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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A GRANDE FARSA DA CARNE BRASILEIRA, RUSSIA MANDA JOGAR NO LIXO


renato santos
16/10/2015 atualizado


27/05/2015 
agência 



O serviço veterinário russo Rosselkhoznadzor vai embargar a importação de carne de dez unidades de frigoríficos brasileiros a partir de 9 de junho, incluindo abatedouros de bovinos e suínos da JBS, BRF e Marfrig, informou nesta quarta-feira o órgão do governo russo.

O serviço veterinário disse que sua decisão foi tomada depois de um inspeção em unidades brasileiras em março por fiscais russos, segundo a agência Interfax.
A Rússia foi o segundo maior importador de carne bovina do Brasil em 2014 e o maior comprador de carne suína brasileira. As maiores companhias que sofreram restrições têm condições de redirecionar as exportações para outras unidades ainda habilitadas, segundo associação de exportadores.
As violações descobertas apresentam um significativo grau de risco, disse o Rosselkhoznadzor em comunicado. As causas dos embargos não foram completamente detalhadas pelo órgão da Rússia, que já tomou medidas semelhantes no passado, ao suspender temporariamente algumas unidades.
Além do embargo às dez unidades, a proibição de importação de produtos de duas fábricas verificadas foi mantida.
O serviço russo enviou às autoridades brasileiras um relato sobre os resultados das inspeções e está aguardando comentários no prazo de dois meses.
Foram oito unidades de abate de bovinos embargadas: três da Marfrig (duas em São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul), duas da JBS (em Minas Gerais e Goiás), uma do Frigorífico Silva (RS), uma da Mato Grosso Bovinos (MT) e uma da Nortão Alimentos (MT).
O Brasil, que tem sido nos últimos anos o maior exportador global de carne bovina, ainda tem 28 plantas de bovinos habilitadas pela Rússia, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Desta forma, não será difícil para as empresas realocar exportações para outras unidades que continuam autorizadas, mantendo os volumes embarcados.








publicado  03/05/2014


Um exame de laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), no Reino Unido, confirmou nesta sexta-feira (2) a existência do mal da vaca louca em um animal do frigorífico JBS, dono da marca Friboi, em Mato Grosso.


De acordo com o órgão, as evidências epidemiológicas apontam para um caso atípico da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), nome científico da doença. Contudo, o resultado da tipicidade da doença, que dirá se o caso foi isolado, só será divulgado na próxima quinta-feira (8).




Caso o teste confirme a doença como atípica, significa que a contaminação ocorreu de forma espontânea, não relacionada à ingestão de alimentos. Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informou que a confirmação mostrará se o caso "não representa risco algum para a sanidade animal e à saúde pública".



Os 178 países membros da OIE foram informados oficialmente do resultado do exame, de acordo com o órgão. O governo não adotará novas medidas de investigação do caso, informou a pasta da Agricultura.



Nesta quinta-feira, a União Europeia indicou, em nota enviada ao iG que poderia mudar as regras de importação para a carne brasileira se houvesse alguma recomendação da OIE sobre o caso suspeito.



A redação procurou a JBS para se manifestar, mas os porta-vozes não foram imediatamente localizados. 



Animal contaminado foi sacrificado em março



A suspeita da doença foi descoberta em março deste ano, quando uma vaca de 12 anos de idade, adquirida pela JBS de um pequeno pecuarista, foi encontrada caída entre o rebanho. O animal foi enviado para abate no dia 19 de março, devido a problemas reprodutivos pela idade avançada, mas os restos não chegaram ao consumidor final.



Testes de laboratório feitos em amostras do cérebro do animal mostraram a existência de marcação priônica, um dos sintomas da doença da vaca louca. O material foi então enviado ao laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).



Investigações identificaram 49 animais de corte, nascidos um ano antes e um ano depois da vaca contaminada. Eles foram examinados e, sem qualquer constatação da doença no dia 30 de abril, foram sacrificados e seus restos, destruídos.



Entenda a diferença entre a EEB clássica e atípica:



EBB clássica é transmitida por alimentos contaminados, após terem sido confeccionados com produtos obtidos a partir de animais infectados. Os sinais clínicos da enfermidade são nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção, queda na produção de leite e diminuição de apetite.



