As chuvas finalmente chegaram na região metropolitana de Belo Horizonte e revelaram um problema de planejamento no Aeroporto Internacional Tancredo Neves.
Vários voos foram cancelados no último domingo, com reflexos nos embarques desta segunda, pela falta de utilização de um equipamento, o Instrument Landing System (ILS).
O aparelho, que está desligado desde setembro, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), permite pousos em condições meteorológicas ruins como o enfrentado nesse fim de semana na região metropolitana de Belo Horizonte e que manteve o aeroporto fechado no domingo, ocasionando o cancelamento de cerca de 30 voos até o início da noite desta segunda. Cerca de 60 atrasaram no período.
Em nota, a concessionária do aeroporto, BH Airport, informou que o equipamento não está em funcionamento por causa das obras de ampliação na pista do aeroporto, que “estão sob controle da Infraero”.
A estatal afirma que a não utilização do ILS foi uma decisão conjunta com a concessionária e as companhias aéreas. Segundo a Infraero, foi uma ação programada. A utilização do ILS só vai acontecer em março de 2015. As obras visam ampliar a pista de 3.000 metros para 3.600 metros e é preciso reconfigurar o equipamento para a nova medida.
Por outro lado, a BH Airport tenta um retorno mais rápido e diz, em nota, que “acompanha os trabalhos junto à Infraero para que o ILS retorne a operar o mais rapidamente possível”.
Enquanto as administradoras do aeroporto não se entendem, os atrasos continuam acontecendo e prejudicando os passageiros. Nesta segunda, mesmo com o tempo bom, outros voos foram cancelados em função dos problemas do domingo. Essa foi a justificativa que a advogada Neura Pacheco ouviu de uma atendente da companhia aérea Gol para justificar o cancelamento do voo 1315 que sairia do aeroporto internacional Tancredo Neves para São Paulo, onde ela pegaria uma conexão para Porto Alegre.
Com o cancelamento, sua viagem acabou quase três horas mais longa. “Nossas agendas são definidas pela conveniência deles e não pela nossa. Agora me falaram que vão liberar um lanche. Isso não resolve”, criticou Neura.
O ILS ajuda na hora do pouso, permitindo que o piloto faça a manobra via a leitura de aparelhos mesmo com pouca visibilidade. “Não é possível pousar sem ver a pista, mas o ILS permite que esta visualização seja cerca de 200 pés abaixo do que o necessário quando não estamos usando o aparelho.
Por isso, quando o aeroporto não usa o instrumento, ele fecha a pista mais vezes, porque o piloto, nesse caso, vai precisar de condições meteorológicas melhores do que se tivesse acesso ao equipamento.
Com o ILS, é possível pousar com 200 pés de visibilidade. Sem ele, é necessário pelo menos 400 pés”, informa um piloto que preferiu não se identificar.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que na ausência do ILS “somente são autorizadas operações visuais”. A Agência também informa que o equipamento não é de uso obrigatório, portanto, a sua ausência não prejudica a segurança do voos.
Juizado
Ajuda. O TJMG tem um Juizado Especial no Aeroporto de Confins. O atendimento é gratuito e procura solucionar questões com valores de até 20 salários mínimos, sem precisar de advogado.
Mais motivos
Muito trabalho. Pilotos e comissários disseram que alguns voos são cancelados por falta de tripulantes, já que muitos estão trabalhando no limite permitido por lei com o aumento da demanda.
Fim de ano
Aumento. Segundo a concessionária BH Airport, deverá ocorrer um aumento médio de 5,7% na movimento do aeroporto de Confins entre os dias 15 de dezembro e 6 de janeiro.
Informação
Central. A Tam lançou este fim de ano uma Central de informação para antecipar aos passageiros problemas nos voos. Os clientes receberão as informações por e-mail, telefonemas e até SMS.
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