IMPRENSA BELGICA
23/03/2016
Atentados coordenados no aeroporto e no metrô de Bruxelas deixaram nesta terça-feira ao menos 34 mortos e 200 feridos, em um novo ataque reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico no coração da Europa e quatro meses depois dos atentados de Paris.
Um dos dois homens-bomba ter detonado terça-feira em Aeroporto de Bruxelas, Ibrahim El Bakraoui, abandonado "em uma lata de lixo" de um computador que contém a sua vontade, onde ele diz "não saber o que fazer", porque é "procurou em todos os lugares", disse o procurador federal belga na quarta-feira.
Esta "vontade" foi encontrado em um computador, abandonado em uma lata de lixo na rua na comuna de Bruxelas de Schaerbeek, onde a polícia realizou uma série de incursões terça-feira a descoberta "15 quilos do tipo TATP explosivo, 150 litros de acetona, 30 litros de peróxido de hidrogênio, detonadores, uma mala cheia de pregos e parafusos ", disse o promotor, Frédéric Van Leeuw, durante uma conferência de imprensa.
Além disso, "os materiais para fazer dispositivos explosivos (recipientes de plástico, utensílios diversos, ventiladores)" foi encontrado no apartamento, a polícia procurou através do testemunho de um motorista de táxi que havia reconhecido três suspeitos em uma foto libertados pelas autoridades terça-feira, de acordo com o promotor.
O motorista de táxi disse que tinha levado na terça-feira de manhã no Aeroporto Internacional de Bruxelas-Zaventem três assaltantes, um dos quais ainda está foragido depois de ser abandonado no partidas do aeroporto hall de um saco continha "a maior carga explosiva", mas que não explodiu, disse o promotor.
A "vontade" de Ibrahim El Bakraoui, visivelmente confuso, parece não ter nenhuma referência à organização jihadista Estado Islâmico, que reivindicou os ataques, que mataram 31 pessoas e feriram cerca de 270 na terça-feira em Bruxelas.
"Ele disse, e cito, + ter pressa +, + não saber o que fazer + + + ser procurado em todos os lugares, + não será mais seguro", "detalhada Sr. Van Leeuw.
O "testamento" também afirma que "+ se arrastar-se, eles podem terminar ao lado dele em uma cela", acrescentou o promotor, que parece referir-se ao principal suspeito dos atentados de Paris, Salah Abdeslam capturado sexta-feira em Molenbeek depois de mais de quatro meses em fuga e encarcerado na unidade de alta segurança na prisão de Bruges.
© 2016 AFP. Todos os direitos d
A população mostra que já estava esperando para pagar esse preço, houve falhas na segurança do serviço de inteligência, é um País pequeno mas esta dentro do coração da Europa.
Menos de 24 horas após os atentados de Bruxelas, a polícia da Bélgica identificou nessa quarta-feira, 23, dois dos autores do ataque ao Aeroporto Internacional de Zaventem. Os homens-bomba, que deixaram pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos, seriam os irmãos Khalid e Ibrahim El Bakraoui, foragidos na terça-feira da semana passada de uma operação em Forest, nas imediações da capital. A descoberta, revelada pela rede de televisão RTBF, confirma os vínculos do ataque de ontem com os realizados em Paris em 13 de novembro.
Khalid e Ibrahim El Bakraoui já tinham antecedentes policiais antes de aderirem ao grupo Estado Islâmico e seriam dois dos jihadistas que prestaram apoio durante os quatro meses de fuga de Salah Abdeslam, o único dos dez terroristas de Paris que sobreviveu e fugiu da capital francesa. Há nove dias, os dois haviam escapado da operação de polícia que resultou na morte de Mohamed Belkaid, suspeito de ter mantido contato telefônico constante com os terroristas de Paris. Belkaid teria sido o destinatário da mensagem "Vai começar", enviada às 21h42 de 13 de novembro, instantes antes da invasão da casa de shows Bataclan, em Paris.
Os três seriam membros de uma célula terrorista do Estado Islâmico formada por moradores ou ex-moradores de Molenbeek, o distrito de Bruxelas com maior concentração de comunidades muçulmanas. Além deles, dois outros são considerados foragidos: Nijaim Laarchaoui e Mohamed Abrini. O primeiro é suspeito de ser o armeiro do grupo, ou seja, o fabricante dos explosivos utilizados nos ataques suicidas de Paris. Suas impressões digitais foram encontradas em fragmentos dos cinturões utilizados.
O segundo teria participado da logística dos atentados na França - há imagens de circuitos internos de filmagem que mostram sua presença ao lado de Abdeslam às vésperas do crime.
A polícia da Bélgica não descarta que os dois, Laarchaoui e Abrini, tenham participado dos atentados de Bruxelas na terça-feira. As identidades de dois suspeitos de terem integrado o comando que atacou o aeroporto de Zaventem e a estação de metrô de Maelbeek, no centro da capital belga, continuam desconhecidas.
Duas explosões aconteceram na área de embarque do aeroporto internacional de Zaventem, a nordeste da capital belga, com um balanço provisório de pelo menos 14 mortos e 96 feridos, segundo o corpo de bombeiros.
Outra explosão um pouco mais tarde no metrô de Bruxelas, na estação Maalbeek, em pleno coração do bairro europeu, deixou "provavelmente 20 mortos e 106 feridos", afirmou o prefeito da cidade, Yvan Mayeur, em uma entrevista coletiva.
Segundo o procurador federal da Bélgica, Frederic Van Leeuw, provavelmente dois homens-bomba atuaram no aeroporto de Bruxelas e o terceiro atacante está sendo procurado.
