolsonaro minimiza vírus em pronunciamento

O presidente faz um pronunciamento com sátira  o Doutor Valella em rede nacional de rádio e televisão no qual conclama o país a "voltar à normalidade", pedindo que os estabelecimentos comerciais não fechem as portas e que as pessoas saiam do confinamento em suas casas.  (24/03).

Bolsonaro sanciona ajuda de até R$ 1,2 mil para informais

Bolsonaro sanciona um auxílio emergencial por três meses, no valor de 600 reais, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. (01/04).

Mortes por covid-19 no Brasil superam óbitos por dengue e H1N1 em 2019

O país soma 800 mortes em decorrência do novo coronavírus. Durante todo o ano passado, foram registrados 782 óbitos por dengue e outros 312 continuam em investigação, mostra boletim epidemiológico divulgado pela pasta da Saúde. De acordo com outro boletim epidemiológico, em 2019 morreram no Brasil 787 pessoas vítimas de Influenza A (H1N1). (08/04).

Garoto de 15 anos é primeiro ianomâmi a morrer por covid-19

O adolescente recebia cuidados em um leito de UTI num hospital em Boa Vista desde 3 de abril. Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), têm denunciado a subnotificação de casos de covid-19 entre indígenas e demonstrado preocupação com o risco para as comunidades. (10/04).

Bolsonaro demite Mandetta

Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão ocorre dias depois de o titular da pasta ter dado uma entrevista contrariando a posição do presidente em relação à resposta à pandemia de covid-19. Mandetta defendia o isolamento social. O médico oncologista Nelson Teich foi escolhido para substituir Mandetta. (16/04).

Novo ministro da Saúde defende plano para saída do isolamento

Em sua primeira entrevista após assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich defende um plano para saída do isolamento e diz que o número de infectados no país é relativamente baixo se comparado com o total da população e não deve alcançar 70% da população em contato com a doença. "É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado." (22/04).

Brasil supera a China em mortes por covid-19

A contagem diária de mortes por covid-19 atinge número recorde com 474 óbitos, elevando o total de vítimas no país para 5.017. O Brasil se torna o 9º país com o maior número de mortes em todo o mundo, superando a China, onde surgiu a pandemia e 4.637 óbitos foram registrados. Ao ser questionado sobre as mortes, Bolsonaro responde: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?". (28/04).

Bolsonaro livra agentes públicos de responsabilidade por erros durante epidemia

De acordo com medida provisória (MP) editada por Bolsonaro, agentes públicos apenas poderão ser responsabilizados nos âmbitos civil e administrativo se houver "dolo ou erro grosseiro", "manifesto, evidente e inescusável, praticado com culpa grave" e "com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia". Dias depois, o STF limitou o alcance da MP. (14/05).

Covid-19 atinge dezenas de povos indígenas

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que, até 15/05, 38 povos indígenas do país já haviam sido afetados pelo coronavírus. A associação contabilizou 446 infecções e 92 mortes em comunidades indígenas. A maioria das infeções foi registrada na Amazônia, onde está localizada a maioria das comunidades isoladas. Mas também há casos no Sul, Centro-Oeste e Nordeste. (15/05).

Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde

Menos de um mês após ter assumido o cargo, Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde. Ele afirma que a saída foi decisão dele, sem dar detalhes sobre os motivos. "A vida é feita de escolhas. E hoje eu escolhi sair", destaca. Ele e Bolsonaro vinham discordando sobre medidas na gestão da epidemia. O general Eduardo Pazuello assume o cargo interinamente. (15/05).

Sem base científica, governo amplia uso da cloroquina

O Ministério da Saúde divulga um novo protocolo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19, permitindo que os medicamentos sejam administrados também em casos leves da doença. A mudança do protocolo foi feita a pedido de Bolsonaro, apesar de não haver comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. (20/05).

Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19

Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassa a Itália e se torna o terceiro país com mais mortes pela covid-19. O país contabiliza 34.021 mortes e fica atrás apenas dos EUA (108.211) e do Reino Unido (39.987). (04/06).

