No próximo dia 18, os sindicatos dos trabalhadores e das empresas se reúnem na tentativa de chegar a um acordo e, caso as negociações não avancem, o diretor executivo do SNA afirma que existe a possibilidade de uma paralisação mais longa no dia 22 deste mês.
Apesar da paralisação de hoje e das filas nos check-in do aeroporto, as empresas aéreas informaram, em nota, que as operações não foram afetadas e continuam dentro da normalidade.
Em nota, o Sindicato Nacional da Empresas Aeroviárias (Snea) informa que, ainda que sigam em curso as negociações para o estabelecimento de uma nova Convenção Coletiva de Trabalho com aeronautas e aeroviários, que têm data-base em 1º de dezembro, as companhias aéreas, em respeito aos seus trabalhadores, decidiram antecipar desde já a correção dos salários pelo índice do INPC, de 6,33%.
A medida, segundo a nota, “preserva integralmente o poder de compra dos trabalhadores mesmo em um período de continuada alta de custos e de dificuldades financeiras para o setor”.
O Snea informa ainda que os valores de vale alimentação e vale refeição também serão ajustados de acordo com a categoria, duração da jornada e política de cada empresa. Os valores reajustados terão reflexo já na segunda parcela do 13° salário, a ser depositada nos próximos dias.
COMO FOI O DIA 15 DE DEZEMBRO
Aeroviários e aeronautas paralisaram nesta segunda-feira (15) por uma hora e meia o check-in das principais companhias aéreas no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, o que causou longas filas no interior do aeroporto, no setor de embarque dos passageiros.
A categoria reivindica reajuste salarial de 11% nos benefícios e novo número mínimo de folgas mensais para aeronautas. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Sérgio Dias, pode haver um ato ou nova paralisação no próximo dia 22.
No início da manhã, os trabalhadores utilizaram faixas para bloquear o acesso ao atendimento do check-in do aeroporto.O passageiro Hilton Somma, de 76 anos, estava na fila e argumentou que deveria haver outra forma de protestar, pois a paralisação poderia prejudicar os passageiros: “Eu estou embarcando para São Paulo, para uma consulta médica, e posso perder meu dia inteiro e não fazer uma coisa de que preciso muito".
De acordo com o diretor executivo do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), André Luiz Carvalho, a categoria está em campanha que o salário dos aeronautas e aeroviários seja unificado. "Além do reajuste salarial, as reivindicações são, também, para a criação de um piso [salarial] para quem trabalha no check-in, pois cada empresa paga o que quer; a ampliação do auxílio creche dos aeroviários e a concessão de um kit cosmético para as mulheres, já que o uso é exigido pelas empresas. Se a empresa exige, tem que fornecer", disse.
Segundo o presidente da Fentac, a pauta dos trabalhadores foi entregue no último dia 30 de setembro com um pedido de reajuste salarial de 11% e a contraproposta foi um reajuste de 6,33% que, segundo ele, não representa um aumento real, já que equivale apenas à taxa de inflação.
"Somente na semana passada eles sinalizaram com a questão da reposição da inflação do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. Isso não é suficiente porque, há mais de dois anos, os aeronautas e aeroviários estão sem ganho real, mas o setor foi desonerado, houve crescimento, enquanto o trabalhador fica sempre à míngua”, explicou Sérgio Dias. Ele informou ainda que os ganhos das companhias de aviação, nos últimos anos, não foram compartilhados com os trabalhadores.
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