RENATO SANTOS 29/05/2021 Não basta o COVID-19, temos outra vez um velho problema conhecido dos Brasileiros a SRAG números de óbitos aumentando.
O Boletim do InfoGripe alerta para tendência de crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maioria dos estados, capitais brasileiras e Distrito Federal.
A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 20, período de 16 a 22 de maio. Cerca de 96% dos casos de SRAG com resultado laboratorial positivo são devido ao novo coronavírus.
O documento também aponta que tanto os sinais de estabilização quanto a retomada do crescimento de casos estão ocorrendo em patamares elevados, similares aos picos registrados ao longo de 2020.
“Os dados apresentados devem ser utilizados em combinação com os demais indicadores relevantes, como a taxa de ocupação de leitos das respectivas regionais de saúde, por exemplo.
O estudo sinaliza que o cenário atual está associado à retomada das atividades de maneira precoce.
Tal situação manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, com tendência de agravamento nas próximas semanas”, afirmou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
“Amazonas, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul apresentam sinal forte (prob. > 95%) de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 20.
Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins apresentam sinal moderado (prob. > 75%) de crescimento na tendência de longo prazo”, observou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Interrupção de queda
Nos demais estados, foi observado sinal de interrupção da tendência de queda - caso do Acre, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia.
Já o Ceará vem apresentando indício de estabilização. O Boletim alerta que, desde a atualização da SE 14, diversos desses estados ainda estão com valores similares ou até mesmo superiores aos picos observados ao longo de 2020.
Gomes destaca que tais estimativas reforçam a importância da cautela em relação à flexibilização das medidas de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19.
Essas ações devem ser adotadas até quando a tendência de queda estabilizar por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.
“A interrupção da queda em patamares elevados e a retomada do crescimento de casos podem ser atribuídas em parte à retomada da circulação da população e, consequente, a maior exposição por conta das medidas de relaxamento”, adverte Marcelo.
Capitais e Distrito Federal
Onze das 27 capitais apresentam sinal de crescimento até a SE 20. São elas Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), São Paulo (SP). Fortaleza (CE) e Vitória (ES). Apenas quatro capitais apresentam sinal de queda - Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Macapá (AP) e Teresina (PI).
Mapa do Brasil mostrando a evolução dos casos no estados
Em Curitiba, Palmas e Porto Alegre, observa-se sinal forte de crescimento na tendência de longo prazo.
Em Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Salvador e São Paulo, observa-se sinal moderado de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 20. Já em Fortaleza e Vitória, foi observado sinal moderado de crescimento apenas na tendência de curto prazo até o mesmo período.
Assim como alertado para alguns estados, foi observado que 10 capitais apresentam sinal de estabilização, indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Natal (RN), Porto Velho (RO), Recife (PE), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
Óbitos por SRAG no país
Os óbitos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, independentemente de presença de febre, continuam na zona de risco, com ocorrência de óbitos muito alta.
O cenário é o mesmo nas regiões do país: todas (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) encontram-se na zona de risco com número de mortes muito alto.
Fonte https://agencia.fiocruz.br/
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