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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A NOVA ORDEM MUNDIAL CHAMADA BRICS <<<< E OS SEUS NOVOS OBJETIVOS <<>> QUAL A IMPORTÂNCIA PÁRA O BRASIL E A VENEZUELA <<>> O CONTROLE DA ECONIMIA EM SUAS MÃOS<<>> E O SEU FUNDADOR O INGLÊS JIM O NEILL




RENATO SANTOS   02/11/2016   Muitas pessoas não sabem o que é BRICS, e quem é seu fundador, e o perigo que estamos correndo de termo apenas uma organização no controle da economia do País ou até apenas um " rei" com todos os poderes nas suas mãos, fazendo do SENADO E CÂMARA DOS DEPUTADOS seus " bonecos de controles " e até o PODER JUDICIÁRIO

O STF e nas escolhas de seus candidatos a cargos que eles querer colocar, seja prefeito, vereador e deputado estadual, além de controlar as grandes mídias, de rádio e tv, e jornais, portais de noticias, a qual se estiverem com eles, serão considerados opositores, isso explica o que acontece na VENEZUELA e logo será no Brasil,.



Essa organização já tem em suas mãos os controles  da ECONOMIA POLITICA e tudo de outras NAÇÕES, como  a RUSSIA, CHINA , ÍNDIA, AFRICA DO SUL, e agora o BRASIL. vamos por parte.

VAMOS COMEÇAR

A) RUSSIA : Controla, CUBA, VENEZUELA, NICARAGUA, fora outros PAÍSES como SÌRIA, IRAQUE,  e alguns PAÍSES  da velha EUROPA.
B) INDIA : PAQUISTÃO, NEPAL, BUTÃO,BANGLADESH, entre outros.
C) CHINA : Afeganistão, , Cazaquistão, Coreia do Norte, , Laos, Myanmar, Mongólia,  Quirguistão, Tajiquistão e Vietnã.
D)AFRICA DO SUL  :Angola, Botswana, Burundi, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Lesoto, Madagascar, Malawi, Moçambique,Namíbia, Quênia, 
Ruanda, Suazilândia, Tanzânia, Uganda, Zâmbia, Zimbábue.
E) BRASIL :Era para o Brasil dominar o MERCOSUL ,mas a ganancia do PT e do LULA mais a DILMA, forçou a BRICS tomar a seguinte decisão isolar o País durante a gestão desses " governantes" por causa da sua ideologia que começou a incomodar o fundador da BRICS JIN O NELL, depois falaremos dele,  com isso tomou as devidas decisões para tirar do pt o poder, mas deixa-lo sobreviver com algumas observações.

Hoje o Brasil faz parte da BRICS, mas como o mesmo objetivo dominar a economia  com a pec 241,dentro da democracia liberdade de expressão e do voto e da justiça para onde ver até onde vai a qual ele querem passar, os PAÍSES a qual o Brasil pretende trazer: 

NA EUROPA O PORTUGAL OBJETIVO ISOLAR DA UNIÃO EUROPÉIA COMO FIZERAM COM A INGLATERRA, NÃO INTERESSA PARA BRICS  o fortalecimento da U.E,e trazer outros PAÍSES da EUROPA, como FRANÇA, ALEMANHA  que já estão seguindo os PAÍSES que já saíram.

Eles tem outros objetivos, trazer a VENEZUELA, depois de tirarem NICOLAS MADURO do poder, para destruir a UNASUL E O MERCOSUL,eles não vão aceitar concorrência para isso querem tirar o comando de CUBA e deixar para CHINA e da VENEZUELA  para deixar a RUSSIA, depois das eleições AMERICANAS A BRICS  está de olho , onde vão começar a fazer acordos com outros  Países como AUSTRÁLIA, CANADÁ, esses já estão como eles, só questão de formalizar. Mas você sabe que é o fundador da BRICS.


Jim O'Neill é um economista inglês que ocupa atualmente o cargo de chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs desde 2001. 

Ele é mais conhecido por ter criado o termo BRIC para se referir às economias do BrasilÍndiaRússia e China. Posteriormente, houve a adesão da África do Sul, e foi acrescentado um 'S' do inglês South Africa, mudando o nome BRIC para BRICS.

O'Neill tem um particular interesse e sucesso no Mercado Internacional de Divisas e foi descrito em 2005 por Gavyn Davies, o principal executivo da BBC entre 2001 e 2004, como um dos "principais economistas do Mercado Internacional de Divisas do mundo na década passada". Ele é membro do Conselho Consultivo Internacional do Centre for Rising Powers na Universidade de Cambridge.

