O caso de Tintori enfrenta a Venezuela com líderes europeus

RENATO SANTOS  04/09/2017  O governo protestará contra a Espanha, a Alemanha, a Itália e o Reino Unido, depois de rejeitar suas declarações sobre a proibição de deixar o país para a esposa do oponente Leopoldo López, Lilian Tintori, que estava se encontrando com líderes dessas nações para denunciar a crise na Venezuela.

O caso para as duas caixas cheias de dinheiro encontrado no carro de Tintori levou no sábado à proibição de deixar o país que bloqueou um encontro entre o ativista da oposição e os líderes da Espanha, França, Alemanha e Itália e que também gerou críticas do ministro chileno dos Negócios Estrangeiros, Heraldo Muñoz.

Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela confirmou hoje à Efe que o governo de Nicolás Maduro protestará formalmente após as declarações dos governos europeus e entregará notas aos embaixadores de Espanha, Alemanha, Itália e Reino Unido em Caracas.

Além disso, o governo emitiu uma série de mensagens para responder aos seus pares na Europa, incluindo o Reino Unido, o único a emitir uma declaração formalmente emitida pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.

Depois de ouvir a medida contra Tintori, o Reino Unido lamentou que as autoridades venezuelanas evitassem a viagem e condenassem o momento em que a decisão foi tomada, referindo-se ao fato de que nesta viagem ele planejava se encontrar com a primeira-ministra Theresa May.

Em resposta, a Venezuela disse hoje que o governo britânico atua na ignorância da "situação do país e interfere abertamente nos assuntos internos da Venezuela, assumindo posições tendenciosas que encorajam as mais abomináveis ​​práticas de corrupção, condenadas internacionalmente.

O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, também respondeu aos outros governos pelo mesmo assunto e defendeu que ele corresponde ao correto desempenho do sistema de justiça.

Uma das mensagens foi dirigida neste sábado ao chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, que, devido à sua obsessão pela Venezuela, protege graves delitos de corrupção e questiona nosso sistema judicial, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em sua conta no Twitter.

Ele também exigiu respeito pelo governo espanhol para a democracia e as instituições venezuelanas.

Na mesma rede, o chanceler expressou sua rejeição à conduta do presidente da França, Emmanuel Macron, para seguir o roteiro do ultra-direita europeu contra a Venezuela e exigir ao governo francês que respeite o funcionamento das instituições venezuelanas e devolver o apoio à diálogo, não corrupção.

O presidente francês acaba por apoiar aqueles que cometeram sérios e notórios crimes de corrupção, que em seu país são severamente punidos, acrescentou o ministro.

A mensagem veio depois que Macron no sábado expressou seu apoio a Tintori, a quem ele disse que esperava na Europa. A oposição venezuelana deve permanecer livre, afirmou o presidente francês no Twitter.

Arreaza também falou contra seu homólogo chileno, Heraldo Muñoz, afirmando que ele ataca o processo de diálogo em curso na Venezuela, sugerindo saídas não pacíficas para a crise do país.

Isso depois que Muñoz perguntou no Twitter: "Por que é proibido que Lilian Tintori saia do país?" E acrescentou que "a situação na Venezuela de mal a pior. É difícil acreditar em uma saída negociada ".

O político da oposição, de 39 anos, que está grávida, nega ter cometido qualquer ilegalidade e considera o caso como uma manobra do governo para não permitir que ela faça sua turnê, na qual tentou denunciar a crise humanitária e as violações dos direitos humanos que, de acordo com a oposição e numerosos observadores são produzidos na Venezuela.

Em uma conferência de imprensa oferecida pouco depois de sua retenção no aeroporto, Tintori insistiu que o dinheiro encontrado em seu veículo é, na verdade, o equivalente a US $ 10.000, de acordo com o mercado especulativo (o único livremente disponível para os venezuelanos) e que o Pelo que essa quantidade ocupa duas grandes caixas de madeira são o reflexo da séria inflação do país.