O empresário deixa os filhos Michael, Eva, Oscar e Saul Klein, além de oito netos e cinco bisnetos.
Polonês naturalizado brasileiro, ele deixou a Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Primeiro, foi para a Bolívia, mas um ano depois chegou ao Brasil, onde depois de uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro, instalou-se em São Caetano do Sul, no ABC paulista.
Nascido em Lublin em 1923, ele foi o terceiro de nove irmãos. Chegou a ser preso aos 19 anos pelos nazistas e enviado com o pai para o campo de concentração em Maidanek, na Polônia, enquanto a mãe o cinco irmãos foram exterminados no campo de Treblinka.
Ele relatava que, no campo de trabalhos forçados, sobreviveu graças às habilidades de carpinteiro. Samuel conseguiu fugir durante uma transferência de presos em 1944. Depois, foi para Munique em busca do pai. Após um período vendendo artigos para as tropas aliadas, se mudou em 1951 para a América do Sul.
Ao Brasil, chegou em 1952 trazendo a mulher Ana e o filho Michael, então com dois anos e que tinha nascido na Alemanha.
Segundo informações da Casas Bahia, com US$ 6 mil no bolso, Samuel comprou uma casa e uma charrete. Com a ajuda de um conhecido da região do Bom Retiro, reduto dos imigrantes judeus e árabes na década de 1950, comprou uma carteira de 200 clientes e mercadorias – roupas de cama, mesa e banho. Começou a vender seus produtos de porta em porta. "Quando alguém dizia que não podia pagar, Samuel logo lhe oferecia condições: ficar com o produto e pagar em prestações, tudo no crediário."
Em cinco anos, Klein comprou sua primeira loja, no centro de São Caetano do Sul, na Avenida Conde Francisco Matarazzo, 567, e deu o nome de “Casa Bahia” em homenagem aos imigrantes nordestinos.
Durante sua trajetória de vida, Samuel Klein recebeu centenas de prêmios e condecorações, segundo a Casas Bahia. Em novembro de 2003, Samuel Klein registrou suas memórias no livro “Samuel Klein e Casas Bahia – Uma Trajetória de Sucesso”.
Acredito no ser humano. Caso contrário, não abriria as portas das minhas lojas todos os dias. O que ajuda a me manter vivo é a confiança que tenho no próximo.”
“Um bom comerciante só não vai para trás se olhar e seguir sempre em frente. E preciso entender o que o outro precisa para viver. Ganhar e deixar ganhar. O sol nasceu para todos.”
"Em nossa vida profissional, não podemos falhar. São justamente nossos erros que estragam nossos acertos."
"Um mais um é igual a dois. Mas a soma de uma ideia mais uma ideia não são duas ideias, e sim milhares de ideias."
"Ontem foi ontem, já passou. Hoje é hoje e é o que nos importa. Amanhã, o futuro, a Deus pertence.”
“Que país abençoado esse Brasil. O povo também é pacato e acolhedor. O Brasil é um país que dá oportunidades para quem quer trabalhar e crescer na vida. Cresci junto com o Brasil. Não fiquei parado vendo o país crescer.”
“De um bom namoro sai um bom casamento. Da boa conversa, sai um bom negócio.”
“O segredo é comprar bem comprado e vender bem vendido.”
"A riqueza do pobre é o nome. O credito é uma ciência humana, não exata. Não importa se o cliente é um faxineiro ou um pedreiro, se ele for bom pagador, a Casas Bahia dará credito para que ele resgate a cidadania e realize seus sonhos”.
"Temos que amar o País em que vivemos. A palavra crise não existe no meu dicionário. Eu sempre comprei por 100 e vendi por 200."
“Meu lema é confiar. Confiar no freguês, nos fornecedores, nos funcionários, nos amigos e, principalmente, em mim.”
“Eu vivo e deixo os outros viverem.”
Seu primeiro destino no continente foi a Bolívia. Ao Brasil, chegou em 1952 trazendo a mulher Ana e o filho Michael, então com dois anos e que tinha nascido na Alemanha.
Em São Caetano começou a atuar como mascate revendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta usando uma charrete. À época, segundo relato da família, já adotava a possibilidade de pagamentos parcelados, cuja contabilidade era executada pela mulher.
A primeira loja foi adquirida em 1957 e ficava no Centro de São Caetano, no número 567 da Avenida Conde Francisco Matarazzo. Ela recebeu o nome de Casa Bahia em homenagem aos nordestinos que se deslocaram para o ABC para atuar na indústria. Com a ampliação para outras unidades, o nome da primeira loja ganhou o plural, Casas Bahia, e batizou o empreendimento.