Tabela 1 Dados Econômicos e Populacionais do BRIC e Países não BRIC Selecionados (2010) Categoria País Taxa média anual de crescimento (2001-2010) PIB* (em bilhões de US$) PIB per capita* (em US$) População (em milhões) Países integrantes do BRIC Brasil 3,6% 2.143 11.089 193 Rússia 4,9% 1.487 10.408 143 Índia 7,4% 1.598 1.342 1.191 China 10,5% 5.930 4.421 1.341 Países não integrantes do BRIC África do Sul 3,5% 363 7.271** 50** Indonésia 5,2% 708 2.981 238 México 1,7% 1.035 9.219 112 Nigéria 9,1% 197 1.261** 156** Turquia 4,0% 735 10.062 7.

A HISTÓRIA DA ÁFRICA DO SUL VEJAMOS NA BRICS :

Em abril de 2011, por ocasião da 3a Cúpula dos BRICS, a África do Sul ingressou formalmente como membro permanente deste grupo. O país, entretanto, possui uma dimensão econômica, territorial e populacional inferior à dos demais BRICS, apresentando também indicadores inferiores – em um ou mais destes aspectos – aos de outros candidatos ao ingresso no grupo, como México, Indonésia e Turquia. Por que a África do Sul foi o primeiro país a ingressar no grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) desde sua primeira cúpula presidencial 255 Contexto Internacional (PUC) Vol. 37 no 1 – jan/jun 2015 1ª Revisão: 19/03/2015 * Artigo recebido em 2 de fevereiro de 2015 e aprovado para publicação em 24 de março de 2015. Versão anterior deste artigo foi publicada em Ribeiro e Moraes (2012). ** Pós-graduado em Métodos Matemáticos Aplicados à Economia e Finanças pela Universidade de Brasília (UnB) e técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2009 e 2014. E-mail: eltonjony@yahoo.com.br. *** Doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de Oxford e técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). E-mail: rodrigo.moraes@ ipea.gov.br

O argumento central é que o ingresso da África do Sul deve ser compreendido por meio do entendimento de que a força do grupo reside, sobretudo, no símbolo que ele representa. O grupo tem sido útil, sobretudo, para qualificar os seus integrantes como representantes de uma nova ordem internacional, na qual os países do “Sul Global” apresentam peso econômico e político cada vez mais relevante em comparação aos países do “Norte Global”. A África do Sul, neste caso, passou a desempenhar o papel de representante do continente africano, somando-se aos representantes da América Latina (Brasil), da Ásia (China, Índia) e das chamadas economias em transição (Rússia). Desta forma, uma parcela maior das regiões do mundo em desenvolvimento passa a estar representada no grupo, fortalecendo a imagem do BRICS de símbolo das mudanças em curso na ordem internacional. Este artigo é dividido em três seções, além desta introdução e das considerações finais. Na primeira seção, demonstra-se como, observando-se apenas indicadores econômicos, demográficos e territoriais, faria mais sentido se outro candidato mais “apto” ingressasse no grupo BRIC. Na segunda seção, analisa-se a importância simbólica do BRIC e como este conceito tem sido utilizado por Brasil, Rússia, Índia e China em prol de seus interesses. Na terceira seção, analisa-se o ingresso sul-africano no grupo, estando a seção dividida em duas subseções: a primeira analisa a importância de se ter um país africano no grupo e a segunda busca explicar o porquê de a África do Sul, especificamente, ter sido “selecionada”, em detrimento de outros países africanos, como a Nigéria.

Assim, quando reivindicam maior poder em instituições multilaterais, os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul fortalecem suas posições ao “carimbar” sobre elas o símbolo BRICS. Quando os países do grupo fazem reivindicações desta forma (amparadas pelo poder simbólico do acrônimo), estas passam a ser realizadas não apenas por um único país – nem mesmo por um grupo formal chamado BRICS. Passam a estar vinculadas simbolicamente a um conjunto amplo de transformações na ordem mundial, representado pelo BRICS. Tomando como exemplo a reivindicação por maior participação nas votações no FMI (ponto em que os governos dos BRICS possuíam, ao final de 2011, maior convergência) (THE ECONOMIST, 2011), o peso da reivindicação adveio não apenas da força dos países individualmente, ou mesmo do grupo BRICS, mas também do símbolo BRICS, utilizado como instrumento que lhe confere mais legitimidade.
A Rússia, juntamente com o Brasil, foi o país que mais buscou articular a transformação do conceito BRICS em um grupo formal (BARBOSA, 2009; AMORIM, 2011). Os seus objetivos em integrá-lo são, sobretudo: i) associar-se a uma imagem de dinamismo, contrapondo-se à perspectiva de que o país é um poder decadente (NYE, 2011); ii) conferir legitimidade à sua busca por mudanças na ordem internacional, reinserindo-se como um país central nas grandes decisões internacionais (ROBERTS, 2010, passim); e iii) atenuar a imagem de um Estado cuja política externa é tradicionalmente associada ao hard power (ROBERTS, 2011, p. 4). Observa-se, portanto, como os seus objetivos em pertencer ao BRICS associam-se mais à busca de projeção de uma determinada imagem junto à comunidade internacional do que em estreitar laços com os demais integrantes do grupo.

