RENATO SANTOS 06/11/2020 As eleições dos Estados Unidos influencia no Brasil em todos os aspesctos, deste as taxas do dólar, até na Politica Interna, além de ter uma polização dentro do cenário por causa do COVID-19.
Com polarização e pandemia como pano de fundo, eleição presidencial atrai votação recorde nos EUA. Pesquisas apontam vantagem de Biden sobre Trump, mas cenário é incerto.
Os Estados Unidos encerraram nesta terça-feira (03/11) uma campanha para a qual é difícil encontrar equivalente na história americana, com uma pandemia como pano de fundo, uma votação antecipada sem precedentes e o temor de que a polarização possa escalar em violência.
Há o receio ainda de que possa levar dias até que os americanos saibam se o republicano Donald Trump ou o democrata Joe Biden será seu próximo presidente. O motivo, como já anunciaram alguns estados, é que os votos antecipados – foram mais de 100 milhões – demoram mais para ser contados.
As pesquisas apontam ampla vantagem para Biden em nível nacional. Mas o processo eleitoral americano é diferente: vale o peso que cada estado tem no Colégio Eleitoral. E há vários estados-chave com a disputa ainda em aberto.
Os americanos também votaram para renovar parte do Congresso. Segundo as projeções, os democratas podem, pela primeira vez em uma década, ter maioria tanto na Câmara dos Representantes, a qual já controla, como no Senado, hoje dominado pelos republicanos.
9:30 - Maior parte dos eleitores considera economia como a questão mais importante na hora de votar
A questão mais importante para os eleitores na eleição de 2020 é a economia, segundo uma pesquisa boca de urna da rede CNN. O tema aparece à frente de questões como desigualdade racial, coronavírus, criminalidade e segurança e política de saúde.
Tema mais importante:
Economia: 34%
Desigualdade racial: 21%
Pandemia de coronavírus: 18%
Criminalidade e segurança: 11%
Política de saúde: 11%.
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19.10 - EUA registram mais de 86 mil novos casos de covid-19
No dia das eleições presidenciais, os EUA registraram mais 86.190 casos de covid-19 em relação ao dia anterior, elevando o total 9.268.818. Mais 510 mortes foram registradas no país, elevando o total para 230.893, segundo dados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
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18:30 - “Ganhar é fácil, perder é difícil", diz Trump
Durante visita ao comitê do Partido Republicano no estado da Virgínia, o presidente Donald Trump foi questionado se já havia elaborado um discurso de vitória ou de admissão de derrota.
"Não estou pensando em discurso de admissão ou aceitação ainda. Esperamos só fazer um desses dois e você sabe, ganhar é fácil. Perder nunca é fácil. Para mim não é", disse.
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17:30 – Mais de 100 milhões de americanos votaram antecipadamente
A votação antecipada nas eleições americanas desta terça-feira atingiu um recorde de mais de 100 milhões de votos, de acordo o projeto U.S. Elections, da Universidade da Flórida.
A instituição divulgou que os primeiros votos totalizam agora 100.796.871, dos quais 35,9 milhões correspondem a presenciais registrados nos dias anteriores e outros 64,8 milhões a cédulas de correio.
Com esse número, somado aos votos emitidos hoje pelos eleitores e aqueles enviados por correspondência e ainda não contados, espera-se que o número de 136,6 milhões de pessoas, ou 55,7% do eleitorado, que participaram das eleições de 2016, seja ultrapassado com folga.
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Entenda: o que acontece se não houver um vencedor claro?
Com o aumento dos votos por correio e a profunda divisão política, os resultados das eleições nos EUA podem demorar mais do que o normal para serem confirmados. A DW explica os cenários que podem ocorrer após o pleito. Leia mais
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Análise: eleição testa estratégia de Trump de semear divisões
Para o magnata, está sempre tudo bem. E quando não está, a culpa é de outro. Por quatro anos, ele declarou vários inimigos, como os imigrantes e a China. Agora, é a vez do próprio sistema eleitoral.
O resultado do pleito americano será determinante para os brasileiros: uma vitória de Trump fortaleceria politicamente Bolsonaro, mas sem ganhos econômicos certos. Com Biden, país ficaria ainda mais isolado.
