Para o professor da Universidade Simón Bolívar e doutor em Energia Elétrica, José Manuel Aller, a justificativa é simples e vem de uma combinação que mistura investimento e planejamento inadequados, gerência ineficaz, falta de manutenção e operação precária.
- O governo investe muito, mas mal. É evidente que a má gerência dos fundos afeta negativamente o sistema - disse ele, que foi assessor de sistema de transmissão e geração de energia de empresas públicas e privadas na Venezuela.
Aller descarta um boicote da oposição. Segundo ele, o único possível autor de uma sabotagem seria o próprio governo devido à militarização do serviço que é controlado exclusivamente pelo Estado.
- O governo imediatamente culpou a oposição, dizendo que estaria preparando um golpe de Estado. Mas temos que recordar que o sistema está militarizado e é gerenciado só pelo Estado. Não faz sentido, a menos que seja o próprio governo para tentar frear o avanço da oposição e culpar seus membros. Há militares nas empresas, nas linhas de transmissão. O sistema é absolutamente supervisionado.
Os apagões cresceram vertiginosamente após a nacionalização das empresas. Saltaram de 40 a 50 blecautes superiores a 100 Megawatts por ano para 800 em 2012 em todo o país, segundo Aller, citando dados extraoficiais. Hoje, todo o sistema é administrado pela Corporação Elétrica Nacional, que integrou as 16 empresas existentes em 2007, de acordo com o professor.
- Antes, contávamos com um sistema confiável, que tinha qualidade. Os principais apagões começaram em 2008 - afirma ele, acrescentando que o tempo para a normalização do sistema também piorou, aumentando de duas horas para mais de sete. - Agora é ainda mais grave, podemos comparar a nossa situação a de países africanos.
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