Brasil amplia orientações de uso da cloroquina contra a covid-19

O Ministério da Saúde informa que vai ampliar as recomendações de uso da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, passando a orientar a aplicação precoce das drogas em crianças e grávidas diagnosticadas com a doença. O anúncio ocorre no mesmo dia em que os EUA revogam seu uso emergencial no tratamento da covid-19. (15/06).

Casos de covid-19 passam de 1 milhão no Brasil

O Brasil supera a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19, após registrar um recorde de 54.771 novas infecções pelo novo coronavírus em apenas 24 horas. Menos de quatro meses após a confirmação do primeiro caso, o país soma 1.032.913 ocorrências da doença e é o segundo do mundo com mais casos e mortes, atrás apenas dos EUA. (19/06).

Vacina de Oxford contra covid-19 começa a ser testada no Brasil

O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes de uma vacina desenvolvida pela universidade britânica. O projeto financiado pela Fundação Lemann contará com 2 mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio. A vacina está atualmente na fase 3 de testes. Um dos motivos que levaram à escolha do Brasil foi o fato de a epidemia estar em ascensão no país. (22/06).

Juiz manda Bolsonaro usar máscara em público

O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, impõe ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Em caso de descumprimento, o magistrado fixou um multa diária de R$ 2 mil. (22/06).

UE estende proibição à entrada de viajantes do Brasil

Lista elaborada por Bruxelas recomenda que Estados-membros reabram suas fronteiras para viajantes de 15 países a partir de 1º de julho. Brasil, EUA e Rússia ficam de fora devido ao alto número de casos de covid-19. (30/06).

Bolsonaro diz estar com covid-19

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07).

Mortes por covid-19 no Brasil passam de 75 mil

Cerca de quatro meses e meio após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o total de óbitos em decorrência da doença no país passou de 75 mil. Autoridades e instituições de saúde em todo o país, no entanto, alertam que os números reais da doença devem ser maiores em razão da falta de testes em larga escala e da subnotificação. (15/07).

Casos de covid-19 passam de 2 milhões no Brasil

Menos de um mês depois de o país ter atingido o número de 1 milhão de infectados, em 19 de junho, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número de casos identificados da doença dobrou em menos de um mês. (16/07).

Brasil: 100 mil mortos por covid-19

Menos de seis meses após a identificação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país cruzou a marca de 100 mil mortes pela doença. O número de casos chegou a 3 milhões. Mesmo num ritmo de mil mortes por dia, o governo do país segue defendendo a flexibilização do isolamento e minimizando os impactos do vírus. (08/08).

Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil

CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08).

Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil

CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08).

Brasil autoriza testes de mais uma vacina contra covid-19

Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários participando dos testes. É a quarta vacina a obter autorização no país. (18/08).

Saldo do coronavírus após seis meses no Brasil

Somada à falta de testes e à desigualdade social, resposta de Bolsonaro à covid-19 contribuiu para que o país virasse o segundo do mundo com mais óbitos devido à pandemia, atrás dos EUA. Seis meses após primeiro caso confirmado no Brasil, país acumula mais de 3,6 milhões de infecções e 116 mil mortes por covid-19, números que devem ser maiores devido à falta de testes e à subnotificação. (26/08).

O Brasil registrou 10.220 novos casos confirmados de coronavírus e 309 mortes ligadas à covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) nesta terça-feira (13/10).


Os novos números elevam o total de infectados para 5.113.628, enquanto o de óbitos chega a 150.998. O Conass não divulga o número de pessoas recuperadas. Segundo o Ministério da Saúde, 4.470.163 pessoas haviam se recuperado da doença na segunda-feira.


Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação. 


Um dos casos de covid-19 conffirmados é o do  ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo sua assessoria, ele está em sua casa, em Brasília, de quarentena.


Toffoli presidiu o Supremo até 10 de setembro, quando transmitiu a presidência para Luiz Fux, que também foi diagnosticado com covid-19 dias depois da posse.


