RENATO SANTOS 14/07/2016 - AS 00:30 . Acabou a sessão da Camara dos Deputados a qual elegeram por seis meses o Deputado Federal Rodrigo Maia, mas, quem é esse deputado que pode fazer as mudanças na casa para trabalhar em conjunto com Michel Temer presidente interino do Brasil.
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito na madrugada desta quinta-feira (14), com 285 votos, presidente da Câmara dos Deputados. Ele venceu no segundo turno o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que era apontado como candidato favorito do Palácio do Planalto e que teve 170 votos. Outros cinco deputados votaram em branco.
Maia irá suceder ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à posição na semana passada após ter o seu mandato suspenso em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao sentar-se na cadeira de presidente da Câmara, Maia elogiou o segundo colocado na disputa, e disse que a corrida por votos foi "limpa, na política". Ele também agradeceu aos partidos que o apoiaram e chegou a citar nominalmente diversos políticos.
Ao agradecer seus pais e familiares, o deputado chorou e foi aplaudido. Ele brincou ao dizer que é "muito emotivo" e que alguns colegas recomendaram a ele que tomasse calmantes para "aguentar" a tensão da disputa. "Eu aguentei, mas tomei três calmantes”, brincou.
"Quero agradecer ao PSDB [...], ao PSB, ao PPS e ao DEM, meu partido. [...] Aos partidos que me ajudaram no segundo turno. [...] Vamos, a partir de amanhã, governar com simplicidade. [...] Nós temos que pacificar esse plenário, temos que dialogar com a maioria, com a minoria", afirmou o novo presidente da Câmara.
Polêmica
A eleição para a presidência da Câmara aconteceu em meio a grande controvérsia. A polêmica começou horas após Cunha anunciar, na quinta-feira passada (7), que abria mão do cargo.
O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, marcou, sem consultar ninguém, a eleição para esta quinta-feira (14), às vésperas do início do “recesso branco”, período de duas semanas em que a Casa ficará sem votações.
Revoltados, parte dos líderes partidários, valendo-se do Regimento Interno da Câmara, se reuniram no mesmo dia e, ignorando a decisão de Maranhão, resolveram marcar a eleição para terça (12). O receio deles era de que não houvesse quórum numa sessão realizada na quinta e a Casa entrasse no recesso sem uma definição.
Em retaliação, Maranhão anulou a decisão dos líderes. Só se chegou a um acordo sobre a data após diversas conversas no fim de semana.
No entanto, houve nova polêmica em relação à sessão porque Maranhão alterou o horário do seu início duas vezes, gerando protestos entre os parlamentares.
Inicialmente, a sessão estava prevista para as 16h, mas, minutos antes, foi remarcada para as 19h. O objetivo era permitir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) prosseguisse com a reunião destinada a votar recurso de Cunha contra o seu processo de cassação. A decisão gerou protestos e Maranhão recuou, marcando, então, para as 17h30.
Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia (Santiago do Chile, 12 de junho de 1970) é bancário e político. Filiado ao Democratas, é o Presidente da Câmara dos Deputados.
É casado, pai de três filhas e filho de Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro. Está em seu quarto mandato como Deputado Federal.
Biografia
Rodrigo Maia nasceu no Chile, na época de exílio de seu pai Cesar Maia, mas foi registrado na embaixada do Brasil. Antes de entrar para a política, trabalhou no Banco Icatu e no Banco BMG e iniciou a faculdade de economia na universidade Candido Mendes. Em 2005 casou-se com Patrícia Vasconcelos.
Entrada na Política
Aos 26 anos, Rodrigo Maia foi nomeado Secretário de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro, na gestão do então Prefeito Luiz Paulo Conde. Seus principais atos à frente da Secretaria foram a criação da Secretaria Especial do Trabalho, o Projeto Cidadania, que auxilia famílias carentes da cidade, e o ordenamento de feiras e do mercado ambulante, com resultados aprovados por uma grande maioria dos cariocas.
