VAMOS CONHECER UM POUCO DA ESTATAL RUSSA, QUE ESTA AFUNDANDO A ESTATAL VENEZUELANA E BRASILEIRA
A indústria do petróleo russa está em uma encruzilhada. Depois do colapso da União Soviética, a produção de petróleo russa despencou de um pico histórico de 11,4 milhões de barris por dia em 1987 para um piso de 6 milhões de barris/ dia em 1996.
Mas com o início do novo século começou uma incrível recuperação. E nos últimos anos a produção voltou a um nível próximo do da era soviética. Mas há sinais de problemas. O núcleo tradicional da indústria, os gigantescos campos da Sibéria Ocidental herdados da União Soviética, está em declínio desde 2007.
E embora a produção total da Rússia continue aumentando lentamente (cerca de 1,6% este ano), é apenas graças a um forte surto de perfurações nos campos mais antigos, além do desenvolvimento de um punhado de novos campos na periferia do país.
A Rússia disputa com a Arábia Saudita o título de maior produtor mundial de petróleo. Mas há uma diferença crucial: a Arábia Saudita tem capacidade excedente e poderia aumentar sua produção de modo substancial. A Rússia, em comparação, está produzindo perto do limite de sua capacidade atual.
De fato, a produção de petróleo russa poderia cair nos próximos anos. Essa seria uma nova fase na tumultuada. Os especialistas do próprio governo advertiram o presidente Vladimir Putin de que, a menos que se tomem medidas urgentes em breve, a produção poderá despencar para 8 milhões de barris diários até 2020.
Isso importa para a Rússia e também para o mundo.
Pois não somente a Rússia é um dos dois maiores produtores de petróleo do mundo, como também é um dos maiores exportadores, com quase 5 milhões de barris /dia. Ela responde por 12% da produção mundial. O petróleo fornece mais da metade da receita de exportações da Rússia e cerca de 40% da receita orçamentária do governo.
Mas por trás desses números está um fato inexorável: nos últimos 20 anos a Rússia dependeu amplamente dos campos de petróleo herdados da URSS. Hoje o legado da era soviética está se esgotando. Há desafios pela frente. Não existe algo como "petróleo fácil", e a indústria russa trabalha em alguns dos ambientes mais duros da Terra.
A indústria russa, embora esteja hoje ligada à tecnologia global e tenha se modernizado amplamente nos últimos 20 anos, participou somente até certo ponto. Em particular, ela ainda não se aventurou nos campos em alto-mar no Ártico ou em fontes não convencionais como areias monazíticas ou xisto. O motivo é simples: não foi necessário.
Por esse caminho é que se desconfia os acordos bilaterais assinados entre os Presidentes do Brasil e Russia, com os argumentos de que seriam para novas tecnologias no Brasil, se na verdade nem eles dominam as suas próprias tecnologia, mas o real interesse na Amazonia e o XISTO, que é um produto de alta concentração no Território Brasileiro.
INTERESSES E AS FALENCIAS DAS ESTATAIS VENEZUELANAS E BRASILEIRAS
Uma série de grandes acordos indica que essa é a direção que a Rússia começa a tomar, mas a virada apenas começou. Contra este pano de fundo, a seleção da Rosneft, a maior empresa de petróleo estatal russa, cuja aquisição da TNK-BP está pendente, é um evento altamente significativo.
ROSNEFT A MAIOR E UNICA EMPRESA DE PETROLEO DO MUNDO
Quando o acordo for concluído, no ano que vem, a Rosneft se tornará a maior empresa de petróleo negociada em Bolsa do mundo por produção. O que isso significa para o futuro do petróleo russo?
Notavelmente, o atual sucesso da Rosneft, e de fato sua própria sobrevivência, são até certo ponto um acidente.Repare bem sobrevivência.
QUANDO E COMO SURGIU A ROSNEFT
No final de 1998, a Rosneft era uma companhia menor, aparentemente sem futuro. Seus ativos eram os últimos remanescentes do Ministério do Petróleo soviético, os pedaços de segunda classe que as companhias privadas emergentes não quiseram.
A privatização era a doutrina da época em Moscou, e os líderes russos, na era de Boris Ieltsin e dos reformadores do mercado então no poder, não queriam uma companhia de petróleo estatal de modo algum. Em 1998, o ponto mais baixo da Rosneft, ela foi oferecida pelo governo russo não uma, mas três vezes, e se não foi privatizada na época foi porque ninguém a quis. O ponto alto da privatização foi em 2002, quando a participação das companhias de petróleo privadas - gigantes integradas recém-formadas em meados dos anos 1990 - atingiram 80% da produção total.
