O Centro diz ainda que o furacão pode ficar ainda mais forte nesta sexta-feira antes de chegar ao solo, "porque imagens recentes mostram indícios de que está se desenvolvendo uma parede concêntrica do olho", ou seja, "um olho dentro do olho do furacão (região do centro da tempestade, onde as condições são mais amenas)".
Este é o chamado "ciclo de substituição da parede do olho" do furacão, um evento que ocorre nos ciclones mais intensos, das categorias 4 e 5, e pode fazê-los ficar ainda mais fortes.
Segundo a OMM, os ventos já estão tão fortes que poderiam levantar um avião e mantê-lo voando. Autoridades já alertam para a destruição de casas e carros sendo jogados para o ar. Além do vento, espera-se tempestades costeiras, chuva forte e risco de desabamentos e enchentes.
Cerca de 400 mil pessoas vivem em áreas vulneráveis, de acordo com o Fundo Nacional de Desastres do México.
O presidente Enrique Peña Nieto, no entanto, disse que o governo esteve "envolvido e muito atento" ao desenvolvimento do furacão, e já disponibilizou abrigos para milhares de pessoas. Escolas e lojas foram fechadas e a evacuação de outros locais já está em curso.
Também existe a possibilidade de que o furacão se enfraqueça antes de tocar o solo, porque pode enfrentar uma mudança de velocidade do vento e absorver ar seco do continente, de acordo com o CNH. E, uma vez em solo, pode perder força rapidamente por causa do terreno montanhoso que encontrará no México.
Esta temporada de furacões no Pacífico é a mais ativa já registrada, com 15 registrados até o momento, mas especialistas pedem cautela ao associar este evento ao fenômeno El Niño.
Neste momento, o Oceano Pacífico está passando pelo por uma das ocorrências mais fortes do El Niño desde 1950. O evento se caracteriza por um aquecimento das águas e provoca estragos na região devido às fortes chuvas.
Em setembro do ano passado, a Organização Meteorológica Mundial advertiu que o El Niño se intensificaria a partir de outubro deste ano. A OMM projetava que as temperaturas do Pacífico aumentariam 2ºC além do normal, e especialistas acreditam que estas condições provocaram um aumento nos sistemas de tempestades do Pacífico.
O aquecimento global também poderia ter um papel na intensidade que as tempestades estão adquirindo. As temperaturas oceânicas do hemisfério norte alcançaram as temperaturas mais altas de que se têm registro, de 1,4ºC acima da média.
Em agosto passado, quando começou o El Niño, se produziram três furacões simultâneos no Pacífico, os três de categoria 3.
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