A suspeita do gado contaminado em março recai sobre a EEB atípica, ligeiramente diferente da causa clássica. Costuma ocorrer em animais mais velhos, acima de 9 anos. Trata-se de uma manifestação rara, cuja origem não está totalmente esclarecida. A teoria mais aceita é que é uma forma espontânea da doença, não relacionada à ingestão de alimentos contaminados.


Espaço para a apresentação e análise de estudos e pesquisas de alunos da UFRJ, resultantes da adoção do Método de Educação Tutorial, com o objetivo de difundir informações e orientações sobre Química, Toxicologia e Tecnologia de Alimentos.




13/05/2013

O Blog também é parte das atividades do LabConsS - Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde, criado e operado pelo Grupo PET-SESu/Farmácia & Saúde Pública da UFRJ.

Nesse contexto, quando se fala em Química e Tecnologia de Alimentos, se privilegia um olhar "Farmacêutico", um olhar "Sanitário", um olhar socialmente orientado e oriundo do universo do "Consumerismo e Saúde", em vez de apenas um reducionista Olhar Tecnológico.


Nos últimos meses, surgiram grandes questionamentos sobre a qualidade da carne brasileira gerados por países como Rússia e China. A grande polêmica girou em torno da Ractopamina, uma substância utilizada para o crescimento e engorda de suínos e bovinos. 

Se por um lado, os países que embargaram a carne brasileira não acham suficientes os estudos e dados de que a substância é segura para consumo humano, por outro, grandes órgãos de regulamentação, como o Codex Alimentarius, permitem o uso da Ractopamina, com restrições quanto ao limite máximo. De que lado você está? 

Carne com insumo necessariamente significa carne de má qualidade? Faz mal à saúde? Devemos desconfiar dos órgãos regulatórios? Informe-se sobre o assunto.

Descrição do produto 

A Ractopamina é um promotor de crescimento, apresentado comercialmente como Ractosuin®, Transuin® e RacTop®. Este produto é amplamente utilizado na suinocultura visto que é capaz de modificar o metabolismo animal, resultando em uma redução do teor de gordura e aumento da carne magra.

Fundamentos Bromatologicos/Toxicologicos 


A Ractopamina, assim como outros promotores de crescimento a exemplo do Salbutamol, apresenta estrutura química semelhante a hormônios importantes como a adrenalina e a noradrenalina. Esses aditivos vêm sendo utilizados a fim de aumentar a taxa de ganho de peso dos animais, bem como a deposição de carne magra em sua carcaça.
  
O promotor de crescimento em questão é um agonista β-adrenérgico que age a nível de receptores presentes nas células musculares, aumentando o diâmetro das fibras e assim, a massa muscular. Nas células adiposas, atua catalisando a quebra de triacilglicerídeos e, consequentemente, reduzindo a deposição de gordura.
  

Sabe-se que, assim como os outros agonistas β-adrenérgicos, a Ractopamina quando utilizada a longo prazo é capaz de causar tremor muscular, taquicardia, vasodilatação, distúrbios metabólicos, entre outros sintomas em seres humanos. Diversos estudos sobre a possível toxicidade da Ractopamina vêm sendo realizados em animais como macacos, ratos e cães. 


Apesar disso, os cientistas conseguiram chegar a poucas conclusões sobre seu efeito em parâmetros como genotoxicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e implicações cardiovasculares e musculares. Órgãos internacionais, a exemplo da FAO, puderam apenas, com base em alguns estudos que relataram uma possível cardiotoxicidade da Ractopamina, determinar a sua Ingestão Diária Aceitável (IDA) com um amplo Fator de Segurança.

Revisão/análise da legislação pertinente 
  

De acordo com a Instrução Normativa nº 8 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de 29 de abril de 2010, foram aprovados os Programas de Controle de Resíduos e Contaminantes em Carnes (Bovina, Aves, Suína e Equina), Leite, Mel, Ovos e Pescado para o exercício de 2010. Nela, determina-se o limite de referência de diversas substâncias em diferentes matrizes, como músculo, urina e fígado. 


A Ractopamina é citada como um analito do grupo dos betagonistas e possui um limite de 20 µg/Kg de músculo de carne suína e de aves, e 5 µg/Kg de músculo de carne bovina. Segundo o MAPA, a Ractopaminaé indicada para uso exclusivo em rações para suínos em fase de terminação, como repartidor de energia, estando entre 5 – 20 g/tonelada de ração.
  