NA QUESTÇAO DA VENEZUELA FOI PIOR ELES QUEBRARAM A ESTATAL
Com a eleição de Putin para presidente em 2000, o vento mudou novamente no sentido do controle dos recursos estratégicos. O petróleo e o gás natural estavam no topo da lista. Em 2003 veio a prisão de Mikhail Khodorkovsky e em 2004 e 2005 a ruptura da Yukos.
A maior parte dos pedaços foi capturada pela Rosneft, que triplicou de tamanho em consequência. De repente o petróleo estatal estava de volta. Hoje o setor energético russo é dominado por dois grandes campeões estatais, a Gazprom para o gás natural e a Rosneft para o petróleo. Entre elas, Gazprom e Rosneft detêm o monopólio virtual de todas as licenças significativas de petróleo e gás natural, especialmente as que ficam em alto-mar no Ártico russo.
VAMOS ALALIZAR OS DOCUMENTOS NAS ENTRELINHAS:
A propriedade estatal em si não é boa nem má. Depende de se a empresa é bem ou mal administrada, e isso por sua vez depende principalmente de sua liderança e seu relacionamento com o Estado. De que tipo será a Rosneft? Em Igor I. Sechin, a Rosneft tem um executivo-chefe de energia comprovada, que como o mais próximo assessor de Putin durante duas décadas goza de forte apoio do presidente. Como diretor de fato da Rosneft desde 2008, Sechin já levou a empresa em novas direções importantes. Ele negociou pessoalmente uma série de novos acordos estratégicos com ExxonMobil, Statoil, Eni e agora a BP. Ele liderou a expansão da Rosneft na Venezuela e supervisionou a bem-sucedida entrada da companhia em novos territórios na Rússia, no extremo norte da Sibéria Ocidental e na Sibéria Oriental.
No centro da visão de Sechin para a Rosneft está o "offshore" ártico. A plataforma continental da Rússia se estende por 11 fusos horários ao longo do litoral norte da Rússia, e é considerada o berço de vastas reservas de petróleo e gás natural. O verdadeiro tamanho do prêmio ainda é altamente incerto, porque menos de 10% da região foram explorados. Mas a Rússia - e a Rosneft - até agora virtualmente não têm experiência de trabalho nas profundezas do Ártico. Eles ainda não treinaram o pessoal ou dominaram as técnicas necessárias, e o considerável setor de engenharia russo, também amplamente herdado da era soviética, ainda não está preparado para produzir o equipamento especializado necessário para operações offshore no Ártico.
O desafio de avançar pelo Ártico, como declarou Sechin recentemente, "é mais ambicioso que a primeira caminhada do homem no espaço ou enviar o homem à lua". E em sua opinião e na da liderança russa o veículo ideal para tal aventura é uma grande corporação estatal como a Rosneft. Mas agora, de um quadrante totalmente inesperado, surge um novo desenvolvimento. A nova produção de dezenas de jazidas do que é conhecido como "tight oil" - depósitos acessíveis com novas tecnologias horizontais - em todo o continente norte-americano, subitamente tornou os EUA o produtor de petróleo de crescimento mais rápido no mundo, com o Canadá logo atrás. A história do petróleo "tight" tem sido observada de perto em Moscou, onde os petroleiros e políticos russos rapidamente perceberam sua enorme promessa potencial para si mesmos. Na época em que os campos herdados da Rússia estão se esgotando, o petróleo tight - pelo menos na teoria - poderia levar a um renascimento. Alguns na comunidade do petróleo russa começam até a dizer que a maior prioridade do petróleo na Rússia hoje não deveria ser o offshore Ártico, mas o "tight oil". Mas o petróleo tight, como diz o provérbio russo, "não é como apenas caminhar pelo campo".
O petróleo tight geralmente exige abordagens cuidadosamente planejadas para cada campo, uma combinação artesanal de tecnologias, muita tentativa e erro e rígido controle de custos. A "revolução do petróleo tight" nos EUA tem sido principalmente o trabalho de pequenas e médias empresas. Consequentemente, resta ver com que rapidez a produção de petróleo tight pode se espalhar pelo resto do mundo. A questão é especialmente aguda na Rússia, onde empresas independentes respondem por apenas 5% da produção total de petróleo, e os regulamentos do Estado frequentemente impedem novas técnicas. Portanto, a encruzilhada diante dos tomadores de decisão russos não é simplesmente uma questão de avançar para novas regiões e novas tecnologias.
A escala do offshore Ártico exige grandes companhias. Mas depois de passar uma década reconstruindo um grande campeão do petróleo estatal, os tomadores de decisão russos também devem se concentrar em incentivar a mais ampla variedade possível de empresas e abordagens inovadoras. A diversidade da abordagem ajudará a Rússia a garantir seu futuro no petróleo.
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