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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

" Resigno-me a meu destino" Rodrigo Janot no seu Ultimo discurso <<>> PGR diz que ataques sofridos são custo por enfrentar modelo político corrupto






RENATO SANTOS  15/09/2017  Combater a corrupção não  é  uma  tarefa  fácil,  mas, não se  pode ser  convivente  com  ela de maneira  nenhuma.   

Sabemos  que  ele  foi  indicado  pela ex  presidente DILMA,  mas,  na frente  da  PGR, ele  soube  separar as  coisas, apesar  de alguns  erros.

Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR  

Em sua última sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (14), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ter sofrido toda sorte de ataques sórdidos e injustos. "Resigno-me a meu destino, porque mesmo antes de começar, sabia exatamente que haveria um custo por enfrentar esse modelo político corrupto e produtor de corrupção, cimentado por anos de impunidade e de descaso", disse.

A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, agradeceu o trabalho realizado e desejou felicidades na nova etapa. "Nós do Judiciário somos honrados com o Ministério Público, que muito honra o Brasil, honrou com a presença de vossa excelência, dos que vieram antes e certamente com os que virão depois", disse. Para ela, o Poder Judiciário sente-se honrado, ao ter, no sistema de Justiça, um Ministério Público que seja sempre tão afeito à lei, submetido à lei, em igualdade de condições.

Rodrigo Janot disse que entregará o cargo no próximo dia 17 com a convicção serena de ter militado até o último instante na defesa dos compromissos constitucionais assumidos há mais de 30 anos. "Outros seguirão do ponto em que parei e certamente avançarão ainda mais no aperfeiçoamento institucional e democrático do Ministério Público e do nosso país", disse.

O PGR acrescentou que, sentado na cadeira do procurador-geral da República, acompanhou grandes julgamentos que marcaram a memória jurídica nacional. Para ele, calorosos e instrutivos debates fluíram em incontáveis sessões vespertinas ao longo desses anos.

"Tive a honra de ver consolidado definitivamente o poder investigatório do Ministério Público e de presenciar o corajoso golpe desferido por esse colegiado contra a crônica impunidade que castiga impiedosamente nossa sociedade, quando esta Corte definiu, por duas vezes, que a condenação em segunda instância viabiliza, sim, a execução provisória da pena", afirmou. Para ele, igual satisfação foi ver consolidado e fortalecido o instituto da colaboração premiada.

Ele também testemunhou publicamente a retidão do STF na condução do processo jurídico-criminal mais complexo e delicado que o país já vivenciou. "Nos momentos cruciais do fenômeno que se convencionou chamar de Lava Jato, o STF foi firme, respeitou a lei e a Constituição, mas não se acovardou sob o pálio muitas vezes confortável da pseudoprudência ou da literalidade pedestre das normas, em que facilmente se escondem a pusilanimidade e os interesses vis", declarou.

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