RENATO SANTOS 26/02/2018 Estamos realmente preocupados com a situação da VENEZUELA? Há uma sombra escura nesse País a Nova Ordem Mundial que coloca em risco toda América Latina.
E O Brasil não esta fora da dessa rota, pois as eleições são na verdade um risco para todos nós.
O que está em jogo na Venezuela é sobretudo a liberdade ou escravidão do povo venezuelano. Porém também, no plano latino-americano, joga-se a sobrevivência ou o afundamento do “mito” chavista, um dos mais nefastos mitos impulsionados pelas esquerdas latino-americanas nos últimos anos.
Na recente reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Havana, todos, absolutamente todos os mandatários presentes, incluindo alguns qualificados como centro-direitistas, “beatificaram” Hugo Chávez por sua suposta condição de “humanista incansável e impulsionador da união latino-americana e caribenha, que lutou contra a exclusão social, a pobreza e impulsionou o desenvolvimento integral da região”.
3. Na realidade, o que Chávez foi e representou é diametralmente o oposto da declaração da CELAC: anti-humanista incansável, destruidor da união venezuelana, latino-americana e caribenha, que lutou em favor da exclusão social e o esmagamento sangrento dos opositores venezuelanos, que favoreceu a pobreza em seu país e envenenou o desenvolvimento integral da Venezuela e da região. A prova salta aos olhos: a realidade inocultável da Venezuela de hoje.
4. O “mito” chavista, usado e trombeteado pelas esquerdas latino-americanas durante anos, está à deriva e pode chegar a naufragar, com conseqüências políticas e publicitárias nefastas para os revolucionários das Américas.
5. O presidente Maduro acaba de confessar o que está em jogo para as esquerdas, em recente discurso: “A estabilidade da América do Sul, do Caribe, e inclusive boa parte da América Central depende hoje em dia da Venezuela. Se desestabilizam a Venezuela, se desestabilizará todo o continente”, disse Maduro durante uma arenga em Caracas.
6. O “mito” chavista está à deriva. Se esse “mito” naufraga, poderá naufragar junto com ele boa parte do “eixo do mal” latino-americano. Maduro sabe disso e teme. Também sabem os ditadores Castro, as presidentes Dilma e Cristina, e os presidente Correa e Morales.
7. Que a gravíssima agressão russa à Ucrânia perder de vista a brutal agressão do regime chavista contra o povo venezuelano. Ambos acontecimentos parecem estar impulsionados por um misterioso “eixo do mal” contra a liberdade.
A Venezuela sofre há anos com o aumento dos preços de produtos inerentes à cesta básica devido à crescente elevação da inflação no país.
Os alimentos são a joia mais preciosa para a população venezuelana nesse momento, pois estão cada vez mais escassos com a adoção das novas estratégias políticas e socioeconômicas do programa chamado Soberania Agro Alimentar, que consiste em criar supermercados – chamados de MERCAL – que vendem certos tipos de alimentos à população com subsídios do governo, porém não são suficientes para atender a demanda dos consumidores.
A constante queda do salário mínimo na Venezuela, que atualmente chega a 3.597,00 bolívares (cerca de R$1.680,00), vai na contramão da crescente inflação que elevou o preço da cesta básica para 12.257,73 bolívares (equivalentes a R$5.727), tornando a compra de produtos básicos algo impossível perante o baixo valor da moeda local.
Os problemas inflacionários venezuelanos se deram em grande parte devido ao controle cambial efetuado pelo CADIVI, órgão do governo que obstrui a importação de matéria prima como: papel, farinha de milho, conservantes de alimentos, e químicos em geral para a indústria de manufatura, o que desencadeou o desabastecimento dos supermercados.
Apesar de Nicolás Maduro não reconhecer as manifestações que se espalham por toda a Venezuela, o governo não pode evitar encarar a precária situação em que se encontram os supermercados, mercados populares e centros de abastecimento que não possuem itens básicos como: detergentes, farinha de milho branco, feijão, leite em pó, leite, azeite, macarrão, sabão em pó e líquido, cloro, frango, papel sanitário, açúcar e café… Além de medicamentos como: comprimidos, antibióticos, vacinas, entre outros.
O presidente Maduro deve urgentemente mudar as políticas econômicas que estão afetando seriamente a vida do cidadão venezuelano, as quais se equiparam ao modelo político comunista cubano, onde se violam os direitos humanos e civis. O povo venezuelano tem o direito de viver segundo a Carta Democrática das Nações Unidas.
Felipe Morales é um jornalista venezuelano credenciado pela Federação Internacional de Jornalistas