Aos 67 anos de idade, Dilma assume o segundo mandato depois da mais acirrada eleição presidencial desde a redemocratização, sob fortes críticas pela estagnação da economia e em meio ao maior escândalo de corrupção da história do país envolvendo a estatal mais importantes do país, a Petrobra
Na cerimônia de posse, junto com o vice-presidente da República, Michel Temer, Dilma argumentou que as contas públicas precisarão de ajustes, mas que isso será feito sem revogar direitos trabalhistas e previdenciários e com o menor sacrifício para os mais pobres.
"Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer. Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas, um aumento na poupança interna, a ampliação do investimento e a elevação da produtividade da economia", disse Dilma em um discurso de mais de 40 minutos.
"Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados", acrescentou.
Primeira mulher presidente do Brasil, Dilma tem pela frente um cenário de fragilidade econômica e incerteza política. Ao assumir o primeiro mandato, em 2011, a se beneficiava da economia crescendo 7,5 por cento, enquanto em 2014, a economia deve expandir só 0,2 por cento, segundo previsão do Banco Central.
O cenário para as contas públicas também é desfavorável para a presidente, que teve de travar uma dura batalha no Congresso no final de 2014 para aprovar uma mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, na prática, desobrigar o governo de realizar um superávit primário no ano passado.
Apesar das dificuldades com as contas públicas, Dilma aproveitou para anunciar que lançará no novo mandato uma terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma segunda fase do programa de logística do governo federal e a construção de 3 milhões de unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida.
Dilma aproveitou ainda a cerimônia de posse no Congresso, na tarde ensolarada de Brasília, para lançar o novo lema de seu governo: "Brasil, pátria educadora", defendendo que apenas a educação "liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero".
A presidente tratou também de política externa e prometeu manter a prioridade para a América Latina e para países africanos, assim como da Ásia e dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
E defendeu como sendo de "grande relevância" o aprimoramento das relações do Brasil com os Estados Unidos, abaladas em seu primeiro mandato por conta do escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).
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