RENATO SANTOS 07/11/2016 É possível as práticas midiáticas da atualidade serem mediadoras de ações educativas?
Poderiam os processos educativos encontrarem espaço de atuação na mídia?
Para refletir sobre essas questões, parte-se do pressuposto de que a mídia é uma fonte de ampliação da experiência humana, e ao sê-lo, medeia a compreensão que temos do mundo e de nós mesmos.
No entanto, essa fonte alimentadora do caudal socio-cultural dos indivíduos pouco tem contribuído para a inserção do homem na vida social de forma responsável, crítica e cidadã.
Esse comprometimento não ocorre, possivelmente, pelo desconhecimento dos indivíduos dos saberes que compõem a cultura midiática e seus mútuos desdobramentos nas culturas eruditas e populares.
Para trilhar os caminhos que unem as práticas educativas às midiáticas, faz-se necessário, então, interpenetrar saberes diversos, contemplando o resultado das possíveis combinações dessas tradições historicamente em marcha, em distintos tempos e espaços.
Assim, a necessidade de edificação de uma sociedade cidadã exige a construção de uma ponte que ao unir essas duas instâncias de compreensão do mundo – a midiática e a educacional –desenvolva um contexto de referência que dê sentido às diferentes práticas culturais da vida cotidiana.
Agora que tem haver com a JAMAICA, veja o absurdo que não estão " enxergando" essa comissão esta implantando o que na reforma educacional.
com informação
agencia senado
Capacitar os jovens para o uso crítico novas tecnologias e para a produção de conteúdo é um caminho necessário ao fortalecimento do uso livre e democrático da mídia.
A avaliação foi feita nesta segunda-feira (7) pelo jamaicano Alton Grizzle, da Divisão de Liberdade de Expressão e de Desenvolvimento da Mídia da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), durante seminário promovido pelo Conselho de Comunicação do Senado.
Segundo Grizzle, todos cidadãos precisam desenvolver habilidades e competências para entender o papel da mídia e ser capaz de utilizar ferramentas de comunicação para articular processos de desenvolvimento e mudança social.
A Unesco recomenda que a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI) seja incorporada nas escolas.
Conforme a Unesco, AMI tem como objetivo permitir aos alunos que tenham uma aprendizagem mais autônoma e para que possam “utilizar as mídias e as comunicações tanto como ferramentas, quanto como uma maneira de articular processos de desenvolvimento e mudança social”.
— Vemos agora uma mudança muito radical no que era o jornalismo tradicional. Agora, nós temos o cidadão jornalista, que cria a informação e a coloca em tempo real.
Então, é importante que esses jovens tenham as competências para serem jornalistas adequados. Através da alfabetização midiática, nós podemos empoderar o cidadão. os jovens podem responsabilizar a mídia, podem ser intermediários e manter um ambiente midiático mais responsável — disse.
Também participaram do Seminário sobre Educação Midiática e Informacional no Brasil — um olhar a partir da perspectiva da Unesco — as estudantes Clarice Villarim e Maria Eduarda Silva de Oliveira.
A primeira é aluna Colégio Dante Alighieri, escola particular de São Paulo. A segunda estuda na EMEF Casa Blanca, escola pública da capital paulista. As duas apresentaram os resultados de um trabalho conjunto de "prática educomunicativa pioneira" de análise e produção midiática. Os estudantes produzem vídeos, áudios e textos, além de oficinas de análise de mídia.
Segundo Clarice, a iniciativa tem dado maior protagonismo aos estudantes.
— Tem de haver essa troca de visões entre o aluno e o professor, principalmente nessa área de tecnologia, já que a minha geração nasceu num mundo midiatizado. Então, tem de haver essa troca — argumentou.
Maria Eduarda observou que a integração de tecnologias ao aprendizado tem deixados os estudantes mais motivados. Ela listou algumas das atividades desenvolvidas:
— A Educom.geração.cidadã.2016 possui uma página no Facebook, onde a gente posta todas as fotos, o processo do projeto, e um canal no YouTube, onde a gente posta os vídeos do projeto — informou.
Hoje apenas 4 milhões, dos mais de 38 milhões estudantes que frequentam escolas públicas, estão envolvidos com alguma atividade relacionada à comunicação e tecnologias, de acordo com Sandra Zita Silva Tine, assessora técnica do Ministério da Educação.
Para Raquel Paiva, pesquisadora do Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Ismar de Oliveira Soares, do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional e presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação, está na hora de avançar em uma política pública sobre Alfabetização Midiática e Informacional.
— Quem sabe, a partir de agora, nós tenhamos a oportunidade de dialogar com o MEC, com o Senado e com a Câmara dos Deputados, para podermos avançar, com passos bem dados, em torno da execução deste direito: o direito de 45 milhões de crianças e jovens do Brasil terem acesso a essa prática, a esse conhecimento.
Isso será muito bom para a mídia, será muito bom para os profissionais, será muito bom para os educadores e, especialmente, para os jovens — disse Soares.
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