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quarta-feira, 20 de julho de 2016

A HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASIL PARTE II A DECADENCIA DOS POVOS PENINSULARES E A IGREJA DE HOJE MORAL<<>> POLÍTICO E ECONÔMICO





RENATO SANTOS 20/07/2016   Estamos acostumados a ficar calados e aceitar esse líderes religiosos  até mesmo como santos, mas,  na realidade  não são, os verdadeiros santos estão descritos na Bíblia, bem que na verdade vivem no meio de nós nesses tempos tão dificultoso até mesmo para professar a verdadeira fé. Mas se passarmos  a conhecer  o passado da nossa história passaremos entender o real significado da diferença da religião e de ser cristão.


E esse objetivo tentar despertar o cristianismo verdadeiro que há dentro de você e não a apostasia de uma religião que praticamente esta morta.

Mas para entender, tudo isso precisamos voltar ao passado, ver a nossa  cultura  e  a  origem dos povos peninsulares no Brasil.

Os artigos, aqui reunidos, visam apresentar resumidamente aspectos da cultura brasileira. A complexidade dessa cultura, quase que obrigatoriamente, remete os estudiosos as origens dos povos peninsulares. Isto significa que sem um prévio conhecimento, mesmo que este conhecimento seja fragmentado e resumido dos povos Ibéricos, dificilmente se obterá minimamente o entendimento do povo brasileiro.

A permanência dos Holandeses em Pernambuco, obrigatoriamente, fez com que os Jesuítas reagissem na defesa do seu patrimônio cultural e espiritual. Entra em cena o mais brilhante padre jesuíta: Antonio Vieira. Para descrever a vida deste personagem e suas ações foi selecionado Artigo escrito pelo Reverendo Hermisten.

Para tanto dentro de uma visão mais verdadeira a que podemos chegar, temos a  Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos. Discurso proferido por Antero de Quental, numa sala do Cassino Lisbonense, em Lisboa, no dia 27 de Maio de 1871, durante a 1ª sessão das conferências Democráticas. Meus Senhores: A decadência dos povos da Península nos três últimos séculos é um dos fatos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único grande fato evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do historiador filósofo.

O Brasileiro foi um povo orientado  a não pensar  durante  esses séculos que passou, doutrinado a seguir as ordens dos líderes de suas religiões e escravizados na obscuridade da pior cegueira que podemos ter a falta  do conhecimento, então vamos, começar a enxergar , conheço quanto é delicado este assunto, e sei que por isso, dobrados deveres se impõem à minha crítica. 

Para uma assembléia de estrangeiros não passará esta duma tese histórica, curiosa sim para as inteligências, mas fria e indiferente para os sentimentos pessoais de cada um. Num auditório de peninsulares não é, porém assim. 

A história dos últimos três séculos perpetua-se ainda hoje entre nós em opiniões, em crenças, em interesses, em tradições, que a representam na nossa sociedade, e a tornam de algum modo atual. 

Há em nós todos, uma voz íntima que protesta em favor do passado, quando alguém o ataca: a razão pode condená-lo: o coração tenta ainda absolvê-lo. É que nada há no homem mais delicado, mais melindroso, do que as ilusões: e são as nossas ilusões o que a razão critica, discutindo o passado, ofende, sobretudo em nós.

A Península, durante os séculos XVII, XVIII e XIX; apresenta-nos um quadro de abatimento e insignificância, tanto mais sensível quanto contrasta dolorosamente com a grandeza, a importância e a originalidade do papel que desempenhamos no primeiro período da Renascença, durante toda a Idade Média, e ainda nos últimos séculos da Antiguidade. 

Logo na época romana aparecem os caracteres essenciais da raça peninsular: espírito de independência local e originalidade de gênio inventivo. Em parte alguma custou tanto à dominação romana o estabelecer-se, nem chegou nunca a ser completo esse estabelecimento. 

Essa personalidade independente mostra-se claramente, na literatura, onde os espanhóis Lucano, Sêneca, Marcial, introduzem no latim um estilo e uma feição inteiramente peninsulares, e singularmente característicos. 

Eram os prenúncios da viva, originalidade que ia aparecer nas épocas seguintes. Na Idade Média a Península, livre de estranhas influências, brilha na plenitude do seu gênio, das suas qualidades naturais. 

O instinto político de descentralização e federalismo patenteia-se na multiplicidade de reinos e condados soberanos, em que se divide a Península, como um protesto e uma vitória dos interesses e energias locais, contra a unidade uniforme, esmagadora e artificial. 

Dentro de cada uma dessas divisões as comunas, os forais, localizam ainda mais os direitos, e manifestam e firmam, com um sem número de instituições, o espírito independente e autonômico das populações. E esse espírito não é só independente: é quanto a época o comportava, singularmente democrático. Entre todos os povos da Europa central e ocidental, somente os da Península escaparam ao jugo de ferro do feudalismo.