O CodexAlimentarius não aborda a autorização para o uso de medicamentos veterinários em animais produtores de alimentos, mas estabelece limites máximos de resíduos. Estes servem como recomendações para autoridades nacionais de vigilância sanitária seguirem, com o objetivo de promover a segurança dos alimentos produzidos e comercializados. O consumo diário recomendado através da ingestão de ração é de 0 – 1 µg/Kg de peso corporal do animal. 


O limite máximo de resíduo em músculo de porcos e bovinos é de 10 µg/Kg. Estes dados referem-se à última reunião da comissão, em julho de 2012. A partir desta decisão, teoricamente, os alimentos que estão dentro destas normas não podem ser proibidas de entrar no país importador do produto.
  

O FDA também regulamenta a presença de Ractopamina nos alimentos, sendo o consumo diário recomendado através da ingestão de ração pelos animais de 4,5 – 9 gramas/tonelada.

Discussão
  

Como visto anteriormente, a adição de Ractopamina à dieta de suínos aumenta a massa muscular e reduz a deposição de gordura. Apesar dos efeitos benéficos visíveis para a produção de carne suína, o uso deste promotor de crescimento é controverso, o que foi possível observar nos últimos meses através do embargo imposto à carne contendo traços de Ractopamina por países como Rússia e China. Alguns especialistas dizem que o produto em questão é capaz de causar efeitos colaterais graves como problemas cardíacos e mutagenicidade, entretanto órgãos reguladores afirmam que a sua presença no alimento, dentro de limites estabelecidos, não é capaz de trazer risco à saúde.
  

Mesmo com pesquisas científicas realizadas pelo Comitê Conjunto de Especialistas sobre Aditivos Alimentícios da FAO/OMS (Jecfa) que a utilização da Ractopamina não tem impacto sobre a saúde dos consumidores e a determinação do limite máximo desta substância na carne de animais, ainda é grande a desconfiança sobre seus efeitos a longo prazo.
  

Com a determinação e publicação no Codex Alimentarius, um país importador não pode proibir a entrada da carne que contenha a substância dentro dos padrões autorizados, porém, não foi isso que se observou nos últimos meses, quando alguns países embargaram a carne brasileira. 


No Brasil, assim como nos Estados Unidos, é permitida a mistura de Ractopamina na ração dos suínos e bovinos, mas na União Européia e na China, grandes importadores de carne, ela é proibida. O impacto gerado por este tipo de restrição à carne pode causar grandes problemas na economia dos diversos países que utilizam este insumo.



Bibliografia citada
ROSA, R. A. Ractopamina para suínos em terminação. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009

Evaluation of certain food additives and contaminants: Sixty-second report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives. WHO Food Additives Series, No. 53, 2005.

Evaluation of certain veterinary drug residues in food: Seventy-fifth report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives. WHO technical report series, no. 969, 2012.

Tabela de aditivos autorizados para uso em produtos destinados à alimentação animal – geral com exceção dos antimicrobianos, anticoccidianos e agonistas. 2011. Disponível em: Acesso em: 06/01/2013. 


Discussion on Ractopamine in Codex and in Joint FAO/WHO Expert Committee on Food (JECFA). Codex and JECFA Secretariats. 2012. Disponível em: . Acesso em: 06/01/2013.


Ministério da Agricultura, pecuária e abastecimento. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 29 DE ABRIL DE 2010.



A ractopamina é utilizada como um ingrediente de rações em animais confinados. Trata-se de um beta-agonista que atua redirecionando os nutrientes da gordura para a deposição em proteína magra, ou seja, atua no organismo do animal visando maior produção de massa muscular e reduzindo a gordura.
                A ractopamina foi descoberta em 1958 e teve seu uso comprovado como composto para alimentação animal em 1979. Seu uso é permitido em vários países para a alimentação animal, incluindo EUA e Canadá. No Brasil seu uso também encontra amparo legal e existem produtos no mercado, desde o final dos anos noventa e início do segundo milênio, para suínos e bovinos, respectivamente.
                Os beta-agonistas não são considerados hormônios, bem como não possuem função antimicrobiana. Na medicina humana são utilizados a mais de trinta anos como bronco dilatadores
                O médico veterinário Gerson Catalan, diretor técnico do Instituto Catarinense de Defesa Agropecuária, afirma que a ractopamina não representa qualquer perigo ao consumidor. E acrescenta: “A Ractopamina não é um promotor de crescimento e sim um repartidor de energia. Atua principalmente na conversão alimentar (menor consumo de alimento para produzir um quilograma de carcaça), no ganho de peso diário (atinge o peso desejado de abate mais cedo) e faz com que a carcaça do suíno tenha um menor percentual de gordura, ou seja, traz benefícios econômicos ao produtor e carne com menor percentual de gordura que é mais saudável para o consumidor”.


