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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Desconfie de oferta de crédito muito vantajosa e que exija depósito prévio: pode ser fraude





RENATO  SANTOS  30/08/2017  Devido a  situação econômica  no  Brasil,  tem  pessoas  dando  golpes de crédito  fácil.  





Taxa de fiador, taxa prévia, taxa de cartório, taxa de registro, taxa para que o Banco Central (BC) libere uma transação financeira, seguro fiança. Golpistas utilizam expressões como essas para induzir tomadores de empréstimo a efetuar um depósito inicial para que a operação seja finalizada. Após perceberem que o crédito não será liberado mesmo com o pagamento das supostas taxas, as vítimas percebem que a oferta era fraudulenta.

De acordo com dados do Departamento de Atendimento ao Cidadão do BC, o golpe do depósito inicial é um dos que mais fazem vítimas no país. Entre janeiro e julho deste ano, o BC recebeu 727 reclamações de cidadãos que acreditaram na possibilidade de obter crédito de forma rápida, sem burocracias e com juros inferiores aos cobrados no mercado.

Fernando Dutra, chefe do Departamento de Atendimento ao Cidadão, afirma que a cobrança antecipada de qualquer tipo de taxa para a liberação de um empréstimo já é indício de que a oferta pode ser fraudulenta: “Em concessões feitas por instituições sérias e idôneas, quaisquer acréscimos são incluídos nas parcelas ou embutidos no valor total cobrado pelo crédito concedido.”

Propostas com taxas de juros muito baixas e a solicitação de depósito em contas de pessoas físicas são outros sinais de que a oferta de crédito pode ser fraudulenta. Antes de fechar qualquer negócio, os interessados devem verificar se a instituição financeira é autorizada a funcionar pelo BC. 


Dutra diz que é muito comum golpistas utilizarem o CNPJ de instituições financeiras regulares para enganar cidadãos que buscam crédito. “Eles induzem as pessoas a acreditar na veracidade da transação: usam dados de bancos de verdade e às vezes até depositam cheques roubados na conta das vítimas. A pessoa vê o valor bloqueado e acredita que conseguiu o empréstimo, daí acaba efetuando o pagamentos destas hipotéticas taxas”.

Após o pagamento dessas taxas, as vítimas raramente conseguem reaver o dinheiro. Quando acionado via Central de Atendimento ao Cidadão, o BC notifica as instituições financeiras sobre a utilização de contas bancárias para a aplicação de golpes, mas cabe à polícia investigar as fraudes.

Caso de polícia
1º.   Ao confirmar que caiu em um golpe, registre ocorrência na Polícia Civil;

2º.   Acione o BC, que informará as instituições financeiras sobre a utilização de contas para fins ilícitos; 

3º.   Após análise, essas contas podem ser bloqueadas ou encerradas pelos bancos;

4º.   A recuperação do dinheiro só ocorre após decisão judicial.

“Esse tipo de fraude é caso de polícia. O BC não tem poder para atuar nestes casos”, explica Dutra.

Outros golpes

A falsificação de boletos de pagamento também é uma fraude recorrente. Porém, a ocorrência desse tipo de golpe tende a diminuir com a criação de plataforma para modernizar o instrumento de pagamento. A mudança é uma iniciativa do sistema financeiro, com o apoio do Banco Central, e vai aumentar a segurança do boleto, utilizado em cerca de 3,7 bilhões de pagamentos por ano. 

“Nas fraudes com boletos, os golpistas alteram as informações do documento, fazendo com que o dinheiro do pagamento seja desviado para a conta do fraudador. Com a nova sistemática de emissão, recebimento e processamento de boleto, o risco desse tipo de fraude fica mitigado”, detalha Dutra. 

O risco de fraude cai pois a instituição financeira pode efetuar consulta prévia a uma base de informações sobre beneficiários que contrataram serviço de cobrança no Sistema Financeiro Nacional. Isso reforça a segurança da prestação de serviço financeiro, aderente à política “Conheça o Seu Cliente”.

Essa base centralizada de informações possibilita a consulta online dos dados do boleto. Assim, a instituição recebedora e o pagador poderão confrontar as informações retornadas da base centralizada, garantindo o bom pagamento.

A compra de produtos em lojas virtuais também gera reclamações na central de atendimento do BC. Nesses casos, a vítima efetua o pagamento por um bem, mas não o recebe. Novamente, o BC não tem como intervir, conforme explica Dutra: “A gente dá o mesmo tratamento e informa a instituição financeira sobre a conta que está sendo utilizada para receber recursos oriundos de golpes, mas é uma fraude que está completamente fora da área de atuação do Banco Central”.

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