Andrêi Kuziáev
Nasceu em 06 de outubro de 1965 na cidade de Perm, nos Urais. Em 1987, concluiu o curso superior de economia na Universidade Estatal de Perm, onde também lecionou. É gerente da Bolsa de Mercadorias de Perm desde 1991 e presidente do Grupo Financeiro e Industrial de Perm desde 1993. Entre 1995 e 2003, foi diretor geral da Sociedade Anônima Fechada Lukoil-Perm e é presidente da Lukoil Overseas desde 2000. Desde 2005, desempenha também as funções de vice-presidente da Sociedade Anônima Aberta Lukoil. É presidente do Conselho Empresarial Rússia-Venezuela. Hobbies: ciclismo, caça e coleções. É casado e pai de três filhos.
Lukoil Overseas, perfil da companhia
A Lukoil Overseas Holding LTD foi criada em dezembro de 1997 como subsidiária da S/A Lukoil e se especializou em projetos internacionais de prospeção geológica e extração de hidrocarbonetos. É responsável por 25 projetos em 13 países, emprega mais de 1,5 mil pessoas, dispõe de reservas equivalentes a 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente. Produziu, em 2010, cerca de 5 milhões de toneladas de óleo e de gás condensado e 5,4 bilhões de metros cúbicos de gás natural e associado. Seu desempenho financeiro em 2010 foi de 1,7 bilhões de dólares e o lucro líquido1,1 bilhões de dólares.
A Lukoil Overseas é das poucas empresas russas que fazem grandes negócios no exterior. No mês passado, a empresa fechou a aquisição de um ativo em Serra Leoa. Em breve, o governo romeno deverá proceder à aprovação dos contratos com a Lukoil para a prospeção geológica e exploração de dois blocos no Mar Negro. Ainda este mês, a Lukoil Overseas planeja começar os trabalhos de perfuração no Vietnã. O presidente da empresa, Andrêi Kuziáev, comentou, em entrevista ao “Kommersant”, como a Lukoil busca novos projetos, qual preço do petróleo seria justo e quem ajuda a empresa a adquirir novos ativos.
Venezuela
As atividades da Lukoil Overseas foram elogiadas reiteradas vezes pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e pela gerência da empresa estatal de petróleo PDVSA.
Junin-3 Em outubro de 2005, a Lukoil Overseas e a PDVSA firmaram um acordo para a realização da prospeção geológica no bloco Junin-3 na bacia do rio Orinoco. O acordo previa a realização de trabalhos para a avaliação quantitativa e certificação das reservas de petróleo pesado no bloco Junin-3, no estado de Anzoategui (na faixa petrolífera do Orinoco).
Área: 640 metros quadrados
Participantes: Lukoil Overseas, PDVSA
Depois que a Lukoil Overseas perdeu seu parceiro estratégico, a norte-americana ConocoPhillips, ela tem de resolver sozinha o problema do desenvolvimento via aplicação de inovações. Sua empresa opera em todo o mundo. Como ela está resolvendo esse problema?
- Nossa divisão da empresa responsável por projetos internacionais tem a missão de garantir o crescimento global em províncias de gás completamente novas. Avançando rumo a essa meta, enfrentamos problemas que nunca tivemos dentro de nossa empresa nem em nosso setor, em geral. Já existem exemplos suficientes de coisas que fizemos pela primeira vez não só na Lukoil como também pela primeira vez no mundo. Por exemplo, na Arábia Saudita, usamos o método de fratura hidráulica a uma profundidade de 6,5 quilômetros e a uma temperatura anormalmente alta, 150° C positivos, e pressão de 700 atmosferas.
Merecem especial referência nossos projetos em campos marítimos. Por exemplo, estamos realizando trabalhos de prospeção geológica na margem continental de Gana e Costa do Marfim a uma profundidade igual ou superior a dois mil metros. Para isso, fretamos navios de perfuração de sexta geração e organizamos a coordenação dos trabalhos de 40 empresas empreiteiras.
Na Colômbia, a Lukoil prospectou jazidas a uma altura de cerca de 1,5 mil metros acima do nível do mar e usou, pela primeira vez no mundo, a técnica de perfuração DTH (Down The Hole) em uma coluna de grande diâmetro para evitar a absorção do líquido de perfuração.
- A gestão da empresa diz que pretende compensar a queda na produção de petróleo na Rússia com projetos internacionais e quadruplicar a produção de petróleo e de gás no exterior nos próximos seis anos. Que projetos serão usados para o efeito?
- O principal problema é a falta de novos recursos significativos no território da Rússia. No Uzbequistão, Iraque, Venezuela, Azerbaijão e Cazaquistão, nós temos a possibilidade de adquirir novas reservas e explorá-las, enquanto na Rússia não. Como já disse, estamos realizando intensos trabalhos de prospeção geológica na margem continental da África Ocidental, além disso, descobrimos, bem recentemente, duas novas regiões: a bacia do Mar Negro (Romênia) e o Sudeste Asiático (Vietnã).
Nos próximos cinco anos, pretendemos investir entre 4 e 5 bilhões de dólares por ano em nossa produção. Nossas unidades de produção, que estão sendo construídas em todo o mundo, vão empregar até 40 mil funcionários de empresas operadoras e empreiteiras.
- Quando, dez anos atrás, fui colocado à frente da empresa, foi fixado o objetivo de aumentar para 20 % a quota de projetos internacionais na produção total da empresa. Atualmente, eles representam 11%. A Lukoil Overseas cresce, atualmente, a uma taxa média de 27% por ano, e a gestão da empresa está satisfeita com esse resultado.
Há dez anos, muitos encaravam um negócio no exterior como hobby esquisito, “investimentos exóticos”, segundo alguns analistas. No entanto, desde já, a divisão internacional rende mais de 10% da EBITDA (Resultado operacional de uma empresa antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa, devendo, nos próximos cinco a sete anos, esse indicador aumentar para 25 a 30% da rentabilidade da empresa. Nosso desafio é ter uma carteira de projetos equilibrada. Ao mesmo tempo, consideramos interessantes todos os projetos capazes de garantir uma taxa interna de retorno igual ou superior a 15 %.
- Qual preço do petróleo seria bom, em sua opinião?
- Eu não queria falar sobre isso face à atual volatilidade do mercado. Vou dizer o seguinte: não estamos interessados em que os preços sejam altos, porque quando o preço do petróleo está em alta, começa uma febre, os governos começam a rever suas relações com as empresas petrolíferas e a voltar atrás nos compromissos assumidos. Ao setor petrolífero vem muita gente aleatória, atraída pelo cheiro do dinheiro fácil, e os preços de materiais e serviços começam a subir. Por isso, estamos interessados em que os preços dos hidrocarbonetos sejam justos e não altos.
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