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terça-feira, 14 de outubro de 2014

LEOPOLDO LOPES FALA QUE DIOSDADO CABELLO INFORMOU QUE HAVERIA UM PLANO PARA MATÁ-LO MAS ESTAVA DISPOSTO A FICAR NO PÁIS, ASSIM GEROU ANGUSTIAS NA LILIAN E EM SEUS PAIS

Na manhã de terça-feira, Diosdado Cabello virou-se para se comunicar com Lilian pedindo outra reunião. Novamente, ele foi para a casa dos meus pais. Eles se conheceram, e desta vez a abordagem foi outra. Ele tinha informações que eu seria morto, que havia planos para me matar se eu dei em público. Sua proposta era que se eu ia entregar, fazê-lo em um local controlado e com testemunhas, mas não na demonstração porque eu seria morto.

Obviamente, uma abordagem deste calibre, exposta o homem forte da ditadura, foi levada a sério pela minha família. Desde 03, eu comuniquei com Lilian que me pediu que eu não emitirá, para pensar em nossos filhos. A angústia gerada Lilian e meus pais foi mais do que compreensível. Já a ameaça tinha subido ao topo que poderia atingir, morte. Lilian e meus pais insistiram até o último minuto e sempre afirmei que o meu desejo de permanecer no país, a um custo que seria. Tinha tomado uma decisão, que mantenho, que é correto: face, em todas as áreas, em todos e especialmente na moral, a ditadura.

Nesta terça-feira, deixei o local onde estava escondido em 04. Eu estava morando com uma família muito boa, com o qual eu serei eternamente grato. Eu os conheci quando cheguei na casa dele. Nunca tinha estado lá ou no setor, nunca. Foram dias de grande pressão e nas últimas horas iam ser mais pressão.

Em 04 deixei escondido na mala de um caminhão em um passeio de 45 minutos para um local perto do local da concentração. Durante os 45 minutos que pareciam horas, não pensei sobre as vítimas do sequestro, que são apresentadas e transferidas desta forma. Isso foi sensibilizado com o tema desde que dias antes tinham sequestrado e matado o irmão de um grande amigo meu. Eu também pensei em minha família, meus filhos e principalmente achei onde terminaria a 18 de fevereiro. Como é que ele ia ser meu futuro na prisão.

Às 05:30 chegou um amigo da casa e lá esperando a hora de ir para a concentração. Foram algumas horas de silêncio, falamos sobre o país e o que estava acontecendo com os protestos. Lilian, que estava com meus pais, ainda estava insistindo que acha bem que o que ele faria. Às 11:30 era a hora de ir. Saímos do edifício e as ruas estavam cheias dos funcionários da polícia nacional Susana, DIM. Eu decidi ir em uma motocicleta, dirigindo-me, sem companhia mais do que um amigo em outra bicicleta.

Eu consegui na concentração. Eram minutos tensos. Na verdade, eu tinha que passar por um alcabala e mexidos-me sem levantar o capacete para mim. Ele sabia que para atingir o público já não podia parar. Atingir esta concentração foi ficando o primeiro gol em uma maratona. Quando cheguei lá, tirei o meu capacete e começou a andar em direção a Praça Brión. Havia nenhuma fase, sem som. Havia gente, muita gente, muitas pessoas que você nunca imaginou, especialmente porque a chamada foi feita de forma artesanal através das redes sociais. Eu nunca vou esquecer a imensa solidariedade e afeto que transmiti o povo venezuelano, pessoas que certamente iria entregar-me mil vezes mais.

No final da concentração, eu decidi me montar uma estátua de José Martí que, curiosamente, ter remodelado durante o meu mandato de prefeito. A partir daí eu dirigi algumas palavras curtas. Me explicou que eu tinha uma justiça injusta, porque ele não havia cometido qualquer crime e que para mim não era uma opção na Venezuela ou manter-me escondido. Ele era inocente dos crimes que acusado e assumi minha responsabilidade por vocação para protestar e que foi e continua sendo, minha maior força.

Chegando no laço era o comandante geral da guarda nacional, General Noguera. Ele não sabia dele. Ele e o General Benavides me prendeu, insistiu que eu coloquei um colete e um capacete, que recusei. Caminhamos muito devagar pela quantidade de pessoas onde estavam uns patins brancos. Lá eu empurrei dentro do tanque, mas a multidão não permitido para fechar a porta, e na verdade, caiu a porta do tanque. Depois de alguns minutos meu advogado Juan Carlos Gutiérrez, que me acompanhou durante o resto do caminho, assim como ele sempre tem me acompanhado por mais de dez anos de Ministério, que dei cara de novo por mais absurdo e injusto ser acusações.

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