RENATO SANTOS 06/07/2016 Vamos relembrar o que DILMA falou sobre MICHEL TEMER e EDUARDO CUNHA, concedeu uma entrevista ao portal de noticias em abril vamos a ela : SÃO PAULO, 18 ABR/16, (ANSA) - "Indignada" com um tratamento "que não se reserva a mais ninguém". Assim Dilma Rousseff disse se sentir sobre a decisão da Câmara dos Deputados de aprovar a instauração de um processo de impeachment contra ela. Em sua primeira coletiva de imprensa após a votação, a presidente repetiu o discurso de que é vítima de "golpe de Estado" e prometeu lutar por toda a sua vida.
"Hoje eu me sinto injustiçada porque considero que esse processo não tem sustentação legal. A justiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa ou quando se acusa alguém por algo que não é crime", afirmou a mandatária petista, que é alvo de denúncia por crime de responsabilidade.
O pedido de afastamento de Dilma é assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaina Paschoal e Hélio Bicudo, fundador do PT, e a acusa de ter atrasado repasses a bancos públicos que seriam usados para cobrir benefícios sociais e previdenciários.
O trio de advogados diz que a petista, na prática, tomou "empréstimos" de instituições estatais, o que é proibido por lei, para maquiar as contas públicas. Já o governo alega que os atrasos não podem ser caracterizados como operações de crédito, já que não houve transferência de recursos dos bancos para o caixa da União.
"Eu assisti à sessão ao longo da noite de ontem [17] e não vi uma discussão sobre crime de responsabilidade", acrescentou a presidente, que ainda adotou um leve tom de ironia ao comentar que muitos deputados votaram em nome de Deus, de suas famílias e por "outros motivos".
"Recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão.
Os atos pelos quais me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim. Se reserva a mim um tratamento que não se reservou a ninguém. Não há contra mim nenhuma acusação de desvio de dinheiro público, de enriquecimento ilícito. Eu não fui acusada de ter contas no exterior", disse Dilma, aí se referindo claramente ao presidente da Câmara Eduardo Cunha.
A mandatária ainda ressaltou que é alvo da estratégia do "quanto pior, melhor" e que está em curso uma "violência contra a verdade, contra a democracia e contra o estado democrático de direito". "Enfrentei por convicção a ditadura e agora também enfrento por convicção um golpe de Estado. Usa-se uma aparência de legalidade para perpetrar o mais grave crime contra uma pessoa, que é condenar um inocente", acrescentou.
Temer e Cunha - Sem mencionar seus nomes, mas também sem deixar dúvidas de quem estava falando, Dilma não usou meias palavras para se referir a Cunha e ao vice-presidente Michel Temer, beneficiários diretos de seu eventual impeachment.
Para seu companheiro de chapa, reservou a alcunha de "conspirador" e "traidor". "É estarrecedor que um vice-presidente no exercício de seu mandato conspire abertamente. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitada. A sociedade humana não gosta de traidor", salientou.
Já se referindo a Cunha, disse que o processo de impeachment é fruto de uma "vingança" do deputado, que não teve os votos do PT para barrar o inquérito contra ele no Conselho de Ética, e possui o rosto do "abuso de poder". "Eu acredito que é muito ruim para o Brasil que o mundo veja que a nossa jovem democracia enfrenta um processo com essa baixa qualidade. De certa forma, estou tendo meus sonhos torturados, mas não vão matar em mim a esperança. A democracia é sempre o lado certo da história", afirmou Dilma. (ANSA)
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), vai notificar e dar um prazo de cinco dias para que os líderes partidários indiquem os integrantes da comissão que vai analisar o pedido de impeachment do presidente interino, Michel Temer. A informação foi divulgada na tarde de hoje (6) pelos integrantes da bancada do PSOL, após reunião com Waldir Maranhão para tratar da questão.
“Ele [Waldir Maranhão] se comprometeu a notificar hoje mesmo os líderes e vai dar um prazo de cinco dias para que os líderes partidários que ainda não indicaram os membros o façam nesse período, senão ele o fará de ofício”, disse o líder do partido na Câmara, Ivan Valente (SP).
Procurada, a assessoria de Waldir Maranhão disse que antes ele irá discutir o tema com os líderes partidários.
Questão de ordem
Ontem (5), após ser questionado por integrantes da legenda, Maranhão leu no plenário a resposta a uma questão de ordem formulada pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em que questionava o fato de a comissão especial do impeachment de Michel Temer não ter sido instalada porque os líderes partidários não indicaram seus representantes.
Em resposta, o presidente interino disse que havia enviado ofício aos líderes para que indicassem os integrantes, mas não esclareceu se haveria um prazo para as indicações.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse que há previsão no Regimento da Casa para a realização das indicações pelo presidente interino e que o fato, também já ocorreu no Senado. “Ele tem a prerrogativa de indicar os nomes dos integrantes de ofício e, inclusive, isto já ocorreu na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] dos Bingos no Senado”, disse.
Decisão do STF
No dia 4 de abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio determinou ao presidente da Câmara a abertura de pedido de impeachment contra o presidente interino, Michel Temer, também em razão das chamadas pedaladas fiscais, apresentado pelo advogado Mariel Marley Marra.
Após a decisão, Cunha, que na época ainda estava no comando da Casa, enviou ofício aos líderes partidários solicitando a indicação dos membros da comissão do impeachment de Temer, mas alguns partidos não indicaram os nomes e a comissão não foi instalada.
Para a bancada do PSOL, a persistir o descumprimento da decisão do STF, Maranhão poderia ser enquadrado no crime de prevaricação. “O presidente interino tem consciência da gravidade da situação e do que é o descumprimento de uma decisão do STF e nos assegurou que se os líderes partidários, em cinco dias corridos, não fizerem a indicação dos integrantes para a comissão deimpeachment de Temer, ele disse que indicará os membros”, disse o deputado
Glauber Braga.
Cassação Cunha
Segundo os deputados do PSOL, Waldir Maranhão também disse que poderá colocar para votação em plenário o pedido de cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes do recesso “branco”, previsto para o dia 17.
Na manhã dessa quarta-feira, um pedido de vista adiou, para a próxima semana, a decisão sobre o recurso do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Atendendo a pedidos de quase todos os parlamentares da comissão, o presidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), marcou para as 16h de segunda-feira (11) a nova sessão.
Segundo Valente, como não vai ter votação no plenário na segunda-feira, o colegiado poderá debater e votar o recurso de Cunha. Após a votação, a Mesa Diretora da Câmara tem 48 horas para colocar a matéria na ordem do dia, dando tempo para a votação em plenário na quinta-feira (14). “Uma vez votada na CCJ e derrotado parecer do relator, então há prazo regimental para se votar até quinta-feira e o Maranhão disse que iria cumprir os prazos regimentais” disse.