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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O FMI AO BRASIL: sugere reformas na área trabalhista e de educação, com vistas a melhorar os níveis de produtividade

FONTE  EL PAÍS 


Os países do G20 fizeram um esforço de coordenação e lançaram um plano que engloba mais de 800 medidas para impulsionar o crescimento econômico. 

Se forem implementadas, poderão fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) do G20 cresça 2,1% acima das previsões e até 2018. As nações do grupo acreditam que os plano de crescimento “acrescentarão mais de 2 trilhões de dólares à economia global e criarão milhões de postos de trabalho”, segundo o comunicado final aprovado pelos presidentes e chefes de Estado do G20, reunidos neste fim de semana em Brisbane, na Austrália.

Os líderes do G20 assinam o comunicado em um momento de crescimento econômico bastante lento na União Europeia e no Japão. Nesse contexto, aumenta a preocupação diante das dificuldades de alguns países para se recuperar após o estopim da crise econômica de 2008.
Para facilitar o investimento e o crescimento, as 20 maiores economias do mundo aprovaram a criação do Centro Global de Infraestruturas, que permitirá colocar investidores em contato com promotores de grandes projetos em todo o mundo. O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, confirmou que a entidade terá sede em Sydney em seus quatro primeiros anos.

“O Centro permitirá fechar o buraco de 70 trilhões de dólares a nível global em financiamento de infraestruturas para 2030”, afirmou Abbott, que esclareceu que o organismo será financiado por fundos públicos e privados.

Como parte das medidas para reduzir o desemprego e incrementar o número de mulheres trabalhadoras, o G20 pretende reduzir em 25%, até 2025, a diferença entre a presença de mulheres e homens no mundo do trabalho em cada país. Esse novo objetivo “atrairá mais de 100 milhões de mulheres para o mercado de trabalho, o que incrementará significativamente o crescimento global e reduzirá a pobreza e a desigualdade”.

O comunicado final do G20 afirma ainda que “as estratégias de crescimento incluem reformas para facilitar o comércio, diminuindo os custos, melhorando as barreiras alfandegárias, reduzindo os encargos derivados da regulamentação e fortalecendo os serviços ao comércio”. Os países do grupo acrescentam: “Reafirmamos nosso compromisso firme e duradouro de resistir ao protecionismo”.

A recuperação econômica global ficou aquém do esperado, e para cobrir essa lacuna cada país terá que fazer sua lição de casa específica. A recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, por exemplo, em relatório divulgado nesta quinta-feira para o Grupo das 20 nações mais ricas (G-20), é trabalhar por uma situação fiscal mais consistente – leia-se controle das contas públicas, e ao mesmo tempo uma política monetária mais justa – leia-se calibragem da taxa de juros – caso as expectativas de inflação piorem.

O Fundo também sugere reformas na área trabalhista e de educação, com vistas a melhorar os níveis de produtividade, e aperfeiçoar o ambiente de negócios e para o investimento em países emergentes, como o Brasil. A necessidade de um projeto para corrigir gargalos na infraestrutura se tornam fundamentais diante de um cenário em que alguns obstáculos se mostram persistentes, especialmente na América Latina. 


O crescimento previsto para o continente este ano é de 1,3%, e de 2,2% em 2015, projeções de 1 ponto porcentual e 0,8 ponto porcentual menores, respectivamente, do que a projeção anterior, feita pela instituição. O baixo desempenho do comércio exterior, e as “idiossincrasias domésticas” de cada nação explicam essa revisão.

O Brasil, por exemplo, está hoje às voltas com um imbróglio no que diz respeito ao controle das contas públicas. Com gastos maiores do que a receita arrecadada, o Governo brasileiro tenta refazer os cálculos para fechar o ano, e garantir um resultado fiscal – diferença entre receitas e despesas, para pagamento de dívida – abaixo do que havia sido planejado no início deste ano. Para isso, quer alterar o compromisso estabelecido no início do ano – de 1,9% do PIB – dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Se mudar o limite, o resultado fiscal pode ficar próximo ou abaixo de zero.
O relatório aponta para um 2015 arrastado, com a China mantendo seu projeto de desaceleração – de um PIB de 7,4% este ano, para 7,1% no ano que vem -, um novo patamar de preços do petróleo, (queda de 20% desde setembro) e uma crescimento lento, perto da estagnação, tanto na zona do euro como no Japão, terceira maior economia do mundo. A baixa demanda e a produção industrial fraca em países como Alemanha e França revelam que o mundo está às voltas com o pessimismo com uma retomada econômica.
Apenas os Estados Unidos parecem responder à expectativa de crescimento, com uma alta de 3% do PIB no ano que vem. Trata-se de uma perspectiva importante para o Brasil, que deve retomar as negociações com o Governo de Barack Obama, que estavam paralisadas desde o ano passado, quando vieram à tona as denúncias sobre espionagem que partiriam do país norte-americano.


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