EXPULSÃO
A investida jurídica de Moura irritou integrantes da cúpula do PT, que passaram a defender, nos bastidores, sua expulsão da legenda. Os petistas avaliam que ele "foi longe demais" e ficou "sem clima" para permanecer.
Segundo investigação da Polícia Civil, o deputado estadual participou em março deste ano de uma reunião na sede de uma cooperativa de transportes na qual estiveram presentes membros do PCC. Desde o início do caso, o partido tenta isolar Moura para evitar desgastes à candidatura de Padilha.
O evento aconteceu na quadra da Portuguesa, em São Paulo, e contou com a presença do ex-presidente Lula, do senador Eduardo Suplicy, que teve o nome oficializado para tentar a reeleição, além de outras autoridades petistas e militantes.
Mesmo com dificuldades de avaliação entre o eleitorado paulista, a presidente Dilma Rousseff cancelou a participação que faria no lançamento da candidatura de Padilha ao Palácio dos Bandeirantes.
A decisão surpreendeu e irritou o comando da campanha do ex-ministro que tem feito ampla divulgação do ato ressaltando a presença de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho do petista.
Padilha aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 3%. Ele está atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que reúne 44%, e Paulo Skaf (PMDB), com 21%, segundo pesquisa Datafolha.
São Paulo, maior colégio eleitoral do país, é o principal objeto de desejo do PT na disputa pelos governos locais na eleição de outubro. O Estado é governado pelos tucanos há quase duas décadas e onde a rejeição a Dilma é maior que em outras regiões do país.
Padilha provocou os tucanos e ironizou a fala do presidente do PSDB Aécio Neves, candidato ao Planalto, de que um tsunami varrerá o PT do país. Aécio disse que a gestão petista não tem se mostrado "digna" de atender às demandas da sociedade.
"O tsunami deles não leva água sequer para o povo paulista", disse Padilha. Ele atacou o modelo de gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera as pesquisas de intenção de votos.
Padilha aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 3%. Ele está atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que reúne 44%, e Paulo Skaf (PMDB), com 21%, segundo pesquisa Datafolha.
Em seu discurso, Padilha afirmou que "não se governa bem um Estado na base da picuinha com o governo federal e com os prefeitos de outros partidos. "Governador tem que servir ao povo e não ficar encastelado no palácio como se fosse um rei, disse o petista.
"Se eu for eleito, vou tirar a sede de governo do Palácio dos Bandeirantes e devolver ao povo. Um governador tem que ser executivo, mas tem que estar próximo", concluiu Padilha. A estratégia da campanha de Padilha é mostrar que o PSDB repete seu jeito de governar e sempre voltado para a elite paulista.
"Não se faz uma mudança verdadeira com um modelo de governo acomodado –e que se repete há tantos anos", afirmou Padilha. Ele disse ainda que "chega de governador control C mais control V, que só sabe copiar". E completou : "Também não se faz a mudança real e necessária para os paulistas ouvindo apenas os patrões e quem sempre defendeu os interesses dos mais ricos".
Ele teve os direitos partidários suspensos pelo PT no início de junho após vir a público sua suposta ligação com integrantes da facção criminosa PCC e não pôde participar da convenção da sigla, que oficializou todas as candidaturas da legenda.
A decisão cria um embaraço ao partido no início da campanha eleitoral e, se for mantida, invalida todas as candidaturas do PT no Estado, inclusive a de Alexandre Padilha, que disputa o governo paulista.
O comando da campanha do ex-ministro da Saúde ainda não foi notificado, mas afirma que recorrerá para tentar derrubar a liminar concedida no sábado (5) a pedido de Luiz Moura, que tenta ser candidato à reeleição.
Uma decisão de caráter provisório da Justiça de São Paulo derrubou a suspensão partidária que havia sido imposta pelo PT ao deputado estadual Luiz Moura e anulou a convenção estadual da legenda ocorrida no mês de junho.
O juiz Fernando Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou seu retorno ao PT, sob o argumento de que ele foi suspenso sem direito de defesa. "[Foi] nítido o propósito de afastá-lo da oportunidade de participar das escolhas dos candidatos à próxima eleição", afirma o juiz.
Na mesma decisão, Camargo também determinou a nulidade da convenção que lançou os candidatos a deputado federal e estadual pelo partido e que homologou os nomes de Padilha ao governo paulista e do senador Eduardo Suplicy à reeleição.
O caso ainda será analisado em definitivo no TJ. Se a decisão for mantida, o partido ficará sem candidatos no Estado, já que não há mais prazo legal nova convenção.
A situação incomum aconteceu no Estado em 1992, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anulou a convenção do PFL (atual DEM), extinguindo a chapa que disputava a prefeitura e outras 170 candidaturas a vereador.
JUSTIÇA ELEITORAL
Ao recorrer da liminar, o PT irá argumentar que a convenção não pode ser anulada pela Justiça comum, já que envolve registro de candidaturas, que seriam de competência da Justiça Eleitoral.
A sigla também contestará Moura. "Ele foi ouvido por mais de uma hora pelo partido, que não se convenceu e decidiu pela suspensão", diz Marcelo Nobre, advogado da campanha de Padilha.
Outra solução seria o PT buscar acordo com Moura para incluí-lo nas vagas suplementares do partido em agosto e, assim, extinguir a ação. Para a sigla, porém, a candidatura não está em negociação.
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