A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 71,9 no Brasil, uma das mais altas do mundo. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, o Brasil é a quarta nação com a maior proporção de mortes no mundo, se desconsideradas a micronações europeias de San Marino e Andorra.


O país só está atrás de Peru (104,28), Bélgica (89,40) e Bolívia (73,34). Está à frente dos EUA (65,74), o país com maior número absoluto de mortos do mundo, e do Reino Unido (64,62), a nação europeia com mais óbitos.


Em números absolutos, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais infecções, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam 7,8 milhões de casos, e da Índia, com 7,1 milhões. Mas é o segundo em número de óbitos, depois dos EUA, onde morreram mais de 215 mil pessoas.


São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 1.039.029 casos e 37.314 mortes. O total de infectados no território paulista supera o dos registrados em praticamente todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.


A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 327.327, seguida de Minas Gerais (324.626), Rio de Janeiro (284.053), Ceará (260.642) e Pará (237.996).


Ao todo, mais de 37,9 milhões de pessoas contraíram o coronavírus no mundo, enquanto mais de 1,08 milhão morreram em decorrência da doença, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.

A L E R T A : Presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro estava certo vamos morrer de fome<<>> Ele fez pronunciamento no dia 02/09/2020 <<>> Hoje dia 13/10/2020 A Gazeta Central Blog confirma <<>>Pandemia de covid-19 ameaça segurança alimentar pelo mundo

 





RENATO SANTOS 12/10/2020  Pandemia e  a fome, quando o Presidente Jair Messias Bolsonaro afirmou que o covid-19 não só mata mas vai deixar o mundo morrendo de fome ele não mentiu.

Em meados de maio, ao defender a reabertura do comércio e a flexibilização da quarentena para governadores, o presidente Jair Bolsonaro enfatizou que “a fome mata”. Quase cinco meses mais tarde parece que outras autoridades mundiais estão despertando para o mesmo problema.



Países como Estados Unidos, Uganda e Venezuela, de realidades diferentes, enfrentam o problema comum da fome. Cerca de 132 milhões de pessoas entraram para as previsões da fome da ONU após a pandemia do novo coronavírus.

Durante anos, o Índice Global da Fome refletiu o progresso global na luta contra a fome. Mas o coronavírus ameaça desfazer essas conquistas, avalia a organização humanitária alemã Welthungerhilfe.

Há cinco anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como uma de suas metas erradicar a fome no mundo até 2030. Ou seja: todo ser humano, mesmo nos países mais pobres, deveria ter uma alimentação adequada. Mas e hoje, qual é a situação mundial? E será que estamos no caminho certo para atingir esse objetivo?


Em 2015, isso parecia algo ambicioso, mas alcançável. Afinal, a situação alimentar global melhorou muito em apenas alguns anos. Em 2000, o Índice Global da Fome (GHI, na sigla em inglês) atribuiu a todo o planeta uma pontuação de 28,2, o que significa que a situação era grave. Hoje, com uma pontuação de 18,2, a fome é vista como apenas moderada – zero, neste caso, significaria fome nenhuma, enquanto 100 seria a pior pontuação possível.


O GHI é calculado com base em quatro indicadores componentes da fome: 


Desnutrição (parcela da população com ingestão calórica insuficiente)

Emaciação infantil (proporção de crianças menores de 5 anos que têm baixo peso em relação à altura – um reflexo de subnutrição aguda)

Baixa estatura infantil (proporção de crianças menores de 5 anos que têm baixa estatura para a idade – evidência de desnutrição crônica)

Mortalidade infantil (taxa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos).

Apesar do progresso, as estatísticas recentes ainda são assustadoras: quase 690 milhões de pessoas no mundo todo sofrem de desnutrição; 144 milhões de crianças têm distúrbio de crescimento; 47 milhões de crianças apresentam emagrecimento extremo e, em 2018, 5,3 milhões de crianças morreram antes de seu quinto aniversário, frequentemente devido à desnutrição. 


