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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Coordenador do grupo que tem promovido protestos, a partir das redes sociais, contra o governo Dilma foi ouvido nesta terça-feira pela CPI dos Crimes Cibernéticos

agência câmara
O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Alberto Gatti Nunes, criticou o convite feito a ele para comparecer à CPI dos Crimes Cibernéticos. Nunes esteve presente na reunião desta terça-feira (20) da comissão e considerou a iniciativa do colegiado uma forma de cercear a liberdade de expressão da juventude.
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para deliberação de requerimentos. Coordenador Nacional do Movimento Brasil Livre - MBL, Rubens Alberto Gatti Nunes
Rubens Nunes, do MBL: "CPI tem de procurar estelionatários, pedófilos e não buscar calar um movimento social"
Ele declarou que se sente “perseguido e constrangido” pela CPI por se manifestar contrariamente ao PT e ao governo. “A CPI dos Crimes Cibernéticos tem de procurar estelionatários, pedófilos, criminosos, traficantes e não buscar calar um movimento social”, afirmou.
Fundado em São Paulo no ano passado, o MBL ficou conhecido por promover, a partir das redes sociais, protestos contra a gestão Dilma Rousseff e a corrupção.
Autor do convite, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) rebateu a declaração de Nunes e afirmou que solicitou a presença do coordenador justamente pelo fato de Nunes ser parte de um grupo que se manifesta contra o governo, uma vez que grupos favoráveis também foram convidados pelo colegiado.
“Comparando com o Dilma Bolada [perfil em redes sociais de sátira positiva à presidente Dilma Rousseff], vejo que o MBL tem uma linha de atuação pautada por injúria, difamação e calúnia mais do que o Dilma Bolada. E estou falando de fatos”, respondeu Wyllys. "Já que se trata de patrulha ideológica, ou se alguém quer entender assim, temos de trazer as duas atuações ideológicas para essa CPI ser honesta”, completou.
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para deliberação de requerimentos. Dep. Jean Wyllys (PSOL - RJ)
Segundo Jean Wyllys, grupos favoráveis ao governo também foram convidados: comissão deve ouvir todas as orientações ideológicas
O parlamentar criticou vídeo postado por um integrante do MBL que dizia que “os negros estão roubando as vagas das universidades federais” e questionou o coordenador se ele concordava com tal afirmação. Nunes disse que não apoia essa manifestação, mas se posiciona contrário às cotas. “A cor de pele não faz o mérito para ninguém”, disse Nunes.
Vídeos
Wyllys também afirmou que foi caluniado por membros do MBL. Segundo o parlamentar, o movimento fez postagens de vídeos que diziam que Wyllys afirmava que “cristãos eram nojentos” ou que ele “teria tramado a morte de um músico que o criticava”.

Rubens Nunes respondeu que os vídeos citados pelo deputado não foram feitos pelo MBL e que o movimento não endossa tais declarações.
Financiamento
Rubens Nunes também negou que parlamentares ou partidos políticos financiem o MBL e informou que o movimento é sustentado por doações de apoiadores. Ele também refutou a ideia de que o grupo atende a interesses internacionais e empresariais.

Por sua vez, o deputado Odorico Monteiro (PT-CE) disse que o MBL é uma iniciativa golpista, centrada no ódio. “Vocês produzem o tempo inteiro uma tensão para desconstruir o processo democrático”, declarou. O parlamentar também criticou a “intolerância” do grupo: “Vocês estão na contramão dos valores da história”.
Nunes, mais uma vez, rebateu e questionou o deputado se o PT foi golpista no impeachment de Fernando Collor e quando defendeu o afastamento de Fernando Henrique Cardoso. “Não somos golpistas, golpismo é quem está envolvido em corrupção”, sustentou o coordenador.
Divergência
O deputado Laerte Bessa (PR-DF) defendeu o MBL e disse acreditar que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, vai deferir o pedido de impeachment de Dilma. Após ser criticado por defender Cunha, Bessa jogou um copo de água no rosto de um participante que se manifestou na CPI.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) cobrou dos parlamentares do colegiado que se manifestem com relação ao ato de Bessa. “Hoje é um copo d'água; amanhã vai ser um tiro?”, indagou a deputada.
Tensão política
A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), afirmou que Nunes foi apenas convidado para esclarecer a respeito do papel do Movimento Brasil Livre. A parlamentar destacou que, apesar do debate acalorado, o depoimento vai contribuir para o relatório final do colegiado.

“Sem dúvida, a gente percebe que existe uma tensão nas redes sociais. A gente tem de avaliar quando é apenas uma crítica ou quando se torna um crime cibernético”, ponderou a presidente.

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