EXPLICANDO A CARNES  CONTAMINADAS PRA  RUSSIA.

PRA GAZETA CENTRAL
16/10/2015        



Recentemente a Rússia proibiu a importação de carne bovina e suína de vários frigoríficos nacionais, incluindo plantas das maiores indústrias de carne nacionais como JBS e Minerva. Hoje está claro que o principal motivo que levou a Rússia a adotar tal restrição à carne brasileira atende pelo nome de ractopamina.

                
Mesmo tendo a Comissão do Codex Alimentarius (Comissão científica estabelecida pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura e OMS - Organização Mundial de Saúde) adotado normas globais de segurança de alimentos para a ractopamina em 2012 e, sem existir qualquer comprovação de que tal produto possa fazer mal a saúde, alguns países alinhados com protocolos da União Europeia não aceitam o seu uso. Inclui-se nestes países o nosso maior mercado individual de carnes: a Rússia.



    VOLTA  REJEITAR  A CARNE  BRASILEIRA            


A Rússia, como país comprador, com amparo no princípio da reciprocidade, adotado pela OMC – Organização Mundial do Comércio, ao não autorizar o uso da substância em seu país, encontra amparo para exigir do Brasil que as carnes: bovina e suína que lhes sejam vendidas sejam de animais que não foram submetidos à alimentação em que a ractopamina tenha sido utilizada.
                

O Brasil, por sua vez é um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo, com países compradores de grãos e carnes em todos os continentes. E, portanto, deverá estar atento ao que desejam seus países compradores. Ou simplesmente procurar outros países que aceitem seus produtos.
                

Neste caso não parece lógico por dois pontos: primeiro trata-se do maior país importador da carne nacional e, segundo é relativamente fácil atender o que a Rússia exige por direito.
                

O Brasil tem a maioria de seus bovinos criados a pasto não fazendo uso da ractopamina, que é utilizada em confinamentos. Fazer uma separação destes fornecedores a nível de indústria, numa época em que tudo é feito por leitor digital de código de barras é tão simples quanto é para uma dona de casa separar tomates bons dos ruins na gôndola do supermercado.
                

As normas nacionais exigem que os produtores ao encaminharem seus animais para abate assinem uma declaração informando a não utilização de substâncias proibidas e seus hábitos de criação. 


Declaração esta que acompanha a Guia de Trânsito Animal – GTA, sem a qual nenhum animal pode ser transportado e, onde constam as certificações sanitárias do órgão de defesa animal dos estados.
                

Os frigoríficos para enviarem seus produtos para a Rússia assinam uma Declaração para o Serviço de Inspeção Federal – SIF garantindo que tais produtos foram oriundos de animais não alimentados com a ractopamina. E, diante desta declaração, o Governo Brasileiro certifica através de uma declaração adicional específica para cada Certificado Sanitário Internacional emitido para Rússia que aquele produto é livre de ractopamina.
                

Portanto, a detecção desta substância em produtos cárneos oriundos do Brasil, em solo russo, demonstra no mínimo a ineficiência em controle relativamente simples. Neste caso está corretíssima a Rússia em exigir maior controle das autoridades nacionais e desabilitar as plantas que cometeram a violação.
                

Em que pese a imensa necessidade da exportação de produtos agropecuários, para de alguma forma ajudar equilibrar nossa combalida economia, o Governo Brasileiro, por intermédio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, teria que punir no mais extremo rigor da Lei estas empresas que não só tentam prejudicar nosso comércio internacional mas que, para tanto, oferecem declarações inverídicas para subsidiar a assinatura de um documento oficial.

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