A Índia, assim como o Brasil e a Rússia, tem se utilizado do símbolo BRICS para reforçar suas reivindicações por desconcentração de poder em espaços multilaterais, como demonstrado, por exemplo, no seu papel em defesa da reforma na distribuição do poder de voto no FMI (INDIA..., 2011). Ao mesmo tempo, contudo, o país tem buscado projetar-se por meio de grupos em que a China não esteja presente. Isso porque, do seu ponto de vista, a maior força da China em comparação aos demais BRICS ofusca o papel tradicional da Índia de líder ideológico do Sul Global (MANCHERI; SHANTANU, 2011). Por essa razão, entre outros espaços de atuação, a Índia busca manter ativo o Fórum IBAS, que lhe permite engajar-se com as maiores economias da América do Sul e da África sem a presença chinesa (SHARMA, 2011)

Ademais, em contraponto ao chamado Consenso de Washington, ganha força um instrumento de soft power chinês: o modelo de desenvolvimento que vem sendo denominado Consenso de Pequim, termo cunhado pelo jornalista norte-americano Joshua Ramo em 2004 (SAUTMAN, 2006, p. 14). Um aspecto do modelo que serve de atra- ção a outros países é a importância atribuída ao gradualismo, em contraponto à chamada “terapia de choque” (RAMO, 2004, p. 4-5; YAO, 2010, p. 40; OBIORAH, 2008, p. 5). Este aspecto é sintetizado na frase de Deng Xiaoping de que se deve “atravessar o rio sentindo-se as pedras”, ou seja, é preciso que mudanças sejam feitas de maneira gradual, mediante uma análise racional do que representa a melhor solução para cada país (RAMO, 2004, p. 4). Como o Consenso de Pequim é um modelo de desenvolvimento que se adapta à realidade local, ganha força a perspectiva de que a influência chinesa sobre os países africanos não é hierárquica, ao contrário da norte-americana, que por meio do Consenso de Washington teria supostamente buscado impor fórmulas universais. De fato, o sucesso de um modelo de desenvolvimento comandado pelo Estado que foi capaz de tirar De BRIC a BRICS: Como a África do Sul Ingressou em um Clube de Gigantes 269 Contexto Internacional (PUC) Vol. 37 no 1 – jan/jun 2015 1ª Revisão: 19/03/2015 400 milhões de pessoas da pobreza reacendeu o debate sobre os rumos do desenvolvimento africano, abrindo novas perspectivas (OBIORAH, 2008, p. 5). Como analisado por Obiorah (2007):

A criação do acrônimo BRIC teve o objetivo de contribuir para a compreensão do processo de decadência relativa dos países do G-7 diante da maior importância relativa de grandes países emergentes, entre os quais, segundo Jim O’Neill (2001), Brasil, Rússia, Índia e China possuiriam as perspectivas mais promissoras até 2010. O crescimento desses países seria progressivamente maior que o dos países do “Norte”, implicando a redistribuição do poder mundial, independentemente da coordenação política entre eles. Contudo, com a popularidade do termo, os quatro países decidiram transformar o conceito em um grupo. São comuns as referências às diferenças entre os países do grupo e como isso reduz as possibilidades de criação de um bloco coeso. Entretanto, ainda que uma ampla cooperação não seja viável, a popularidade do termo BRIC e o fato de este estar amparado em uma base institucional (mesmo que esta tenha um poder pequeno) reforça a legitimidade das reivindicações por reformas em organizações internacionais. Isso porque o BRIC, além de ser um conceito e um grupo, é um símbolo que os integrantes podem utilizar em reivindicações feitas para países desenvolvidos e projetos voltados para outros paí- ses em desenvolvimento.


