Um crime brutal registrado ainda em março e só descoberto na noite desta segunda-feira (28) chocou a população de Cascavel, no Oeste do Paraná. Uma menina de seis anos teria sido morta pela própria mãe e uma amiga dela em um suposto "ritual de purificação".
O corpo de Maria Clara Zortea Ramos foi encontrado na manhã desta terça-feira (29) em uma mata entre os municípios de Cascavel e Santa Tereza do Oeste. Vanessa, mãe da criança, e a amiga, Giulia Albuquerque, foram presas inicialmente por ocultação de cadáver, mas devem responder também por homicídio triplamente qualificado. Ambas confessaram ter matado a menina.
Em março, a avó de Maria Clara procurou a polícia para registrar um Boletim de Ocorrência (BO) informando que a mãe e filha estavam desaparecidas desde fevereiro, mas as investigações apontaram que a mulher teria mudado de residência.
No último dia 24 de julho, Adão Ramos do Nascimento, avô de Maria Clara, voltou a procurar a polícia e informou que não tinha notícias da mãe e filha.
Ele informou que elas poderiam estar com Giulia, uma mulher que a filha havia conhecido em uma igreja evangélica. O avô suspeitou que elas pudessem ter sido sequestradas.
O delegado Pedro Fernandes disse que, com base nas informações, a polícia iniciou novas investigações e localizou o paradeiro de Vanessa e Giulia, que foram presas em locais diferentes, mas confessaram ter matado a menina em um ritual.
Para a polícia, elas disseram que Maria Clara foi colocada dentro do porta-malas de um carro para dormir e que isso faria parte do ritual. A criança teria ficado seis horas no interior do automóvel e acabou morrendo por asfixia.
Essa versão, no entanto, não convenceu a polícia que solicitou novos exames nos restos mortais da menina para identificar a real causa da morte. “A Polícia Civil não constatou que o óbito tenha ocorrido dessa maneira.
O espaço do veículo é muito aberto para [a menina] ter morrido por asfixia”, disse o delegado Edgar Santana, que também participa das investigações junto com outros três delegados e as equipes de investigadores.
O delegado contou que, após constarem a morte de Maria Clara, as duas mulheres ainda ficaram com o corpo durante dois dias antes de o ocultar. “Elas acreditavam que poderia haver uma espécie de ressuscitação da criança e após constatarem efetivamente que isso não iria acontecer resolveram ocultar o corpo”, afirmou.
Poucos dias antes do crime, a mãe procurou a escola onde ela estudava e pediu transferência da menina alegando que ela estaria mudando para outro estado.
A delegada Mariana Manso Vieira, da Delegacia de Homicídios, disse que várias pessoas serão ouvidas no inquérito e que a ossada da menina será submetida a um exame de DNA para identificação oficial.
“Esse é um caso bárbaro que choca pela crueldade e pelo fato de ter sido praticado pela própria mãe”, diz.
Até o momento da entrevista coletiva com os delegados responsáveis pelo caso, na manhã desta terça-feira, ambas as suspeitas ainda não tinham constituído advogado.
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