Distritos policiais da capital estão com carceragens superlotadas por causa da greve dos agentes penitenciários
do Estado de São Paulo. No 2.º Distrito Policial, no Bom Retiro, havia
na segunda-feira (17) 140 presos à espera de transferência para um CDP
(Centro de Detenção Provisória) — a capacidade é para 25 detidos.
No 72.º DP (Vila Penteado), havia cem presos na carceragem. O 31.º DP
(Vila Carrão) e 49.º DP (São Mateus) também apresentavam números além da
capacidade: 65 e 60, respectivamente. A Polícia Civil não divulgou a
capacidade. Esses distritos integram as chamadas Delegacias de Trânsito —
são oito na cidade de São Paulo, onde presos ficam abrigados até o
encaminhamento aos CDPs.
Em Sorocaba, a situação não era diferente. Mais de 30 detentos enviados na segunda-feira para o CDP do bairro Aparecidinha tiveram a entrada barrada por agentes penitenciários
em greve e voltaram para a cadeia pública em que estavam em São Roque.
Com quatro celas e funcionando em caráter provisório, o local tinha
ontem à tarde 60 detentos. Os grevistas bloquearam a entrada da unidade e
impediram a passagem dos veículos com os presos. O diretor do CDP,
Márcio Coutinho, pediu apoio à Polícia Militar. O risco de fuga dos
presos levou a PM a deslocar a Tropa de Choque para o local.
Coutinho argumentou com os grevistas que uma liminar dada pela Justiça
proibia atos como o bloqueio à entrada dos presos, mas os agentes
alegaram não terem sido notificados da decisão. O impasse durou cerca de
seis horas. Nesse período, alguns presos passaram mal por causa do
calor e foram retirados do veículo. A SAP (Secretaria de Administração
Penitenciária) optou por enviar os detentos de volta a São Roque. Outro
CDP da região, em Capela do Alto, também sofreu bloqueio de agentes e 14
presos não puderam ser recebidos.
Greve
Os agentes penitenciários em greve farão nesta terça-feira (18) às 10h
uma manifestação na frente do Palácio dos Bandeirantes "contra a
intransigência do governo do Estado em não reabrir negociações para
discutir as reivindicações da categoria".
A greve, que entra no 9.º dia, paralisou 90% dos presídios, segundo o
Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo).
Já o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional), 73%
(117) das unidades estão paradas. De acordo com a SAP, são 58 das 158
unidades paralisadas.
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