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terça-feira, 4 de agosto de 2015

EM MINAS GERAIS HOSPITAIS SÃO FECHADOS E AS AMBULÂNCIAS JOGADAS AO VENTO

São inúmeras as reclamações nas unidades de pronto atendimento de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A falta de estrutura em cidades da região metropolitana foi apontada pela Secretaria de Saúde como uma das causas para a superlotação das UPAs da capital mineira. Há municípios sem hospitais em funcionamento.


Os portões continuam trancados. A balconista Patrícia Sousa não se conforma com o fechamento da Santa Casa de Lagoa Santa, o único hospital da cidade. “Faz muita falta. Pra ganhar menino tem que ir para outras cidades”, diz.

O hospital parou há mais de um ano, com dificuldades financeiras. Depois, veio uma intervenção judicial pedida pelo Ministério Público que investigava denúncias de má gestão.

O serviço de urgência e emergência passou a ser oferecido apenas no posto de atendimento médico, que é bem parecido com uma UPA, ou seja, não têm leitos para internação ou de CTI.

“Com o hospital fechado, o cidadão vem para o nosso pronto atendimento. Se é um caso de internação, nós cadastramos ele na central de leitos do estado. Saiu a vaga em qualquer hospital da região, a prefeitura transporta esse paciente com uma ambulância do município para ser internado”, explica Fabiano Moreira, secretário de saúde de Lagoa Santa.

Segundo a prefeitura, Lagoa Santa tem 116 médicos no sistema municipal, o dobro do considerado ideal para uma cidade desse porte. Mas tem gente que cobra a volta do hospital e melhorias no sistema.
O aposentado Eustáquio Rodrigues diz que para marcar consulta com cardiologista teve que recorrer ao município vizinho. “Está marcado o cardiologista para o dia sete do mês que vem em Santa Luzia. Lagoa Santa tem cardiologista, só que não atende o que é preciso. Demora muito mais”, diz.

Em Santa Luzia, a única UPA da cidade estava muito cheia na recepção. Havia muitas pessoas sentadas e muitas esperando em pé. Elas reclamaram da demora no atendimento. Desdédio contou que chegou pela manhã com a mãe de 88 anos. “Desde às 10 horas da manhã. São mais de quatro horas esperando”.

Quem reclama da UPA em Santa Luzia não tem outra opção. O único hospital do município, que também atendia pelo SUS, fechou as portas em março. Segundo a prefeitura, um novo convênio está sendo negociado para a reabertura do hospital, enquanto isso, os casos de média e alta complexidade estão sendo encaminhados para Belo Horizonte.

O secretário de Saúde de Santa Luzia, João Pedro Machado, disse que por causa disso, Santa Luzia repassa cerca de R$ 5 milhões por mês para a prefeitura da capital.

Quanto à UPA, ele afirma que está investindo na ampliação do número de médicos e da capacidade de atendimento, mas para resolver o problema é preciso mais dinheiro para financiar a saúde em toda a região metropolitana. 

“O subfinanciamento tem criado gargalos, assistências aos municípios que não vem dando conta e precisamos que também o estado se prontifique a aumentar o número de hospitais regionais, o número de leitos destinados a essa região e também aos municípios que estão ao redor”.

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