Percepção sobre a influência no mundo de países selecionados País onde foi feita a pesquisa País sobre o qual se percebe o caráter da influência no mundo Visão positiva Visão neutra Visão negativa Nigéria China 73% 10% 17% Reino Unido 72% 8% 20% Estados Unidos 64% 4% 32% África do Sul 59% 23% 18% França 52% 21% 27% Índia 42% 28% 30% Brasil 38% 34% 28% Rússia 31% 27% 42%

Percepção sobre a influência no mundo de países selecionados País onde foi feita a pesquisa País sobre o qual se percebe o caráter da influência no mundo Visão positiva Visão neutra Visão negativa Gana Reino Unido 73% 20% 7% Estados Unidos 72% 15% 13% China 63% 23% 14% África do Sul 51% 35% 14% França 46% 39% 15% Brasil 41% 39% 20% Índia 33% 41% 26% Rússia 32% 42% 26% Quênia Estados Unidos 85% 5% 10% África do Sul 79% 12% 9% Reino Unido 79% 10% 11% China 73% 12% 15% França 65% 19% 16% Brasil 54% 26% 20% Índia 42% 23% 35% Rússia 37% 25% 38% Egito China 64% 15% 21% Reino Unido 50% 33% 17% Estados Unidos 45% 26% 29% França 42% 45% 13% Rússia 35% 44% 21% Índia 19% 57% 24% Brasil 18% 56% 26% África do Sul 14% 59% 27% Observação: A pesquisa foi conduzida pelo BBC World Service Poll em 2009-2010. Perguntou-se à população de 27 países (de todos os continentes) qual era a sua percepção sobre a influência de paí- ses selecionados no mundo. Para a tabela apresentada neste anexo, selecionou-se apenas a percepção de países da África. Em relação aos países sobre os quais se percebe o caráter da influência, selecionaram-se os BRICS, além de Estados Unidos (maior economia do mundo), França e Reino Unido (maiores ex-potências coloniais na África). Fonte: BBC World Service Poll (2010)..


NOVOS OBJETIVOS DA NOVA ORDEM MUNDIAL 

A Coreia do Sul, outro país citado como candidato a ingresso no grupo, não aparece nessa comparação por já ter alcançado tal grau de desenvolvimento econômico e social que não seria difícil incluí-la entre as economias desenvolvidas, como faz o Fundo Monetário Internacional (FMI). 2. Apesar do tamanho de sua economia e população, o México apresentou fraco crescimento econômico no período, o que fez sua participação no PIB global cair 16% entre 2000 e 2010. 3. Neste trabalho, consideram-se três dimensões do grupo: conceitual, institucional e simbólica. Na conceitual, BRIC é uma ferramenta analítica que auxilia a compreensão das mudanças em curso na ordem internacional, na qual os paí- ses do “Sul” passam a ter papel cada vez mais relevante na dinâmica do crescimento econômico global e nos rumos da política internacional. A dimensão institucional refere-se ao próprio grupo, suas reuniões, temas discutidos e acordos celebrados. A dimensão simbólica, a mais analisada no presente texto, aproxima-se da dimensão conceitual, mas vai além; nesta dimensão, o acrônimo é capaz de ser um multiplicador de força dos projetos de política externa de cada país. 4. Ver, entre outros, Barbosa (2009), Nye (2011), Weitz (2011), The Economist (2011) e Cameron (2011). 5. Tal perspectiva está presente também em Nye (2008). 6. Esta e as demais citações de originais estrangeiros foram livremente traduzidas para este artigo. 7. Uma afirmação desta natureza, mencionando a importância da desconcentração de poder mundial, está presente também em documentos oficiais do grupo, embora não de maneira tão incisiva. Ao invés de “revolução no equilíbrio mundial”, usam-se frases como: “Estamos convencidos de que as economias de mercado emergentes e os países em desenvolvimento têm potencial para desempenhar um papel ainda maior e mais ativo como motores de crescimento econômico e de prosperidade” (BRICS, 2010), ou “a voz dos países emergentes e em desenvolvimento nas relações internacionais deve ser ampliada” (BRICS, 2011). 8. A China chegou, inclusive, a pressionar a Índia a pôr fim ao Fórum IBAS, alegando superposição entre os dois grupos (MANCHERI; SHANTANU, 2011)