Atividade Parlamentar
Foi eleito para seu primeiro mandato de Deputado Federal aos 28 anos, em 1998, com 96.385 votos. Neste primeiro mandato, dedicou-se às questões trabalhistas, tentando sempre promover melhorias na legislação, onde atuou como presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
Já em 2002, foi reeleito para seu segundo mandato, com 117.229 votos, e continuou trabalhando em prol dos trabalhadores. Em 2003, atuou na articulação para a aprovação da MP do Futebol, lutando pela equiparação das atividades profissionais a atos de empresas e para que uma punição para maus dirigentes fosse incluída na legislação. Integrou ainda as Comissões de Finanças e Tributação; Constituição, Justiça e de Cidadania; Fiscalização Financeira e Controle; Legislação Participativa e Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Como presidente da Comissão Especial de Saneamento, analisou a nova política de saneamento básico no País.
Já em 2006, foi reeleito para o terceiro mandato, sendo o mais votado do partido no estado do Rio de Janeiro, obtendo 235.111 votos. Foi o período em que liderou a oposição no Congresso para apurar o escândalo do Mensalão.
Em 2010, foi mais uma vez reeleito, com 86.162 votos.
Desde 2002, Rodrigo Maia está entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, em pesquisa realizada pelo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Em março de 2013, Rodrigo Maia assumiu a presidência da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Atualmente integra ainda a comissão especial que elabora as propostas para a reforma política, sendo o representante do Democratas. Também foi presidente da Comissão Externa para Jornada Mundial da Juventude, ocorrida em julho de 2013, no Rio de Janeiro.
Na Eleição municipal do Rio de Janeiro em 2012, as famílias Garotinho e Maia se uniram em uma inesperada aliança, em prol de derrotar o então prefeito, Eduardo Paes que concorria a reeleição. A coligação "Um Rio Melhor Pros Cariocas" PR/DEM foi encabeçada por Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito Cesar Maia e teve Clarissa como vice. A chapa causou surpresa, sendo amplamente debatida. Numa campanha polarizada entre o atual prefeito Eduardo Paes do PMDB e o deputado do PSOL Marcelo Freixo, obteve apenas 95.328 votos (3% dos votos válidos), e Eduardo Paes foi reeleito com mais de 2 milhões de votos (64% dos votos válidos).
Em 2015, foi o relator da então proposta de reforma política que buscava inviabilizar fiscalização sobre doações e diminuiria sanções sobre quem usasse dinheiro irregular para campanhas políticas.
Presidente da Câmara dos Deputados
No dia 14 de julho de 2016, o deputado federal Rodrigo Maia foi eleito em primeiro lugar nos dois turnos a eleição para presidente da Câmara dos Deputados após a renúncia do deputado Eduardo Cunha à presidência da Casa. O deputado Rogério Rosso ficou em segundo lugar nos dois turnos.
O deputado como presidente da Câmara, irá completar o mandato que o ex-presidente Eduardo Cunha cumpriria.
Atividade Partidária
Rodrigo Maia foi 1º vice-líder do então PFL, entre 2003 e 2005. A partir daí, foi líder da bancada entre 2005 e 2007. Logo após foi eleito presidente do partido, quando mudou o nome de Partido da Frente Liberal para Democratas e trabalhou para eleger governadores, prefeitos e parlamentares, até 2011.
Ocorrências judiciais
A Justiça eleitoral desaprovou as contas do diretório nacional do DEM referentes ao exercício financeiro de 2010, quando o parlamentar presidia a sigla, por diversas irregularidades na aplicação do Fundo Partidário, como a não apresentação de documentos que comprovassem a prestação de serviços, a não aplicação de 5% dos recursos com programas de incentivo à participação das mulheres, entre outras. O partido foi condenado a restituir R$ 4,9 milhões aos cofres públicos e teve suspensos os repasses de cotas do Fundo por três meses.