Buscas estão em andamento e testemunhas são interrogadas, afirmou o procurador em coletiva de imprensa. Segundo a procuradoria, uma bomba com pregos e uma bandeira do grupo extremista Estado Islâmico foram encontradas em operações feitas na comuna de Schaerbeek, em Bruxelas.
A polícia belga já tinha lançado um chamado a testemunhas para reconhecimento de um suposto autor do ataque ao aeroporto.
Foi publicada na conta no Twitter @police_temoin a foto de um homem com uma camiseta branca e chapéu preto empurrando um carrinho de bagagens no aeroporto, acompanhada da frase: "#Terrorismo. Quem reconhece este homem?".
Mais cedo, as autoridades tinham divulgado uma foto do mesmo homem, acompanhado de outros dois que também empurravam carrinhos de bagagem e usavam uma luva preta na mão esquerda.
As autoridades encontraram, ainda, uma terceira bomba que não explodiu no aeroporto. O artefato foi destruído em uma explosão controlada.
"Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", afirmou o primeiro-ministro Charles Michel em uma entrevista coletiva, na qual pediu à população "tranquilidade e solidariedade".
Michel chamou os atentados de "cegos, violentos e covardes", que deixaram "muitos mortos, muitos feridos graves".
Os atentados foram reivindicados em um comunicado do grupo Estado Islâmico, difundido na Internet.
"Uma célula secreta de soldados do califado (...) realizou um ataque contra o estado cruzado da Bélgica, que está lutando contra o Islã e seu povo", afirmou.
Os atacantes usavam coletes e artefatos explosivos, assim como metralhadoras, destacou o comunicado, acrescentando que "detonaram seus coletes" em meio às vítimas no aeroporto e no metrô.
O comunicado também advertiu que os países que combatem os extremistas têm "dias obscuros pela frente".
Mais cedo, a agência de notícias Aamaq, vinculada ao EI, tinha noticiado que "combatentes do Estado Islâmico lançaram uma série de atentados com cintos explosivos e dispositivos na terça-feira contra um aeroporto e uma estação de metrô no centro da capital belga, Bruxelas".
As explosões desta terça-feira acontecem após a detenção, na sexta-feira, em Bruxelas, de Saleh Abdeslam, principal suspeito dos ataques terroristas de Paris em novembro, que deixaram 130 mortos, após quatro meses de fuga.
Mas, para o procurador federal belga, é muito cedo para estabelecer vínculos entre os ataques de Bruxelas e os de Paris.
Tiros e gritos em árabe
"O teto caiu, havia um cheiro de pólvora", contou à AFP Jean Pierre Lebeau, um francês que acabara de chegar de Genebra, em alusão às duas explosões quase simultâneas registradas no aeroporto pouco após as 08h00 locais (04h00 de Brasília).
"Um homem gritou palavras em árabe e escutei uma grande explosão", disse à AFP Alphonse Lyoura, que trabalha no setor de bagagens dos voos para a África.
"Era um pânico geral. Eu me escondi e esperei cinco, seis minutos. Algumas pessoas vieram me pedir ajuda", acrescentou, mostrando as mãos ensanguentadas.
"Ajudei ao menos sete feridos. Tiraram cinco corpos que já não se moviam. Muitos perderam as pernas".
Uma hora depois do ataque ao aeroporto, centenas de pessoas ainda eram retiradas do local.
Imagens exibidas por canais de televisão mostraram cenas de pânico, com centenas de passageiros fugindo do terminal, em meio à fumaça e vidros quebrados.
Horror no metrô
Quase uma hora depois dos ataques no aeroporto, outra explosão foi registrada em uma estação de metrô de Maalbeek, quando muitas pessoas entravam no local. A estação fica no coração do bairro das instituições europeias.
O prefeito Mayeur afirmou que a situação no metrô era "caótica", com um "trabalho importante para identificar as vítimas" e um balanço provisório.
"A explosão foi muito violenta, a ponto de derrubar três muros em um estacionamento subterrâneo da estação", afirmou o porta-voz dos bombeiros.
Um jornalista da AFP observou do lado de fora da estação 15 pessoas, com os rostos ensanguentados, recebendo atendimento médico.
Imagens da TV mostraram um vagão de metrô completamente destruído.
Reforço da segurança
Os 28 líderes da União Europeia, assim como os titulares das instituições europeias, afirmaram em um comunicado conjunto pouco habitual que os atentados são "um ataque à nossa sociedade democrática aberta".
O ministro belga do Interior, Jan Jambon, elevou o alerta de ameaça terrorista no país ao nível máximo.
Em meio ao estado de alerta e a grande confusão, membros do esquadrão anti-bombas do exército detonaram um pacote suspeito no aeroporto.
O canal de televisão VTM informou que se tratava de um colete de explosivos.
As autoridades belgas fecharam o metrô, o aeroporto, o serviço de bondes, ônibus, assim como as principais estações ferroviárias da capital. O aeroporto permanecerá fechado na quarta-feira.
A Comissão Europeia pediu aos funcionários que não compareçam ao trabalho ou permaneçam nos escritórios.
O centro de crise do governo belga solicitou aos moradores de Bruxelas que permaneçam em casa.
As autoridades também reforçaram a vigilância nas centrais nucleares do país com "medidas de segurança adicionais", informou à AFP um porta-voz da Agência Federal de Controle Nuclear (AFCN).
Ao mesmo tempo, as autoridades de vários países europeus reforçaram a segurança em seus aeroportos e fronteiras. Grã-Bretanha, França, Alemanha, Holanda e Dinamarca anunciaram a intensificação dos controles.
Além disso, a linha Eurostar, que liga Paris e Londres com Bruxelas por trem, suspendeu as viagens à capital belga.
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