Se os líderes do PDT e PTB tomarem mesmo a vergonha na " cara", por essas semanas eles sairão do governo e com isso enfraquecesse o FORO DE SÃO PAULO e o governo mais indesejado, e pode também mudar a história da VENEZUELA.
Em mais um desdobramento da crise governista no Congresso, o PDT, partido que há anos ocupa o Ministério do Trabalho, e o PTB anunciaram nesta quarta-feira que irão desembarcar da base aliada na Câmara dos Deputados. Segundo o líder do PDT, André Figueiredo (PDT-CE), a legenda não irá para a oposição, mas passará a adotar uma postura de “independência”.
ANDRÉ FIGUEIREDO FOTO AGÊNCIA CÂMARA |
"Não vamos mais participar das reuniões dos líderes aliados. Estamos sendo de forma recorrente desrespeitados, chamados de traiçoeiros e infiéis, quando somos o único partido que avisa antes como irá votar", disse Figueiredo, que acusou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), pelas ofensas.
O deputado afirmou que, antes de anunciar em plenário a decisão da bancada, comunicou-a ao presidente da legenda, Carlos Lupi, e ao ministro do Trabalho, Manoel Dias. Segundo o deputado, Lupi teria lhe dado “total liberdade” para agir e comentou que a permanência na base “tem prazo de validade”. A reação de Manoel Dias foi de constrangimento.
"O Manoel ficou em uma situação constrangedora. Mas, o ministério é da presidente Dilma, foi ela quem escolheu o ministro. Ele tem nossa confiança, mas não foi a bancada que indicou", disse.
André Figueiredo disse que a decisão sobre a eventual saída de todo o PDT da base de apoio ao governo Dilma Rousseff, inclusive com a entrega do ministério hoje ocupado pela legenda, ocorrerá em reunião de todo o partido.
"Temos clareza de que os próximos passos serão naturalmente dados. Não se afasta essa hipótese (de deixar o ministério)", pontuou.
No primeiro semestre, o partido ensaiou deixar a base governista, mas acabou voltando atrás. Segundo Figueiredo, a permanência na base, na ocasião, ocorreu “em nome da governabilidade”. No entanto, para o deputado, a situação ficou “tão deteriorada” que impossibilitou a continuidade da posição de aliado.
Ontem, José Guimarães reclamou da infidelidade da base após a rejeição de requerimento para adiar a votação da PEC 443, que aumenta o teto salarial de advogados públicos e procuradores. No primeiro semestre, durante a votação das medidas do ajuste fiscal, houve atrito entre o governo e o PDT, que votou contra algumas das propostas.
"Discutindo a relação"
Depois do PDT, também o PTB anunciou rompimento com o governo. O líder da bancada, Jovair Arantes (GO) disse que a bancada está "discutindo a relação com o governo" e que também declara posição de independência.
"Estamos dando um tempo para discutir a relação, fazer uma DR. A gente está segurando a bancada no braço, mas o governo não tem sensibilidade, os ministros não atendem. O governo não considera meus deputados. Não é só cargos, mas é evidente que quem participa do governo tem os ônus e os bônus. Nós estaremos votando contra o governo nos próximos dias", disse Jovair.
Ao comentar a saída do PDT e do PTB da base e a decisão da maioria dos aliados de votar contra a orientação do Palácio do Planalto na PEC 443, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a crise na base aliada atingiu seu pico e que agora é preciso refazer a base aliada. Para o líder, é preciso muito diálogo e a construção de uma nova base de apoio com mais fidelidade e maior nitidez política. O líder defendeu que seja feita uma revisão da ocupação de aliados em ministérios do governo Dilma.
"Esse negócio de independência? Prefiro o rompimento. Temos que refazer muita coisa, refazer a base e rever os ministérios que estão na cota desse ou daquele partido. O PTB dialogou comigo, fiquei sabendo pelo líder. O PDT anunciou em plenário. Não vamos polemizar com isso. Precisamos redefinir criteriosamente quem é base ou não. Essa questão da base, atingiu o pico. O ajuste agora é político, temos que refazer. Não me preocupo com o tamanho, mas que a base tenha nitidez política", disse Guimarães.
O anúncio feito em plenário pelos líderes do PDT e PTB de que estariam adotando postura de independência em relação ao governo gerou ironias em plenário.
"Vai ficar só o PMDB na base, daqui a pouco sai até o PT", comentou o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE).
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