No mundo da inteligência não é menos notável a expansão do espírito peninsular durante a Idade Média. O grande movimento intelectual da Europa medieval compreende a filosofia escolástica e a teologia, as criações nacionais dos ciclos épicos, e a arquitetura. 

Em nada disto se mostrou a Península inferior às grandes nações cultas, que haviam recebido a herança da civilização romana. Demos à escola filósofos como Raimundo Lúlio; à Igreja, teólogos e papas, um deste português, João XXI. As escolas de Coimbra e Salamanca tinham uma celebridade européia: nas suas aulas viam-se estrangeiros de distinção atraídos pela fama dos seus doutores. 

Entre os primeiros homens do século XIII está um, monarca espanhol, Afonso, o Sábio, espírito universal, filósofo, político e legislador. Nem posso também deixar esquecidos os mouros e judeus, porque foram uma das glórias da Península. A reforma da escolástica, nos séculos XIII e XIV, pela renovação do aristotelismo, foi obra quase exclusiva das escolas árabes e judaicas de Espanha.

Entre as 43 Universidades estabelecidas na Europa durante o século XVI, 14 foram fundadas pelos reis de Espanha. A filosofia neoplatónica, que substituía por toda a parte a velha e gasta escolástica, foi adotada pelos espíritos mais eminentes. 

Um estilo e uma literatura novos surgiram com Camões, com Cervantes, com Gil Vicente, com Sá de Miranda, com Lopes de Vega, com Ferreira. Demos às escolas da Europa sábios como Miguel Servet, precursor de Harvey, filósofos como Sepúlveda, um dos primeiros peripatéticos do tempo, e o português Sanches, mestre de Montaigne. 

A família dos humanistas, verdadeiramente característica da Renascença, foi representada entre nós por André de Resende, por Diogo de Teive, pelo bispo de Tarragona, Antonio Augustin, por Damião de Góis, e por Camões, cuja inspiração não excluía uma erudição quase universal. Finalmente, a arte peninsular ergue nessa época um vôo poderoso, com a arquitetura chamada manuelina, criação duma originalidade e graça surpreendentes, e com a brilhante escola de pintura espanhola, imortalizada por artistas como Murillo, Velásquez, Ribera. 

Fora da pátria guerreiros ilustres mostravam ao mundo que o valor dos povos peninsulares não era inferior à sua inteligência. Se as causas da nossa decadência existiam já latentes, nenhum olhar podia ainda então descobri-Ias: a glória, e uma glória merecida, só dava lugar à admiração. 

Deste mundo brilhante, criado pelo gênio peninsular na sua livre expansão, passamos quase sem transição para um mundo escuro, inerte, pobre, ininteligente e meio desconhecido. Dir-se-á que entre um e outro se meteram dez séculos de decadência: pois bastaram para essa total transformação 50 ou 60 anos! Em tão curto período era impossível caminhar mais rapidamente no caminho da perdição.

O que levou a decadencia desses povos penincula é o mesmo que esta levando as nossas igrejas de hoje a um colapso total se não abrirmos  os nossos olhos, como dizem, mudasse de personagem, porém, a história se repete. E fica uma pergunta :

Quais as causas dessa decadência, tão visível, tão universal, e geralmente tão pouco explicada?

Vamos responder e nem precisa fazer certas comparações para quem realmente tem CRISTO JESUS no centro  do homem, vai entender.

Examinemos os fenômenos que se deram na Península durante o decurso do século XVI, período de transição entre a Idade Média e os tempos modernos, e em que aparecem os germes, bons e maus, que mais tarde, desenvolvendo-se nas sociedades modernas, deram a cada qual o seu verdadeiro caráter. Se esses fenômenos forem novos, universais, se abrangerem todas as esferas da atividade nacional, desde a religião até à indústria, ligando-se assim intimamente ao que há de mais vital nos povos estarei autorizado a empregar o argumento (neste caso, rigorosamente lógico) post hoc, ergo propter hoc, e a concluir que é nesses novos fenômenos que se devem buscar e encontrar as causas da decadência da Península.

Ora esses fenômenos capitais são três, e de três espécies: um moral, outro político, outro econômico. 

O primeiro é a transformação do catolicismo, pelo Concílio de Trento. 
O segundo, o estabelecimento do absolutismo, pela ruína das liberdades locais. 
O terceiro, o desenvolvimento das conquistas longínquas. 

Estes fenômenos assim agrupados, compreendendo os três grandes aspectos da vida social, o pensamento, a política e o trabalho, indicam-nos claramente que uma profunda e universal revolução se operou, durante o século XVI, nas sociedades peninsulares. Essa revolução foi funesta, funestíssima. 

Se fosse necessária uma contraprova, bastava considerarmos um fato contemporâneo muito simples: esses três fenômenos eram exatamente o oposto dos três fatos capitais, que se davam nas nações que lá fora cresciam, se moralizavam, se faziam inteligentes, ricas, poderosas, e tomavam a dianteira da civilização.

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