Liberdade de imprensa
Durante a última década, o governo aumentou e abusou de seus poderes
para controlar a imprensa. Apesar de duras críticas ao governo ainda
serem comuns em vários jornais e em algumas estações de rádio, o medo de
represálias transformou a autocensura em um problema grave.
Em 2010, a Assembleia Nacional alterou a lei de telecomunicações para
que o governo tivesse o poder de suspender ou revogar as concessões de
meios de comunicação privados se isso fosse “conveniente para os
interesses da nação”. Também expandiu o âmbito de um estatuto restritivo
de radiodifusão para abranger a Internet, permitindo a suspensão
arbitrária de sites pelo crime vago de “incitamento”. Antes disso,
alterações no código penal haviam expandido o âmbito e aumentado a
gravidade de leis de difamação que criminalizam o desrespeito a altos
funcionários do governo.
O governo adotou medidas agressivas para reduzir a disponibilidade de
meios de comunicação que têm programação crítica. A RCTV (o canal
privado de televisão mais antigo da Venezuela) foi arbitrariamente
removida das ondas públicas em 2007 e, em 2010, expulsa da TV a cabo.
Mais tarde, o governo fez sanções administrativas contra a
Globovisión, que, por anos, foi o único grande canal que continuava
tendo uma postura crítica em relação a Chávez. A autoridade de
radiodifusão abriu nove inquéritos administrativos contra o canal. Em um
caso, foi imposta uma multa de US$2,1 milhões por suposta violação do
estatuto de radiodifusão quando a Globovisión exibiu imagens de uma
rebelião de presos em 2011. Em abril de 2013, a Globovisión foi vendida a
partidários do governo, porque, segundo seu proprietário, havia se
tornado inviável em termos políticos, econômicos e legais. Desde então,
sua programação crítica diminuiu significativamente.
Outros meios de comunicação também sofreram com sanções arbitrárias e
censura do governo. Em agosto de 2013, por exemplo, em um caso
apresentado pelo ouvidor, um tribunal especializado na proteção de
crianças multou o jornal El Nacional por publicar, na primeira
página, uma fotografia de dezenas de corpos nus no necrotério de Bello
Monte, em Caracas. A imagem acompanhava um artigo sobre armas ilegais e
violência, que estão entre as principais preocupações do público na
Venezuela. Desde a impressão da foto em 2010, o tribunal proibiu o
jornal de publicar “imagens, informações e qualquer tipo de publicidade
contendo sangue, armas e mensagens de terror, agressão física, imagens
com conteúdo de guerra e mensagens sobre mortes que poderiam alterar o
bem-estar psicológico de crianças e adolescentes na Venezuela”.
Em novembro de 2013, a autoridade de radiodifusão abriu um inquérito
administrativo contra oito provedores de Internet por autorizar sites
que publicavam informações sobre taxas de câmbio não oficiais e ameaçou
revogar suas licenças se tais sites não fossem bloqueados imediatamente.
Dias depois, pediu que o Twitter suspendesse as contas relacionadas aos
sites em questão.
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