Durante muitos anos, "Cuba, cocaína e Chávez" eram os únicos temas que os Estados Unidos acompanhavam com atenção na América Latina. É o que diziam diplomatas americanos para justificar o pouco interesse pelo Brasil.
Isso mudou: embora Venezuela e Cuba continuem sendo focos de crise com potencial para um conflito geopolítico na porta de casa e são acompanhados com atenção por Washington, o Brasil se tornou mais importante, principalmente como parceiro estratégico contra a China.
Esse ganho de importância também se dá do outro lado: para o governo Jair Bolsonaro, o resultado da eleição nos Estados Unidos é politicamente muito importante.
A maioria dos analistas espera continuidade na política americana para a China, mesmo no caso de uma troca de poder em Washington. Os Estados Unidos, afinal, acompanham atentos a ofensiva de Pequim como parceiro comercial e investidor na América Latina.
No governo de Donald Trump, os Estados Unidos posicionaram seus canhões e passaram a controlar também a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), um dos principais órgãos de financiamento na América Latina. A nova International Development Finance Corporation também deverá ganhar importância na concessão de crédito.
Espera-se que Joe Biden, se vitorioso, modere o tom agressivo em relação à China e renuncie a decisões diplomáticas unilaterais. Mas o democrata não vai se desviar do atual curso de confronto com Pequim. É provável que ele aposte em fortalecer alianças com a Europa, a Ásia e a América Latina para obrigar a China a fazer concessões.
O que não está claro é como os Estados Unidos vão lidar com países que continuarem buscando créditos com os chineses ou que permitirem o uso de equipamentos da empresa Huawei na sua rede de telefonia móvel. As chances de retaliação são maiores num governo Trump do que num governo Biden, mas também um governo Biden vai bloquear empréstimos para países que forem ao encontro da China.
No que se refere ao comércio e aos investimentos, o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos não deverá mudar muita coisa para o Brasil. É verdade que o programa de incentivo para a economia americana previsto por Biden, o Buy american (compre produtos americanos), deverá prejudicar empresas brasileiras. Mas o comércio do Brasil com os Estados Unidos já caiu fortemente e representa hoje apenas 9% das exportações brasileiras.
E mesmo o suposto aliado de Bolsonaro que está agora no governo não hesitou na hora de elevar as taxas de importação para o alumínio do Brasil. A economia brasileira não ganhou quase nada com Trump: isso vale tanto para a promessa de uma parceria estratégica de segurança como para as negociações sobre alívios comerciais como para o ingresso na Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE). Fora as palavras, pouco aconteceu.
É pouco provável que Trump privilegie o Brasil na eventualidade de um segundo mandato, afinal ele costuma deixar aliados na mão e bajular autocratas como Vladimir Putin e Xi Jinping.
Mas, no caso de uma vitória de Biden, o governo brasileiro pode se preparar para uma forte mudança de rumo em temas como meio ambiente, política climática e direitos humanos. Esses voltarão a ser diretrizes da política externa americana.
O governo Bolsonaro será um dos mais atingidos caso Biden adote o rumo da União Europeia e passe a exigir o respeito de padrões internacionais em meio ambiente, proteção da Amazônia e política de gênero.
Já no primeiro debate entre Trump e Biden, o democrata provocou diretamente o Brasil: ou Bolsonaro aceita 20 bilhões de dólares para a proteção da Floresta Amazônica ou terá que arcar com as consequências econômicas.
Tudo indica, portanto, que o Brasil governado por Bolsonaro ficará ainda mais isolado no mundo em caso de vitória de Biden.
Mas uma derrota de Trump seria uma catástrofe sobretudo do ponto de vista político para Bolsonaro: o presidente brasileiro deve sua vitória, em grande parte, ao seu modelo do norte, que ele copia. Boa parte da política de Bolsonaro é mera cópia daquilo que Trump faz. Uma derrota do magnata seria um sinal para Bolsonaro e seus apoiadores de que também os dias deles estão contados.
Pesquisas DW.
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