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terça-feira, 18 de março de 2014


Distritos policiais da capital estão com carceragens superlotadas por causa da greve dos agentes penitenciários do Estado de São Paulo. No 2.º Distrito Policial, no Bom Retiro, havia na segunda-feira (17) 140 presos à espera de transferência para um CDP (Centro de Detenção Provisória) — a capacidade é para 25 detidos.
No 72.º DP (Vila Penteado), havia cem presos na carceragem. O 31.º DP (Vila Carrão) e 49.º DP (São Mateus) também apresentavam números além da capacidade: 65 e 60, respectivamente. A Polícia Civil não divulgou a capacidade. Esses distritos integram as chamadas Delegacias de Trânsito — são oito na cidade de São Paulo, onde presos ficam abrigados até o encaminhamento aos CDPs.
Em Sorocaba, a situação não era diferente. Mais de 30 detentos enviados na segunda-feira para o CDP do bairro Aparecidinha tiveram a entrada barrada por agentes penitenciários em greve e voltaram para a cadeia pública em que estavam em São Roque. Com quatro celas e funcionando em caráter provisório, o local tinha ontem à tarde 60 detentos. Os grevistas bloquearam a entrada da unidade e impediram a passagem dos veículos com os presos. O diretor do CDP, Márcio Coutinho, pediu apoio à Polícia Militar. O risco de fuga dos presos levou a PM a deslocar a Tropa de Choque para o local.
Coutinho argumentou com os grevistas que uma liminar dada pela Justiça proibia atos como o bloqueio à entrada dos presos, mas os agentes alegaram não terem sido notificados da decisão. O impasse durou cerca de seis horas. Nesse período, alguns presos passaram mal por causa do calor e foram retirados do veículo. A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) optou por enviar os detentos de volta a São Roque. Outro CDP da região, em Capela do Alto, também sofreu bloqueio de agentes e 14 presos não puderam ser recebidos.
Greve
Os agentes penitenciários em greve farão nesta terça-feira (18) às 10h uma manifestação na frente do Palácio dos Bandeirantes "contra a intransigência do governo do Estado em não reabrir negociações para discutir as reivindicações da categoria".
A greve, que entra no 9.º dia, paralisou 90% dos presídios, segundo o Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo). Já o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional), 73% (117) das unidades estão paradas. De acordo com a SAP, são 58 das 158 unidades paralisadas.

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