ESSA É A DECLARAÇÃO DE MARIELA CASTRO FILHA DE RAUL CASTRO: USAM O NOME DO POVO PARA PERMANECER NO PODER
Cuba defenderá seus princípios socialistas e não voltará ao capitalismo só porque aceitou uma distensão com os Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira, Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, dissipando qualquer noção de que empresas norte-americanas estariam livres para atuar em Cuba.
— O povo de Cuba não quer voltar para o capitalismo — afirmou Mariela, membro do parlamento cubano.
Na quarta-feira, Cuba e os Estados Unidos concordaram em acabar com mais de cinco décadas de animosidade e restabelecer relações diplomáticas plenas. O presidente americano, Barack Obama, também afirmou que pretende remover algumas sanções contra Cuba e trabalhar com o Congresso dos Estados Unidos para acabar com o embargo econômico.
Mas, mesmo se todas as barreiras dos EUA para Cuba forem levantadas, as empresas americanas ainda precisarão de permissão do governo de Cuba para fazer negócios na ilha caribenha.
— Estivemos nessa situação por 56 anos, e adoramos dizer que somos um país em revolução, tentando criar o socialismo, e fazendo parte de um único partido, o Partido Comunista — afirmou Mariela Castro.
Sob a lei do investimento estrangeiro de Cuba, as empresas estrangeiras são bem-vindas, mas precisam negociar acordos com empresas estatais de Cuba ou com o governo para fazer negócios. O governo quase sempre exige uma participação de controle dos investimentos, o que desencorajou algumas empresas estrangeiras.
As importações para Cuba são administrados por empresas estatais, o que significa que as empresas americanas não seriam capazes de simplesmente encontrar um comprador e enviar bens ao país.
— Às vezes as pessoas dizem que Fidel é cabeça-dura, que os líderes cubanos são cabeça-dura, mas a experiência nos ensinou algo importante: que nunca devemos desistir de nossos princípios — afirmou Mariela, em frente ao Parlamento.
ESSA INFORMAÇÃO NÃO CORRSPONDE COM A VONTADE DO POVO CUBANO E A GAZETA CENTRAL FOI OUVIR A REPRESENTAÇÃO DO POVO VEJAM O QUE ELES DIZEM :
Manifestações espontâneas de alegria, surpresa, entusiasmo e ceticismo. A maior mudança nas relações entre Estados Unidos e Cuba em mais de 50 anos causou reações apaixonadas na ilha.
Poucas vezes uma notícia surpreendeu tanto o povo cubano. Milhões de cidadãos foram à TV para ouvir o presidente Raúl Castro, ao meio-dia.
A imprensa nacional tinha acabado de anunciar o pronunciamento do líder, informando que o tema seria as relações com os Estados Unidos.
Mas muitos cubanos com acesso total à internet já sabiam muito mais: Alan Gross tinha sido libertado e - a maior surpresa - os três cubanos que seguiam presos nos EUA também deixariam a cadeia.
Os rumores se espalharam, apesar do silêncio inexplicável da mídia nacional. Felizmente, graças ao sinal aberto da Telesur, muitos espectadores puderam ouvir, além do discurso do presidente Castro, ao presidente Obama. YURIS NORIDO, que também relatou a BBC em espanhol.
A reação foi imediata. Nas ruas de Havana, havia satisfação. Esse é o grande tema, que chama atenção de todos. Em táxis, pontos de ônibus, no trabalho, filas, parques...
Não é para menos: trata-se da mudança mais importante na política dos Estados Unidos em relação a Cuba nos últimos 50 anos, resultado de negociações entre os dois governos.
Ainda é cedo para se ter uma ideia clara das mudanças específicas que esta decisão vai promover.
Obama tomou decisões importantes que, obviamente, marcam uma mudança. Por exemplo: mais viagens entre os dois países e aumento da quantidade de dinheiro que pode ser enviado a partir do Estados Unidos são, sem dúvida, medidas que irão influenciar positivamente a vida de grande parte da população.
Há outros pontos importantes: a possível saída de Cuba da lista dos EUA de países que apoiam o terrorismo, uma inclusão que tem razões mais políticas do que práticas.
E o retorno a Cuba de Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernández marca o fim de uma mobilização nacional, que contou com demonstrações de solidariedade de todo o mundo.
A maioria das pessoas, agora, reagiu com alegria e esperança. Com o passar dos dias se descobrirá o real alcance das medidas, mas é possível sentir o otimismo.
Ao contrário do que pensam pessoas pouco informadas sobre a realidade da ilha, cubanos não têm sentimentos antiamericanos, apesar do longo enfrentamento entre os dois governos, desencontros, declarações oficiais e efeitos práticos de medidas econômicas.
As pessoas imaginavam que as relações entre os dois países mudariam para melhor, em algum momento. Poucos esperavam que, aparentemente, seria da noite para o dia.
Não deixei de ficar surpresa, mas também não fui pega desprevenida. Havia conversado sobre isso com amigos que me chamaram de louca, para quem (o americano libertado Alan) Gross e os três não eram moeda de troca, que sem direitos humanos não haveria relações.
Eu os respeitava, mas lembrei que política é preparada com ingredientes sutis que não aparecem nas notícias - muito menos nas notícias do Granma - mas havia indícios e foi por esses indícios que a notícia do ano me surpreendeu pouco.
Agora, com Gross nos EUA e os três em Cuba, começa a implementação das conversas. Não acho que todo mundo esteja feliz, seja dentro do governo ou na dissidência. Regina Coyula: libertações, também declarou junto a BBC.
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