RENATO SANTOS 06/08/2020 Muitas pessoas ou esqueceram cadê as chamadas autoridades, acorda governador , mas o Brasil corre sérios riscos de ter uma repetição de uma tragédia anunciada em Beirute na ultima terça feira, que arrasou com a cidade.
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Fertilizantes no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), da VLI, no Porto de Santos, SP — Foto: José Claudio Pimentel/G1 |
Trata-se de 800 toneladas que sumiram de Porto de Santos em 2001, para entender como ocorreu vamos voltar na época.
Cerca de 800 toneladas de nitrato de amônio — matéria-prima principal utilizada na produção de explosivos e fertilizantes — sumiram do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, em 2001. A substância foi o que possivelmente causou a explosão na região portuária de Beirute, capital do Líbano, deixando dezenas de mortos e milhares de feridos.
O sumiço do nitrato de amônio, à época, ocorreu durante descarga do cargueiro maltês St. Thomas, que descarregava 21 mil toneladas do produto. Segundo informações publicadas em 2002 pelo Jornal A Tribuna, o navio, então representado pela operadora portuária e agência marítima Rodrimar, atracou no ponto 4 do cais do Saboó, entre os dias 13 e 22 de novembro de 2001.
Pelo fato de o material ser utilizado na produção de explosivos, a carga era controlada pelo Exército. Os riscos do armazenamento incorreto desse material são conhecidos.
O produto já foi responsável por tragédias na França, China e nos EUA, que também deixaram mortos e feridos.
Na época, desapareceram 794 toneladas e 380 quilos de nitrato de amônio. Segundo explicado pelo Jornal A Tribuna naquele ano, a quantidade seria suficiente para lotar cerca de 40 caminhões.
O sumiço do produto foi notado no fim da operação da embarcação em Santos, quando foi feita a arqueação, que apontou a falta de grande quantidade da substância que seria descarregada na cidade.
Em reportagem exibida no dia 14 de agosto de 2002 pela TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, foi relatado que as investigações ainda corriam lentamente, mesmo após nove meses do desaparecimento do produto.
Apesar disso, foram implantadas medidas de segurança desde maio daquele ano, quando o nitrato de amônio passou a apenas ser movimentado no Terminal de Fertilizantes (Tefer) do Porto de Santos.
Tentou contato com o Ministério Público Federal (MPF) para saber se o caso foi solucionado, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Não localizou o responsável pela empresa Rodrimar até a última atualização desta reportagem.
Ja que a empresa é a responsável pelo Nitrato que desapareceu do Porto de Santos, vamos mostrar um pouco de sua história.
Grupo Rodrimar, ou simplesmente Rodrimar, é um grupo empresarial brasileiro que reúne 5 empresas e 2 parcerias comerciais, formando uma cadeia logística integrada.
Localizado no Porto de Santos, o grupo possui terminais portuários alfandegados para operação de navios com carga geral, contêineres e de projeto que opera 24h por dia. A companhia controla ainda outras instalações no cais.
A empresa foi fundada em 1944 pelos irmãos Manoel Rodrigues e Nilo Rodrigues e co-fundadores Lauro Rodrigues, Avelino Rodrigues Filho e Nívio Rodrigues, vindo a se especializar na prestação de serviços em comércio exterior e se desenvolveu paralelamente ao crescimento do Porto de Santos.
Em março de 2018, o dono da Rodrimar, o empresário Antônio Celso Grecco, foi um dos dez presos na Operação Skala, da Polícia Federal, como parte do inquérito que apura se o então presidente Michel Temer beneficiou, com a edição de um decreto, empresas do setor portuário.
A empresa chegou a perder certificados de segurança internacional de dois terminais no porto de Santos e, mesmo sem tais certificados, a Rodrimar declarou que as operações da empresa não serão afetadas.
Porto de Santos
O nitrato de amônio também está presente em grandes quantidades em armazéns no Porto de Santos, o maior da América Latina, o que chamou a atenção de especialistas.
Para o engenheiro químico e secretário de Meio Ambiente da cidade, Márcio Gonçalves Paulo, a combinação de produtos químicos possivelmente resultou na explosão no Líbano, e isso pode ocorrer em Santos.
Segundo ele, o cais santista tem um grande volume armazenado de nitrato de amônia. Um possível acidente, semelhante ao ocorrido em Beirute, poderia provocar impactos significativos para o Porto e para a cidade de Santos. Ele defende que sejam preparados armazéns mais específicos para esses produtos e que eles estejam afastados das grandes cidades, o que não ocorre no complexo.
fonte da informação
Portal G1 05/08/2020
Marketing, Mkt Virtual - Interactive. «A história do Grupo Rodrimar». www.rodrimar.com.br. Consultado em 4 de abril de 2018
«Conportos cassa certificado de segurança dos terminais da Rodrimar no Porto de Santos». G1
«Rodrimar, investigada na Operação Skala, perde certificado internacional». Jornal Nacional. 2 de abril de 2018
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