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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

VALLE A Lama da Morte <<>> Conselho de acionistas querem demissão de toda diretoria demoraram muito para tomar essa decisão depois de MARIANA Brumadinho o numero oficial poderá chegar a 300 mortos






RENATO  SANTOS  05/02/2019  Acionistas  Internacionais  pedem para  o Conselho  da Vale  demitir  toda a diretoria,demoraram muito  para  tomar  essa  decisão, todos eles  estão envolvidos  com a  corrupção, em carta ao Conselho de Administração da Vale, dez acionistas críticos à empresa alegaram quebra de confiança do investidor e prejuízos à companhia para pedir a imediata demissão da diretoria, que, segundo eles, seria responsável pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, acidente que caminha para uma saldo de mais de 300 mortes. Eles avaliam que, com o afastamento dos diretores, as investigações poderão seguir com maior isenção.





"É evidente que a manutenção dos diretores-executivos em seus cargos, a cada dia que passa, compromete uma investigação isenta e profunda sobre os fatos, na medida em que essas pessoas tenderão a evitar ao máximo que a responsabilidade sobre a tragédia recaia sobre elas mesmas", afirmaram em carta ao Conselho distribuída durante coletiva em Brumadinho pelo grupo Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, que lidera o movimento dos acionistas críticos à mineradora desde 2010.



Os acionistas usaram na carta o próprio regimento interno da companhia para cobrar uma atitude do Conselho, lembrando que é dever do Conselho de Administração proteger o patrimônio da sociedade, e maximizar, no longo prazo, o retorno do investimento dos seus acionistas.


"É urgente que este Conselho de Administração tome medidas firmes e enérgicas no sentido de garantir uma investigação livre de qualquer suspeita e de impedir novas tragédias, assim como a perpetuação dos danos à reputação da empresa, ameaçando a viabilidade de seus negócios no Brasil e nos diversos países em que tem operações", explicaram na carta. "A imediata destituição dessas pessoas significará um primeiro sinal efetivo dado pelo Conselho de Administração da empresa não só aos acionistas como também a todo o mundo no sentido da recuperação de sua credibilidade e do compromisso com a verdade, doa a quem doer", completaram.

Outra carta foi remetida ao Conselho Fiscal da Vale, na qual os acionistas pedem que seja convocada imediatamente uma Assembleia Geral Extraordinária para prestar informações detalhadas aos acionistas.

A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale apresentou junto ao Conselho de Administração e ao Conselho Fiscal a “imediata destituição da diretoria executiva da Vale” e a pronta convocação de Assembleia Geral Extraordinária. Os resultados de campo, que levaram a decisão, foram apresentados em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira. A “falta de transparência” foi um dos principais pontos criticados. 

A confusão de atores e missões institucionais nos territórios afetados pelo desastre foi colocada na reunião. Isso ocasiona alguns problemas críticos para a população”, explicou o advogado Danilo Chammas, um dos representantes do grupo. Segundo o movimento, foi flagrada a presença de funcionários da empresa descaracterizados e designados apenas como “voluntários”, “mascarando a presença da Vale na intermediação da maior parte das demandas apresentadas nos postos de atendimento.”

A iniciativa da empresa de oferecer a familiares de pessoas mortas ou ainda desaparecidas, de modo imediato, a quantia de R$ 100 mil, também foi um ponto abordado. “Causa estranheza que a Vale tenha se negado a formecer uma cópia da minuta do termo pelo qual firma com as famílias afetadas”, pontuou Chammas. Isso porque, segundo o movimento, a missão entende que se trata de um assunto de interesse público.

O movimento também denuncia que ainda há pessoas que não contam com a pronta resposta à perda de moradia, doze dias depois do rompimento da barragem. “Elas permanecem em situação de improviso e sem resposta sobre a perda”, acrescentou.

A falta de “transparência e de compromisso com a verdade” por parte da Vale, segundo a Articulação, não trouxe ao público plano de emergência para o caso de colapso da estrutura de barragem. Eles questionam a situação da sirene que foi engolida pela lama, os escritórios e refeitórios posicionamos embaixo da barragem e a distruicao do acesso a uma das rotas de fuga.

Criada em 2009, a articulação congrega diferentes grupos, como sindicalistas, ambientalistas, ONGs, associações de base comunitária, grupos religiosos e acadêmicos de seis países; Brasil, Argentina, Chile, Peru, Canadá e Moçambique. 

Conforme a organização, seu objetivo central é “contribuir no fortalecimento das comunidades em rede, promovendo estratégias de enfrentamento aos impactos ambientais e às violações de direitos humanos relacionados à indústria extrativa da mineração, sobretudo os vinculados à Vale S.A.”

Desde o último dia 29, a articulação visitou diversas localidades diretamente atingidas pela catástrofe, conversando com a população, com familiares de vítimas, e também com órgãos públicos envolvidos na prestação direta de assistência às pessoas afetadas.

"Além de prestar solidariedade e apoio às vítimas deste desastre o grupo teve como objetivo principal a observação e registro da atuação da mineradora nos primeiros dias após o rompimento da barragem, considerando a gravidade das violações a direitos humanos, ambientais, sociais e econômicos", disse a Articulação em nota.

Na semana passada, os acionistas críticos vinculados à Articulação entraram na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com um pedido de abertura de inquérito sobre a empresa. A denúncia apontou indícios de manipulação de mercado por ocultamento dos riscos socioambientais dos empreendimentos da empresa, já que nos balanços não constavam provisões para os riscos das barragens.

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