Páginas

segunda-feira, 18 de abril de 2016

EM MEIA HORA DEPOIS DO COMEÇO NÃO OUVIMOS " PELA ORDEM PRESIDENTE" " PELA LIDERANÇA DO PARTIDO" O QUE OUVIMOS FOI " SEU VOTO DEPUTADO"


renato santos
18/04/2016

Na Camara  dos Deputados  o que  mais se ouvia  não era  " PELA ORDEM PRESIDENTE", ou "PELA  LIDERANÇA  PRESIDENTE", e  sim  o  " O SEU VOTO DEPUTADO " . Olhando pelo outro lado  o escritor  AGUINALDO  SILVA, em seu  blog,  faz  um observação muito importante.


Bastou meia hora de votação na sessão de ontem no Congresso para que se percebesse a estratégia governista: primeiro, chamar de golpe um evento no qual todos podiam votar livremente e dizer o que lhes viesse a telha, inclusive que votava não “pelos povos indígenas e os quilombolas”. 




Mas, além deles, nem os ingênuos querubins que brincam de esconde-esconde atrás das nuvens acreditavam nessa história de “golpe”. E segundo, fazer com que Eduardo Cunha, de tanto ser insultado, perdesse a paciência e tivesse um piti e aí provocar um tumulto que o obrigasse a suspender a sessão, pois assim conseguiram mais alguns dias para tentar  fazer a cabeça dos votantes.


Nenhuma novidade. Nos dois casos é a estratégia de sempre dos esquerdistas, que só dá certo entre eles, mas não com os que estão “do outro lado”. A novidade é que, no segundo caso, eles não contavam com o sangue de barata de Cunha, que ouviu impassível todas as acusações e insultos lançados contra ele de dedo em riste, e a tudo respondeu com a frase que pronunciou pelo menos mil vezes no mesmo tom:
“O seu voto, deputado”.
Nem mesmo quando Miro Teixeira lembrou que quem estava sendo julgado ali era Dilma e não o presidente da Câmara dos Deputados, este perdoou o seu discurso longo e repetiu quatro vezes (eu contei):
“O seu voto, deputado”.
Assim, na sequência dos “nunca antes neste país” tivemos ontem mais um. Nunca antes na história desta país o presidente do Congresso, a terceira autoridade do Brasil, foi tão insultado. Sim, porque não era o acusado Eduardo Cunha que lá estava, era o cargo que ele ocupa por conta de artimanhas dos próprios governistas quando Cunha lhes era conveniente; e o cargo, seja quem for que o ocupa, mesmo que para nossa tristeza, deve ser respeitado.
À medida que a votação deixava claro a derrota, aumentava o tom das acusações e insultos e, neste quesito, as mulheres se esmeraram. As mulheres são ótimas em reclamar dos insultos dos homens, mas são melhores ainda em insultá-los, pois, se advertidas, apelam para sua própria “fragilidade”. Bastava que o Cunha chamasse uma delas de “esganiçada” e pronto – seria crucificado.
Mas o presidente da Câmara dos Deputados, imbuído como nunca da sua “responsabilidade” – ou, melhor dizendo, tomado pelo seu mesquinho desejo de ver o Governo derrubado – nem uma vez piscou. Durante pelo menos sete horas esteve sentado naquela cadeira sem comer, beber ou sair para fazer xixi, sem alterar a voz uma vez sequer, sem revidar as provocações, os insultos, admoestando os votantes, seja de que partido fossem, com o seu mantra pronunciado sempre no mesmo tom – “o seu voto, deputado” – demonstrando que tem mesmo nervos de aço.
Tão atento estava ele a tudo que acontecia à sua volta que, em meio ao tumulto final, quando um deputado anunciou que trouxera o filho para declarar seu voto, ele teve uma das poucas reações fora do tom e alertou o entusiasmado votante:
“Não pode fazer isso, deputado.”
Se estou fazendo a defesa de Eduardo Cunha? Claro que não. Como bem disse um deputado – que por acaso votou sim - ele é o próximo da fila, sua vez vai chegar. Corrupto é corrupto, por isso Cunha e uma parte dos que ocupam altos cargos neste momento, sejam de que partido for, são farinha do mesmo saco. Só estou dizendo que, de todos os possíveis, o PT escolheu o pior adversário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MUITO OBRIGADO ! SUAS CRITICAS, NOS AJUDAM A MELHORAR BLOG, SEUS COMENTÁRIOS SOBRE O ASSUNTO É IMPORTANTE PARA NÓS PARTICIPEM.