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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

VENEZUELA DEPOIS DE CUBAZUELA, A VIOLÊNCIA MANDA, NICOLAS MADURO É A ESCÓNIA DA VENEZUELA

"Lá, onde estão todas aquelas luzes, há um grupo de gangues criminosas. Ali, com certeza, haverá dois ou três mortos esta noite". A previsão é de Oscar Pineda, um policial em Petare, o maior bairro popular de Caracas e, de acordo com dados oficiais, o mais perigoso.

É sábado à noite. Estamos na cidade com mais homicídios na América do Sul: 122 por 100 mil habitantes, de acordo com as Nações Unidas. No Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa era de 25,2 em 2013.
Voltando ao bairro de Petare, Pineda diz que, durante à noite, pessoas, reggaetón e anarquia tomam conta da região. Enquanto isso, em grande parte das áreas mais ricas da cidade, o silêncio e a escuridão dão o tom da noite.
"Hoje não há mais agito nas ruas", disse à BBC Mundo, Ricardo Muchuchíes, o agora dono do modesto Puto Bar, e antes sócio de lendários e extintos bares na capital venezuelana, como La Belle Époque e La Mosca.
A insegurança, a crise econômica e a polarização política fizeram, na última década, a noite de Caracas não mais ser o que era.
Menos
Os moradores de Caracas, que como bons venezuelanos gostam de farra, não deixaram de se divertir.

Na zona tradicionalmente mais ativa, Las Mercedes, as areperas (locais que vendem arepas, prato típico do país) e carrinhos que vendem cachorros quentes competem 24 horas por dia por dezenas de pessoas que entram e saem de diferentes bares e casas noturnas.
Outro lugar popular é o centro comercial de San Ignacio, onde dezenas de bares, um após o outro, oferecem diversas possibilidades noturnas.
Há também vários centros culturais que não fecham até a meia-noite, como Trasnocho Cultural e Patana Cultural.
E o teatro, assim como o stand up comedy, tiveram até um crescimento relativo nos últimos anos, especialmente pela queda na produção de telenovelas - o país já foi um dos principais exportadores delas.
Mas dezenas de moradores ouvidos pela BBC Mundo afirmam: nem Las Mercedes e San Ignacio são o que eram.
"Tivemos uma redução em casas noturnas e no número de pessoas que, anos atrás, se não conseguiam entrar em um local, ficavam conversando na esquina", disse à BBC Mundo Rafael Solorzano, que, como funcionário da prefeitura de Baruta, na localidade Las Mercedes, supervisionou o fechamento de várias dessas empresas.

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