Em uma transformação classificada de "histórica", o furacão Patricia passou, em algumas horas, de tempestade tropical a um monstruoso furacão de categoria 5 – a máxima na escala Saffir-Simpson –, cuja intensidade já está sendo comparada a uma "detonação nuclear".
"É uma proeza extraordinária. Na era dos satélites, só o (furacão) Linda, em 1997, se intensificou neste ritmo", disse o Centro Nacional de Furacões nos Estados Unidos.
De acordo com o CNH, o furacão que se dirige à costa do Pacífico no México com ventos de até 325 km/h é o mais forte já registrado no Pacífico e no Atlântico. O Centro afirmou que a intensidade do furacão pode ser equiparável à de uma bomba atômica.
"Isso é muito, muito, muito forte", disse A Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O evento também está sendo comparado ao tufão Haiyan, outro de categoria 5, que devastou parte das Filipinas em 2013, matando mais de 6 mil pessoas.
Patricia se desloca para a costa mexicana a uma velocidade de cerca de 17 km/h e se espera que chegue ao solo na tarde ou na noite desta sexta-feira, com ventos e chuvas potencialmente destrutivos.
O sistema deve chegar ao Estado mexicano de Jalisco, em uma zona que inclui o centro turístico de Puerto Vallarta. Além deste, os Estados de Colima e Nayarit também já declararam estado de emergência.
A rápida evolução de Patricia surpreendeu especialistas. Nas primeiras horas da quinta-feira, a Unidade de Proteção Civil do Estado de Guerrero, na costa do Pacífico, identificou Patricia como uma tempestade tropical.
Duas horas mais tarde, o sistema evoluiu para furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson e foi localizado a cerca de 400 km da costa central, entre os Estados de Guerrero e Michoacán.
Ao meio-dia, hora local, o Serviço Meteorológico Nacional do México informou que a tempestade havia subido para categoria 4 e se deslocava a 28 km/h, "muito maior do que os ciclones com estas mesmas características", afirmou.
O órgão projetou que, nas duas horas seguintes, Patricia chegaria à categoria 5. A projeção se cumpriu quando o furacão estava a 360 km da costa dos Estados de Colima e Jalisco.
Meteorologistas usam a escala Saffir-Simpson para categorizar furacões de acordo com sua velocidade constante de vento – eles medem os vendavais duradouros ao invés das rajadas mais bruscas, que podem ser ainda mais fortes.
Segundo este sistema, um furacão de categoria 1 tem ventos de 119 a 153 km/h e um de categoria 5, acima de 252 km/h.
"O ritmo de intensificação da tempestade em um dia é nada menos que histórico. No processo, Patricia passou de um conglomerado de tempestades elétricas pouco organizadas a um dos sistemas mais fortes e perversos do planeta", disse o CNH americano.
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