A doença é parecida com a dengue, mas muito mais dolorosa. Trata-se da febre Chicungunya, originária da África, responsável por severas dores nas articulações que podem perdurar até por anos após a fase aguda da infecção. Dezessete casos já foram registrados no Brasil — aparentemente todos de pessoas que contraíram a enfermidade no exterior —, e especialistas acreditam que a deflagração de uma nova epidemia é inevitável. O vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos responsáveis pela propagação da dengue.
Dos 17 casos registrados no Brasil, 15 envolvem militares e missionários brasileiros que regressaram de missão no Haiti. Os outros dois são de brasileiros que estiveram na República Dominicana a turismo. “Outros dois casos estão em investigação, também de pessoas vindas desses mesmos países. Todos os pacientes apresentaram um quadro leve, estável e de evolução clínica favorável”, informou o Ministério da Saúde ontem, em comunicado.
— Não está claro se essas pessoas infectadas também trouxeram para o país mosquitos com o vírus — alertou Robert Muggah, diretor de pesquisa da ONG Instituto Igarapé, que realizou um levantamento sobre a doença no Haiti, entre 19 e 31 de maio deste ano.
Se não for corretamente tratada, pode levar a problemas permanentes de mobilidade ou de sintomas recorrentes de artrite, especialmente em pacientes mais idosos e pessoas com outros problemas de saúde. As crianças pequenas também são mais vulneráveis. Febres altas, convulsões e desidratação podem levar a complicações graves e até à morte.
Não há, no entanto, um tratamento específico para a febre. O que os médicos fazem é tentar aliviar os sintomas dos pacientes. As medidas de prevenção são as mesmas usadas no combate à dengue: inseticidas e repelentes, além da eliminação dos locais de reprodução do mosquito, como áreas de água parada.
Um estudo feito no Haiti com 3 mil famílias (aproximadamente 14 mil pessoas), além de centenas de estrangeiros, revelou que a doença “conhecida como a nova dengue está em estágio avançado de disseminação no país caribenho e fora de controle”
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