RENATO SANTOS ACADÊMICO DE DIREITO 1526 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (5.abr.2023) que o ataque a creche em Blumenau (SC) é “inaceitável” e um “ato absurdo de ódio e covardia“. O ataque provocou a morte de ao menos 4 crianças na manhã desta 4ª feira (5.abr). O suspeito do crime foi preso. Em sua conta no Twitter, o presidente disse que “não há dor maior” que uma família perder filhos ou netos e se solidarizou com as famílias das vítimas.
Precisamos cobrar dos Congressitas, uma postura mais fechada, criar leis mais severas, e mais sérias mas pra isso eles precisam entender que a sociedade não aguenta mais criminosos matar e estuprar as nossas crianças.
BLUMENAU, SC, SÃO PAULO, SP, PORTO ALEGRE, RS E CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Um homem de 25 anos invadiu nesta quarta (5) a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos.
Uma machadinha e um canivete foram usados na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar). Conforme as informações iniciais, o assassino chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele decidiu fugir pulando novamente o muro.
Segundo a polícia, o autor não tem aparentemente nenhuma ligação com a creche. A motivação para o ataque ainda é investigada.
Outras quatro crianças feridas foram socorridas e levadas para o hospital Santo Antônio. De acordo com a unidade, são duas meninas de 5 anos e dois meninos de 5 e 3 anos, nenhum deles em estado grave.
O caso ocorre nove dias após o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, quando um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras cinco pessoas, entre elas três docentes. O adolescente foi detido e está internado na Fundação Casa.
Em entrevista coletiva na tarde desta quarta, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que o ataque em Blumenau é um caso isolado, não conectado a outros atentados.
"Entrevistas prévias [da polícia com o suspeito] indicam que é um fato isolado. Não tem relação com outros fatos e não está relacionado com coordenação ou jogos envolvendo outros criminosos", disse o delegado.
A explicação foi dada pelo delegado em meio à divulgação, nas redes sociais, de uma série de notícias falsas, na tentativa de tranquilizar pais que estiverem com medo de deixar seus filhos na escola.
O autor do ataque foi identificado como Luiz Henrique de Lima. Segundo a Polícia Civil, ele não tinha advogado até a tarde desta quarta. A Defensoria Pública também não havia sido acionada.
Lima tem quatro passagens pela polícia entre 2016 e 2022. A primeira delas, em novembro de 2016, foi uma briga em uma casa noturna. Em março de 2021 ele esfaqueou o padrasto e, em julho do mesmo ano, foi abordado por policiais portando cocaína. Na última ocorrência, de dezembro de 2022, ele quebrou o portão da casa do padrasto e esfaqueou um cachorro.
Segundo a polícia, a escolha do local para o ataque não seguiu um critério lógico. "Foi aleatório, ele estaria numa academia ali nas proximidades e depois achou por bem escolher essa escola como alvo", disse Ronnie Esteves, delegado da Divisão de Investigação Criminal de Blumenau.
As aulas nas redes municipal e estadual foram canceladas na quarta e estão suspensas também nesta quinta (6) em Blumenau. Outras atividades, como a comemoração oficial da Páscoa em um parque da cidade, também foram canceladas.
A prefeitura afirma que o serviço de psicologia do município está à disposição das famílias. "Lamentamos profundamente essa tragédia que causa uma triste marca na história da nossa cidade. Que Deus possa confortar o coração de todas as famílias", disse o prefeito Mário Hildebrandt, segundo a prefeitura.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), decretou luto oficial de três dias no estado. "O assassino já está preso. Que Deus conforte o coração de todas as famílias neste momento de profunda dor", afirmou.
No Twitter, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "monstruosidade" o ataque.
"Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas", escreveu Lula.
O CEI (Centro de Educação Infantil) Cantinho Bom Pastor é uma escola particular em funcionamento há ao menos dez anos, que atende crianças de 1 a 12 anos. Em nota, a escola afirma que ajudará nas investigações e que se solidariza com as famílias.
"Estamos desolados com a tragédia ocorrida no dia de hoje no nosso ambiente escolar, sofrendo terrivelmente e sentindo as dores que afeta cada criança, familiar e amigo. Ainda estamos tentando entender o ocorrido, que atinge o que nos é mais sagrado: a integridade de nossas crianças, que sempre foram aqui recebidas com amor e carinho", declarou a instituição.
Em nota, o Ministério Público de Santa Catarina disse que vai acompanhar todos os desdobramentos nos âmbitos criminal e cível, "mas, no momento, quer externar sua profunda tristeza com o ocorrido e prestar condolências aos familiares das vítimas e aos envolvidos nessa tragédia que abala a todos os catarinenses".
Vizinhos da escola se disseram impressionados com a rapidez com que o assassino entrou e saiu da creche sem ser visto.
"A gente pensou que uma criança tinha caído, se machucado. Mas aí [ouvimos] uma senhora gritando, [pensei] acho que é coisa séria", conta Anderson da Silva, proprietário da gráfica localizada em frente ao portão escola.
"Ninguém viu como [o assassino] chegou ou como saiu, foi muito rápido. É uma sensação de impotência, de não conseguir parar esse cara, de não conseguir fazer nada. Nossos filhos iam nessa creche até o ano passado, são amiguinhos deles que estavam ali, a gente imagina a dor dos pais em uma hora dessas", acrescentou.
PROFESSORA PROTEGEU BEBÊS
Uma das professoras da creche disse que trancou a sala onde ficam os bebês para tentar protegê-los.
"Minha parceira de sala chegou correndo dizendo 'fecha a porta, fecha a janela porque um cara assaltou o posto'. Pensamos que era um assalto porque ele invadiu a escola, só que fechei os bebês no banheiro, depois vieram na porta dizendo que ele 'veio matando', ele foi no parque para matar", relatou a professora Simone Aparecida Camargo à NSC TV.
"No parquinho, a turma do pré estava toda no parque fazendo uma roda de conversa. Ele tinha mais que uma arma", acrescentou.
'VOU HONRAR A MEMÓRIA DO MEU FILHO'
Bruno Bridi, pai de Bernardo Pabest, 5, uma das quatro crianças mortas na creche, disse agradecer os momentos que viveu ao lado do filho e que vai honrar a memória do garoto em seu coração.
"A partir de hoje a memória dele vai ser honrada dentro do meu coração, de cada um que está aqui dentro, de todo mundo, quem vive o drama na pele sabe", disse o pai, em entrevista a jornalistas.
Como cristão e como militar, vou lutar com todas as forças para continuar no caminho do Senhor e agradeço a Deus por todos os momentos que vivi com meu filho."
Ele também contou sobre os últimos momentos em que esteve com Bernardo, quando deixou o filho na escola na manhã desta quarta. "Hoje ele chegou pela creche imitando o coelhinho, ele e o amiguinho dele. É isso, [vou] fazer valer todos os momentos dele", disse.
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