Em seu último relatório, a organização humanitária alemã Welthungerhilfe se refere à fome no mundo como "o maior fracasso moral e ético da nossa geração". Mesmo que a média mundial tenha melhorado, as diferenças entre regiões e países são enormes. A África Subsaariana (27,8) e o sul da Ásia (26,0) são as regiões com os piores índices de fome do mundo.


O que está impedindo o progresso no combate a esse problema? Simone Pott, porta-voz da Welthungerhilfe, cita "crises e conflitos, junto com pobreza, desigualdade, sistemas de saúde ruins e as repercussões das mudanças climáticas" como os principais fatores nesta equação.


Ela dá o exemplo de Madagascar: "O GHI é maior hoje do que em 2012. Entre os problemas do país, está o aumento da pobreza e da instabilidade política, bem como as consequências das mudanças climáticas." Mas o Congo e a República Centro-Africana são os lanternas do relatório, diz ela, com "conflitos violentos e eventos climáticos extremos retardando qualquer desenvolvimento positivo".


Os acertos do Nepal 

Mas também existem exemplos positivos. Em 2000, a situação em dois países – Camarões e Nepal – era categorizada como "muito grave", mas hoje ambos estão entre as nações com índices moderados de fome.


Nos Camarões, a produção econômica per capita mais que dobrou entre 2000 e 2018, passando de 650 para 1.534 dólares, de acordo com dados do Banco Mundial. 


No caso do Nepal, Simone Pott explica as razões do progresso: "Os investimentos em desenvolvimento econômico reduziram a pobreza. As intervenções no setor de saúde levaram a uma menor taxa de mortalidade infantil e a uma melhor saúde em geral. Mais investimentos na agricultura resultaram em mais segurança alimentar", diz ela.


Angola, Etiópia e Serra Leoa também tiveram grandes melhorias desde 2000, e suas pontuações no GHI caíram mais de 25 pontos. Em 2000, os três países ainda estavam na categoria "muito grave", principalmente por causa das guerras civis, que são uma das principais causas da fome e da desnutrição.


Remédio pior que a doença?

Agora uma grande incógnita entrou na equação: a covid-19 e suas consequências. Nada disso é levado em conta no relatório. Crises econômicas levam a quedas de receita. Para muitos países, isso significa que terão que importar menos alimentos. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), isso poderia levar a desnutrição de até 80 milhões de pessoas a mais só nos países com importação líquida de alimentos.


Pobreza e desabrigados aumentam no Brasil em meio à pandemia

01:59

Mathias Mogge, secretário-geral da Welthungerhilfe, tem receios semelhantes. "A pandemia e suas consequências econômicas têm o potencial de duplicar o número de pessoas afetadas por crises alimentares agudas", avalia.


Mesmo nos países ocidentais, muitas vezes surge a pergunta se as consequências econômicas das medidas adotadas para conter a propagação do coronavírus não seriam piores do que os problemas de saúde causados pelo próprio vírus – ou seja, se o remédio não seria pior do que a doença.


Pott acredita que esse é o caso de muitos países do Hemisfério Sul. "O lockdown teve consequências terríveis, especialmente para as milhões de pessoas que trabalham no setor informal", afirma. "De um dia para o outro, elas perderam seus rendimentos, os mercados locais tiveram que fechar, e os pequenos agricultores não puderam mais cultivar seus campos." Não é fácil, portanto, calcular o que é pior em cada país de maneira individual.


No que diz respeito à erradicação da fome no mundo até 2030, Pott também não se mostra otimista. "Infelizmente, não estamos no caminho certo", diz ela. "A tendência geral é positiva, mas o progresso é muito lento. Se a situação alimentar se desenvolver da maneira que tem sido observado até agora, 37 países provavelmente não atingirão um nível baixo de fome na escala GHI em 2030. Cerca de 840 milhões de pessoas poderão estar desnutridas – e os efeitos da pandemia de coronavírus ainda não entraram neste cálculo."