Senadores voltam a defender mudanças na maioridade penal
Gleisi Hoffmann que vergonha
viu SENADORA O SANGUE DELA ESTA NA SUA MÃO
O
recente assassinato de uma adolescente de 14 anos em Brasília pelo
namorado prestes a completar 18 anos levou senadores a voltar a
defender, em Plenário, mudanças na maioridade penal. Mais cedo, o
presidente do Senado, Renan Calheiros, havia recebido a visita de
Joselito Dias e Rosemari Dias, pais da jovem morta, Yorraly Ferreira
Dias. O assassino filmou o crime e divulgou o vídeo entre amigos por
meio de um aplicativo de troca de mensagens.
A
principal proposta de mudança na maioridade é a PEC 33/2012, do senador
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que abre a possibilidade de a Justiça
aplicar a adolescentes de 16 a
18 anos envolvidos em crimes como homicídio qualificado, extorsão
mediante sequestro e estupro penas impostas hoje somente a adultos. A
PEC foi rejeitada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ), mas vai a votação em Plenário, depois de apresentação de recurso.
Ao
pedir a aprovação da PEC 33, Aloysio Nunes explicou que a proposta
mantém a regra da maioridade aos 18 anos, mas abre uma exceção que
contempla os casos de crimes hediondos. Ele disse que, pelo texto, o
promotor que atua na Vara da Criança e do Adolescente perante a qual
esteja sendo apurado ato infracional pode pedir a exceção para que o
menor de 16 a 18 anos seja julgado como adulto.
-
Assim, o juiz, depois de uma apuração criteriosa, poderá chegar à
conclusão de que aquele adolescente que cometeu crime hediondo poderá
ser submetido à lei penal, e não ao ECA - argumentou o senador
Para
o senador Magno Malta (PR-ES), a proposta de Aloysio é um gesto
positivo, pois é a uma resposta a uma sociedade que sofre, que se
angustia e que “agoniza de dor e de lágrimas”. Ele criticou o governo,
que teria “mandado derrubar” a PEC, e lamentou o crime que tirou a vida
de Yorraly.
-
O Senado não pode se acovardar, não pode se apequenar, não pode, enfim,
deixar de enfrentar esta questão que angustia a família brasileira –
declarou Malta.
O
senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que relatou sete projetos relativos à
maioridade penal na CCJ, apontou um diferencial no texto de Aloysio
Nunes. Para ele, o projeto foi o único a propor uma “uma saída razoável e
equilibrada” para uma questão em que as opiniões tendem a se
radicalizar.
Para
Ferraço, o Senado não pode ter medo de enfrentar temas polêmicos. O
senador alertou para o risco de que, na falta de uma decisão no
Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha de se pronunciar.
O
senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que está refletindo a respeito de
uma possível modificação no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo Suplicy, há um diálogo importante, construtivo e respeitoso, em
torno da proposta de Aloysio.
O
presidente Renan Calheiros afirmou que vai conversar com os líderes
partidários para definir um momento adequado para a apreciação do
requerimento para votar a matéria. Ele reconheceu que o assunto “é
complexo”, mas disse acreditar que até abril a PEC seja apreciada no
Plenário.
- Será a oportunidade para que cada um vote da maneira que entender como deve votar. Democracia é isso – disse.
VAMOS RELEMBRAR O CASO
OLHA BEM PARA ELE, SEU PERFIL, MENINO BONZINHO NÃO É SENADORA E AQUELES QUE VOLTARAM CONTRA A PEC DE REDUÇÃO DE IDADE. LEVEM ELE PRA CASO E DEIXA SUA FILHA FICAR COM ELE, QUE TAL. MATOU SEM DÓ.
No último dia 9 um rapaz com 17 anos 11 meses e 28 dias de idade,
matou a ex-namorada, Yorrally Ferreira, de 14 anos com um tiro no olho
em Brasília. O assassinato ocorreu depois de o menor ter espancado
barbaramente a menina. Ele filmou a execução e divulgou as imagens para
amigos pelo WhatsApp. Em seguida, assistiu a um jogo de futebol na TV,
comemorou a vitória do seu time e foi ao dentista.
Por ser ‘de menor’, faltavam dois dias para completar 18 anos quando
matou Yorrally, ele não poderá ter seu nome ou imagem divulgados. Vai
cumprir 45 dias de serviços sócio-educativos e depois estará sujeito a
um máximo de três anos de encarceramento em instituição especial. A
seguir será solto e sua ficha criminal será apagada.
No dia 19 de fevereiro, o PT e a bancada aliada no Senado, liderados
pela senadora petista Gleisi Hoffmann, derrubaram o projeto do senador
Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB) que reduzia a maioridade penal de 18 para
16 anos para crimes hediondos.
O Projeto de Emenda Constitucional derrubado por Gleisi era um
projeto muito moderado. Permitia que, a depender da gravidade do crime, e
com a autorização de um juiz da infância e adolescência, um menor fosse
processado criminalmente. As leis sobre crimes cometidos por menores em
países como Suécia, Dinamarca, Suíça e Canadá é bem mais dura. Nos
Estados Unidos a responsabilidade criminal começa aos 7 anos, na
Inglaterra aos 10, na França aos 13, Itália, Japão e Alemanha aos 14 e
na Argentina aos 16.
Se o projeto do senador tivesse sido aprovado, o destino do assassino
Yarroly seria outro. O crime, um homicídio qualificado, cometido por
motivo fútil, com o uso de emboscada que impediu a defesa, vilipendio do
cadáver (o corpo da menina foi exposto em uma rede social) seria
enquadrado como crime hediondo e o rapaz estaria sujeito a pena de até
30 anos de reclusão, máximo de tempo que alguém pode ser condenado no
Brasil.
Por uma questão de horas – o que evidencia o absurdo da atual
legislação – o adolescente se livrou dos rigores da lei e ficará sujeito
a penas levíssimas (menores que as dos mensaleiros, que Gleisi também
defende) e, o que talvez seja o pior, sairá do reformatório com ficha
limpa, possibilitando que se aproxime de novas vítimas de forma
sorrateira e, quem sabe, as mate sem possam se defender.
Ninguém pode garantir que a vida de Yorrally Ferreira teria sido
poupada se Gleisi Hoffmann não tivesse comandado a derrubada da PEC
33/2012 que reduzia a maioridade penal, um desejo de 93% dos
brasileiros. Mas, certamente, se não fosse à ação da senadora
paranaense – que garantiu a manutenção dessa ‘bolsa impunidade’ para
menores criminosos – a possibilidade que seu assassino receber uma
punição a altura de seu crime seria muito maior.
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