RENATO SANTOS 12/02/2018 O Presidente Michel Temer, concedeu uma entrevista exclusiva a EURONEWS, portal de notícia da EUROPA no dia 21 de janeiro de 2018, onde mostrou que a economia anda devagar mas esta chegando ao seu caminho normal, disse sobre as reformas, e ainda relatou sobre as acusações que vem sofrendo o importante não é ser um governo " populista" e sim sério, que não veio para agradar a todos infelizmente.
Corrupção, recuperação económica e a próxima eleição presidencial, foram temas abordados na entrevista com o Presidente brasileiro.
M. T.: muito positiva, positiva. Você sabe que, primeiro, a recuperação não foi tão lenta assim, estamos falando de um Governo de um ano e oito meses, não estamos falando de um Governo de quatro anos ou de oito anos.
E veja que os dados que eu acabei de lhe dar são dados reveladores. Primeiro, de que nós deixámos a recessão de lado nos primeiros oito a nove meses e, por esta altura, o Brasil começa a crescer.
Euronews: você é, obviamente, parte do Mercosul. Existe um acordo com a União Europeia que parece estar próximo de ser concluído. Contudo, temos a impressão de que está num momento difícil, particularmente no lado europeu. Acha que o acordo comercial vai concretizar-se?
M. T.: eu suponho que, se não o fecharmos agora, até ao final de fevereiro nós devemos fechar esse acordo.
Tem razão, há resistência de alguns países do lado europeu, mas essas resistências estão sendo vencidas pelo natural diálogo, pelo natural acordo e pela natural cessão de alguns pontos, seja do lado europeu, seja do lado do Mercosul. Eu acho que proximamente nós vamos fechar esse acordo com a União Europeia.
Euronews: nós discutimos a situação no Brasil em termos de corrupção. Obviamente, em termos de economia, há uma preocupação com a desilusão dos eleitores.
Agora, este é um ano de eleição e ouvimos a preocupação de que uma figura antissistema, talvez alguém da extrema-direita, uma figura populista venha a ser eleita e possa reverter as suas reformas. Isso é algo que o preocupa?
M. T.: eu não creio. A senhora sabe que as reformas pegaram de uma tal maneira que não haverá condições para um candidato opor-se às reformas.
Veja, vamos supor um candidato de oposição, hoje, que queira criticar o Governo, o que é que ele terá de fazer, ele terá de dizer o seguinte: eu sou contra a queda da inflação, que estava em 10% e hoje está em 2,95%.
Eu sou contra a queda dos juros, que estava em 14,25% e hoje está em 7%. Eu sou contra o teto dos gastos públicos porque eu quero gastar à vontade. Ou seja, não quero gastar apenas aquilo que arrecado.
Eu sou contra a modernização trabalhista que esta gerando milhares e milhares de empregos. Não há a menor possibilidade de alguém assumir o poder sem levar adiante as reformas.
E isto não vai significar medidas populistas, porque as medidas populistas é que levaram ao Brasil de hoje. A recuperação que nós fizemos, e veja que não são medidas populistas, por isso também, digamos, uma certa impopularidade do Presidente do Governo, foram medidas a longo prazo.
Euronews: você está na situação, suponho eu infeliz, de ser um dos presidentes mais impopulares da história moderna do Brasil. Por que acha que isso acontece? E, olhando para o seu período como Presidente – porque não se vai apresentar como candidato na próxima eleição – diga-me, em poucas palavras, como é que se sentiu no cargo de Presidente.
M. T.:Eu tive uma vida pública e universitária de muito exito. Portanto, quando cheguei à presidência, eu tive, e estou de acordo com a senhora, esta deceção, de repente eu sou acusado de coisas e questões falsas que realmente afetam a minha credibilidade.
Mas isto não impede que eu continue e tenha um certo orgulho, não de ser Presidente da República mas de deixar um legado histórico extraordinário para as gerações futuras.
Então, a impopularidade não me assusta. O que vale é a apreciação que já começa a se verificar e a apreciação histórica que se fará no futuro.
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