MORTE DE CAMPOS CHOCA BRASIL E MUDA SUCESSÃO
O desaparecimento abrupto, aos 49 anos, do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos suspendeu, no instante do acidente aéreo em Santos, na manhã desta quarta-feira 13, a respiração do País; jato fretado que levava o candidato do PSB à Presidência da República tinha sete ocupantes, cinco passageiros e dois pilotos; autoridades e políticos se dirigem ao local do acidente; presidente Dilma Rousseff suspende agenda de todo o dia e prepara pronunciamento à Nação; Campos estava animado com momento de sua campanha; agora, responsabilidade deve recair sobre os ombros da vice Marina Silva; luto em todos os setores da vida nacional.
A morte de Eduardo Campos, na manhã desta quarta-feira 13, chocou o Brasil. Em silêncio até às 13h30, como se estivessem assimilando a dura notícia, confirmada pouco antes do meio-dia, as principais lideranças políticas do País ainda digeriam a tragédia que envolveu o presidenciável, o neto dele, Pedro Valadares, e mais cinco pessoas, entre os quais os dois tripulantes. Todos estavam a bordo do jato executivo Citation GLS, que saiu do Rio de Janeiro por volta das 9h00 e não conseguiu pousar na Base Aérea do Guarujá.
A presidente Dilma Rousseff cancelou sua agenda oficial, assim como o candidato do PSDB, Aécio Neves. O vice-presidente Michel Temer divulgou nota oficial lamentando “a tragédia”.
O vice-presidente e o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se dirigiram de Brasília para Santos. O governador Geraldo Alckmin cancelou todos os compromissos e também se deslocou para o cidade do litoral paulista. O PSDB informou que o presidenciável Aécio Neves também se dirigia para a cidade. Em nota, o presidente do PPS afirmou que a morte do presidenciável “infelicita o País, que perde um de seus melhores homens públicos”.
Numa triste coincidência, Campos morre num dia 13 de agosto assim como seu avô, o ex-governador Miguel Arraes. Campos estava animado com sua performance na campanha eleitoral. A responsabilidade sobre a candidatura deve recair, agora, sobre a vice dele, Marina Silva.
Carolina Gonçalves - O deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) confirmou a morte do candidato à Presidência Eduardo Campos em um acidente aéreo, em Santos.
Delgado deixou o Conselho de Ética emocionado e disse que falou com o presidente do PSB de São Paulo, Marcio França, que confirmou que não houve sobreviventes na queda do avião.
A aeronave caiu por volta das 10h. De acordo com o Comando da Aeronáutica, o Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). O avião estava com o certificado de aeronavegabilidade e a inspeção anual de manutenção em dia. Quando se preparava para pouso, a aeronave arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o avião.
Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos, não estava no avião.
Pernambucano e neto de Miguel Arraes, era filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes. Duas vezes governador de Pernambuco, Eduardo Campos também foi deputado estadual, três vezes deputado federal, secretário estadual de Governo e de Fazenda e ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Formado em economia na Universidade Federal de Pernambuco, Campos concorria pela primeira vez ao cargo mais importante da política brasileira.
Ontem (12), Campos cumpriu agenda de campanha no Rio de Janeiro de onde decolou hoje pela manhã para São Paulo. Ele teria agenda em Santos, no litoral do estado. Estava prevista entrevista coletiva na Praia do Mercado, às 10h30, e depois participaria de um seminário. No final da tarde, daria nova entrevista em São Paulo.
Com grande popularidade em Pernambuco e bom trânsito entre todas as correntes políticas, campos começou a carreira política ainda na universidade, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Pernambuco.
Abaixo, notícia anterior da Agência Estado a respeito:
O deputado federal Marcio França (PSB-SP) e sua equipe passam por momentos de tensão desde que souberam da queda de uma aeronave em Santos, no litoral paulista, na manhã desta quarta-feira, 13. No momento do acidente o candidato à Presidência pelo seu partido, Eduardo Campos, se deslocava para um evento no Guarujá, no jatinho da campanha.
França, que está no Guarujá à espera de Campos, diz ter visto o jatinho de Campos sobrevoar o local, mas a informação inicial é de que a aeronave do candidato teria arremetido e voltado em direção a Santos.
Segundo o corpo de bombeiros de Santos, foi um helicóptero que caiu, mas ninguém da equipe consegue contatar o assessor de Campos ou o próprio candidato desde as 9h30.
"Ele está há mais de uma hora sem contato", comentou França.
Até o momento não há informação sobre para onde se deslocou a aeronave de Campos.