Esta posição foi colocada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil ao saudar o ingresso da África do Sul no BRIC (BRASIL, 2010). 10. A visão predominantemente negativa sobre a influência da China não se encontra em grandes países africanos, mas sim em alguns países da Europa (Itá- lia, onde o percentual de visão negativa foi de 72%; Alemanha, 71%; França, 64%; e Espanha, 54%;), da América do Norte (Estados Unidos, 51%) e da Ásia (destacando-se a Coreia do Sul, com percentual de 61%). Fonte: BBC World Service Poll (2010, p. 7). Em pesquisa feita em 2007 pelo Pew Global Attitudes Project, encontraram-se resultados semelhantes (KOHUT, 2007). 11. Autores como Alden e Soko (2005) e Habib (2009) falam de pretensões hegemônicas da África do Sul sobre a África e dos desafios por ela enfrentados. Particularmente útil para se compreender a questão é a divisão feita por Alden e Soko, em que a influência sul-africana é desdobrada em três áreas geográficas: i) uma hegemonia manifesta na região da União Aduaneira da África Austral [Southern African Custms Union (SACU)]; ii) uma hegemonia contestada na região da SADC; e iii) uma hegemonia não realizada na África como um todo. A África do Sul pretende realizar essa hegemonia, segundo os autores, por meio de sua força econômica e soft power, este último adquirido pela democratização e pelo lançamento de projetos como o Africa Renaissance e a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África [The New Partnership for Africa’s Development (NEPAD)]. Nas palavras dos autores, “quando considerados em conjunto, a promoção pela África do Sul de uma ideologia continental de um pan-africanismo revivido e sua expressão institucional no programa da NEPAD e na União Africana representam um esforço combinado para se desenvolver as condições necessárias para o exercício do poder estrutural” (ALDEN; SOKO, 2005, p. 384). 12. Demonstra-se em Ribeiro (2011) a forte atuação de empresas sul-africanas, por meio de IDE, em toda a África Subsaariana, com destaque para os paí- ses da SADC e da África Ocidental. 13. O argumento de que a África do Sul é uma porta de entrada para a África diz respeito, principalmente, à entrada de empresas de outros países no continente africano por meio do estabelecimento de subsidiárias ou aquisição de empresas sul-africanas que possuam capilaridade no continente, mão de obra qualificada, melhor acesso aos mercados dos países vizinhos, e conhecimento sobre os mercados da região. Um caso paradigmático foi a compra por US$ 5,6 bilhões de 20% do Standard Bank pelo Industrial and Commercial Bank of China Limited (ICBC), tornando-se o principal acionista individual de um dos maiores bancos sul-africanos, com presença em dezessete outros países africanos. As palavras do presidente do ICBC na abertura do primeiro escritório da empresa na África ressaltaram o papel da África do Sul para a China em relação ao continente africano: “Sendo uma importante porta da África para o mundo e um membro dos BRICS, a República da África do Sul é reconhecida como um Elton Jony Jesus Ribeiro e Rodrigo Fracalossi de Moraes 278 CONTEXTO INTERNACIONAL – vol. 37, no 1, janeiro/abril 2015 Contexto Internacional (PUC) Vol. 37 no 1 – jan/jun 2015 1ª Revisão: 19/03/2015 modelo para as economias de rápido crescimento na África. A decisão do ICBC de abrir um escritório de representação na África do Sul reflete a forte crença que temos na África e a importância estratégica da parceria China-África” (STANDARD BANK, 2011; BURKE et al., 2008). 14. Essa imagem da África do Sul foi explorada por ocasião da Copa do Mundo de Futebol da FIFA em 2010. 15. Para mais detalhes sobre as atuações do IDC e do DBSA, ver RIBEIRO (2011). 16. O país que mais força tem para competir com a África do Sul pela lideran- ça na África Subsaariana, a Nigéria, não apresentou resistência à forma como os sul-africanos reivindicaram o papel de representantes da África. De fato, a ministra de Finanças da Nigéria, em entrevista que concedeu à BBC, juntamente com o seu correspondente sul-africano, Pravin Gordhan, respondeu o seguinte sobre se ela se sentia representada pela presença da África do Sul entre os BRICS: “nós estamos muito felizes com o fato da África do Sul estar lá e, além disso, temos uma excelente colaboração. Pravin e eu colaboramos muito e, quando estamos entre os ministros de Finanças africanos, tentamos transmitir nossas preocupações à África do Sul. Então, estamos felizes de eles estarem lá. Entendemos que isso é bom. Isto não significa, contudo, que achamos que outros países africanos – como nós mesmos – também não devessem estar [no BRICS]” (BBC NEWS, 2011). Além disso, de acordo com a pesquisa da BBC World Service Poll acima mencionada, a população da Nigéria, entre 27 países pesquisados, é a que enxerga de maneira mais positiva a influência sul-africana no mundo (BBC WORLD SERVICE POLL, 2010, p. 14). 17. Outro indicador da singularidade da África do Sul no contexto africano é o de ser o único país do continente que faz parte do G-20 Financeiro, grupo responsável por deliberações sobre a reforma do sistema financeiro internacional. 18. Para uma análise deste tema, destacando-se as experiências da China, da Rússia e do Brasil, ver The Economist (2012), assim como outras reportagens sobre o assunto presentes na mesma edição da revista.

REFERENCIAS DE PESQUISAS :

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