RENATO SANTOS 02/08/2022 Uma Guerra declarada contra os Estados Unidos, a China não aprovou nada em relação a interferência dos americanos em Taiwan.
A visita colocou o mundo em alerta máximo. Apesar das ameaças de Pequim, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos chegou a Taiwan esta terça-feira. Nancy Pelosi tornou-se na mais alta funcionária do país a visitar esta ilha reivindicada pela China, nos últimos 25 anos.
A China diz que vai tomar "medidas firmes e fortes" e a Casa Branca garante que "não há qualquer violação ou problema de soberania" com esta visita.
Minutos depois da chegada, Pelosi divulgou uma declaração onde disse que “esta visita honra o compromisso inabalável da América em apoiar a vibrante democracia de Taiwan e que é hoje mais importante do que nunca, porque o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia".
Para acompanhar a visita da presidente da Câmara dos Representantes, os Estados Unidos colocaram nas proximidades de Taiwan um porta-aviões e o navio anfíbio com aviões de combate.
Ao mesmo tempo, o ministério da Defesa de Pequim anunciou uma série de "exercícios militares direcionados" para "responder" à visita e para "defender a soberania nacional e a integridade territorial da China".
O momento de grande tensão entre Estados Unidos e China não passou despercebido na Rússia. Numa declaração pública, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros disse que o Kremlin considera a visita sem qualquer anúncio como mais uma ação provocatória da administração dos EUA. Para Maria Zakharova, o objetivo de Washington é exercer pressão adicional sobre Pequim".
Metade dos senadores republicanos dos Estados Unidos manifestaram o apoio à decisão da democrata Nancy Pelosi. Numa declaração conjunta, defenderam que a visita "é consistente" com a política de "uma só China" apoiada pelo país.
Os Estados Unidos da América (EUA) dizem estar "muito preocupados" com o que classificam como "ações provocatórias" da China em relação a Taiwan, depois de, nos últimos dias, quase cem aviões militares chineses terem entrado no espaço aéreo da ilha.
A posição norte-americana foi reforçada, esta segunda-feira, pela Casa Branca.
"Exortamos Pequim a que cesse a pressão e coerção militar, diplomática e económica contra Taiwan. Temos um interesse permanente na paz e estabilidade em todo o Estreito. É por isso que vamos continuar a ajudar Taiwan a manter uma capacidade suficiente de autodefesa", afirmou a porta-voz, Jen Psaki.
No Twitter, o ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros congratulou-se com o "apoio sólido" de Washington.
Só esta segunda-feira, estiveram na Zona de Identificação da Defesa Aérea (ADIZ) da região 56 aeronaves de guerra enviadas por Pequim. Um número recorde que tem vindo a aumentar desde sexta-feira, data em que a China decidiu assinalar o Dia Nacional com uma operação aérea musculada sobre Taiwan.
A região, de regime democrático, considera-se como um estado independente, no entanto, o governo chinês vê a ilha como parte do próprio território, tendo por diversas vezes ameaçado tomá-la pela força.
Pequim já reagiu às acusações e justifica a operação militar dos últimos dias; em comunicado, acusa os EUA de planearem vender armas a Taiwan no valor de 750 milhões de dólares (mais de 645,7 milhões de euros), para onde alegadamente envia com frequência aviões e navios de guerra.
São as ações de Washington - afirma por sua vez o governo chinês - que estão "minar" a paz na região e as relações entre os dois países.