Direitos trabalhistas
A discriminação política contra trabalhadores em instituições do
estado ainda é um problema. Em abril de 2013, o Ministro da Habitação
Ricardo Molina exigiu que todos os funcionários do ministério que
apoiavam a oposição pedissem demissão, afirmando que demitiria todos que
fizessem críticas a Maduro, Chávez ou à “revolução”. O Centro de
Direitos Humanos da Universidade Católica Andrés Bello recebeu denúncias
envolvendo centenas de trabalhadores de instituições públicas—incluindo
a companhia petrolífera estatal, a agência responsável pela alfândega e
impostos e empresas estatais de energia elétrica—que foram supostamente
ameaçados de demissão devido ao apoio a Capriles, ou pela falta de
apoio explícito ao governo, após as eleições de abril.
A legislação trabalhista adotada em abril de 2012 inclui cláusulas
que limitam a liberdade total necessárias para que os sindicatos
elaborarem seus estatutos e elejam seus representantes. Na prática, o
Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é uma autoridade pública,
continua desempenhando um papel excessivo nas eleições sindicais. Isso
viola as normas internacionais que garantem aos trabalhadores o direito
de eleger seus representantes com total liberdade, segundo condições
determinadas por eles.
Principais agentes internacionais
Em 10 de setembro de 2013, entrou em vigor a decisão do governo
venezuelano de denunciar a Convenção Americana de Direitos Humanos.
Cidadãos e residentes da Venezuela não podem solicitar a intervenção da
Corte Interamericana de Direitos Humanos quando os recursos locais forem
ineficazes ou estiverem indisponíveis para abusos cometidos a partir
dessa data.
Como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a Venezuela se
pronunciou contra a ação da ONU para responder a violações de direitos
humanos em locais como a Coreia do Norte. Durante a sessão do Conselho
de Direitos Humanos em setembro de 2013, foi o único país a votar contra
uma resolução que condenava as violações de direitos humanos cometidas
contra os sírios. Por muitos anos, o governo da Venezuela se recusou a
autorizar especialistas em direitos humanos da ONU a realizar visitas de
averiguação no país.
A Venezuela se tornou presidente pro tempore do MERCOSUL em
junho de 2013, um ano após entrar para o bloco regional. O Protocolo de
Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos
Humanos do MERCOSUL afirma que “pleno respeito às instituições
democráticas e o respeito aos direitos humanos” são essenciais para a
integração regional e que os países-membros devem “cooperar para a
promoção e proteção eficazes dos direitos humanos”. Como não trataram da
ausência de um poder judiciário independente na Venezuela e dos
esforços do governo para enfraquecer as proteções dos direitos humanos,
os outros países-membros do MERCOSUL não conseguiram cumprir esses
compromissos.
A Venezuela apoiou uma campanha do Equador para enfraquecer a
independência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e limitar
as verbas e a eficácia de seu enviado especial sobre a liberdade de
expressão. Apesar de não terem conseguido apoio para esse esforço na
reunião da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos
realizada em março de 2013, os dois governos, bem como outros membros da
Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), deixaram clara sua
intenção de continuar pressionando para que tais alterações ocorram no
futuro.
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