RENATO SANTOS 25/08/2020 Estamos vivendo numa pandemia, mas agora começou a outra chamada NILO, no território da Espanha e pode esta chegando em outros Países. A zona de Andaluzia foi atingida pelo vírus que já causou a morte de duas pessoas e infetou outras quarenta. Jordi Figuerola Borrás investigador estação biológica de Donãna ,e Huelva um centro dedicado ao estudo da ecologia terrestre ,explica o fenômeno.
Para que a transmissão aconteça, o mosquito precisa se alimentar de uma ave infectada. Esse mosquito infectado pode, eventualmente, picar um humano ou um cavalo. Na maior parte dos casos não acontece nada. Mais existe uma baixa percentagem em que se pode desenvolver uma doença grave, como os casos existentes na zona de Coria e Pruebla del rio.
A pergunta que se faz é porque esta acontecendo agora? Tivemos um mês de Maio de muita chuva, isso facilita acumulação de água em qualquer recipiente , nos buracos, que é onde os mosquitos se produzem.
Por outro lado devido confinamento , as atividades que realizamos para evitar que os mosquitos se reproduzam no nosso ambiente saíram afetadas,. Há menos pessoas no campo e menos na cidade.
O especialista Jordi deu um conselho devemos evitar que os mosquitos se reproduzem em nossas casas , as espécies não transmitem em grandes distâncias. Esse vírus não transmite de pessoas para pessoas, com as mudanças da temperatura deva desaparecer até em outubro.
MAS NÃO É SO NA ESPANHA NO BRASIL TAMBÉM
A Febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma infecção viral causada por um arbovírus (mosquito), assim como Dengue, Zika, Chikungunya e a Febre do Mayaro. Os fatores de risco estão relacionados à presença do ser humano em áreas rurais e silvestres que contenham o mosquito infectado e que, por ventura, venha a picar estes seres humanos.
A doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas distintos, de acordo com cada pessoa e com o nível de gravidade da doença. No caso desta infecção, a causa é o vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre Amarela.
O vírus da Febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo). Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus e como fonte de infecção para os mosquitos.
Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a contaminação do vírus se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.
Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e incluem transfusão sanguínea, transplante de órgãos, aleitamento materno e transmissão transplacentária.
Estima-se que 20% dos indivíduos infectados pelo vírus da Febre do Nilo Ocidental desenvolvam sintomas, na maioria das vezes leves e até mesmo nem apresentem qualquer sintoma. A forma leve da doença caracteriza-se pelos seguintes sinais:
febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar;
anorexia;
náusea;
vômito;
dor nos olhos;
dor de cabeça;
dor muscular;
exantema máculo-papular e linfoadenopatia.
O período de incubação intrínseca - tempo entre a infecção do hospedeiro e a manifestação de sinais e sintomas - nos humanos varia de 3 a 14 dias após a picada do mosquito e pode apresentar manifestação subclínica ou com sintomatologia de distintos graus de gravidade, variando desde febre passageira - acompanhada ou não de mialgia (dor muscular) - até sinais e sintomas de acometimento do sistema nervoso central com encefalite ou meningoencefalite grave.
Um em cada 150 indivíduos infectados desenvolve doença neurológica severa (meningite, encefalite ou poliomielite). A encefalite é o quadro mais comum entre as manifestações cerebrais. Em menos de 1% das pessoas infectadas, o vírus causa uma infecção neurológica grave, incluindo inflamação do cérebro (encefalite) e das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (meningite). A Síndrome de Guillain Barré também pode se apresentar, assim como em outros tipos de infecção.
As formas mais graves ocorrem com maior frequência em indivíduos com idade superior a 50. Se não tratada corretamente, em casos raríssimos a Febre do Nilo Ocidental pode matar.
IMPORTANTE: Após a infecção, a pessoa pode desenvolver imunidade duradoura contra o vírus causador da Febre do Nilo Ocidental.
Como é feito o diagnóstico da Febre do Nilo Ocidental?
O teste diagnóstico mais eficiente para a Febre do Nilo Ocidental é a detecção de anticorpos IgM contra o vírus do Nilo Ocidental em soro (coletado a partir do 5º dia após o início dos sintomas) ou em líquido cefalorraquidiano (LCR; coletado após o 8º dia a partir do início dos sintomas), utilizando a técnica de captura de anticorpos IgM (ELISA).
Pacientes recentemente vacinados (contra febre amarela, por exemplo) ou infectados com outro flavivírus (ex: Febre Amarela, Dengue, Zika, Saint Louis, Rocio, Ilhéus) podem apresentar resultado de IgM-ELISA positivo (reação cruzada). Outras provas, como a inibição da hemaglutinação, detecção do genoma viral (PCR), isolamento viral e PRNT também podem ser utilizadas.
Outros achados importantes
Entre os casos graves dos recentes surtos, observou-se que:
A contagem de leucócitos apresenta-se geralmente normal ou elevada, também ocorrendo linfocitopenia e anemia.
O exame do LCR mostra pleocitose linfocítica com proteínas elevadas e glicose normal.
A tomografia computadorizada do cérebro apresenta-se geralmente normal. A imagem por ressonância magnética pode apresentar aumento das leptomeninges e/ou da área periventricular e alteração do sinal do parênquima.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial da Febre do Nilo Ocidental inclui diversas arboviroses (neuroinavasivas e não neuroinvasivas) e outras doenças virais febris agudas (como dengue, leptospirose, febre maculosa, e outras) ou com acometimento do sistema nervoso central. Assim, a abordagem sindrômica é a mais indicada para a vigilância da FNO, a partir da identificação de pacientes com quadros neurológicos de etiologia viral (encefalite, meningite, meningoencefalite, paralisia flácida aguda) sem causa conhecida.
Como é feito o tratamento da Febre do Nilo Ocidental?
Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre do Nilo Ocidental. O tratamento é sintomático para redução da febre e outros sintomas. Para casos leves, analgésicos podem ajudar a aliviar dores de cabeça leves e dores musculares. Não consuma nenhum tipo de medicamento sem a devida orientação médica.
Os casos mais graves, frequentemente, necessitam de hospitalização para tratamento de suporte, com reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias, além de tratamento específicos para pacientes com quadros de encefalites ou menigoencefelite em sua forma severa.
A Febre do Nilo Ocidental, raramente, pode evoluir para complicações no quadro de saúde das pessoas. As formas graves geralmente se apresentam em pessoas idosas ou com sistema imunológico comprometido. As complicações também podem aparecer quando a doença não é tratada corretamente.
Entre as complicações possíveis, estão apresentações neurológicas graves, como, por exemplo:
Ataxia e sinais extrapiramidais.
Anormalidades dos nervos cranianos.
Mielite (inflamação da medula espinhal).
Neurite óptica.
Polirradiculite
Convulsão.
Como a Febre do Nilo Ocidental pode afetar a gravidez?
Segundo o Centro de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos (CDC/USA), mulheres grávidas não apresentam maior risco para infecção por vírus do Nilo Ocidental.
Com relação às grávidas já infectadas pelo vírus, as evidências apontam para um baixo risco de infecção para o feto ou recém nascido, com poucos casos sendo reportados.
Mulheres grávidas em área de transmissão devem se prevenir evitando picadas de mosquitos, por meio do uso de roupa comprida e repelente de insetos. Parecem ser raros os casos de transmissão do vírus da Febre do Nilo Ocidental para o bebê por meio da amamentação, porém esse tema ainda precisa ser melhor estudado.
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