Com a oficialização da candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB), a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, terá seis ex-petistas entre seus dez adversários na disputa à Presidência da República.
Os ex-petistas Marina Silva (PSB), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO)
Além de Marina, já militaram no PT Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) --os quatro últimos são fundadores do PT, inclusive.
A trajetória de Dilma é inversa a dos seus adversários ex-petistas. Enquanto os principais quadros de diversos segmentos da esquerda brasileira uniam-se em torno da fundação do PT em 1980, a presidente empenhava-se na construção do PDT (Partido Democrático Trabalhista), sigla de Leonel Brizola surgida em 1979.
Fundadas em um período de grande mobilização social, as duas siglas mantiveram, até o final da década de 90, uma relação conflituosa, em função de divergências programáticas e de disputas pela liderança da esquerda brasileira, personificadas nas figuras de Luiz Inácio Lula da Silva e Brizola.
Dilma só entraria no PT em 2001, curiosamente por conta de desentendimentos internos no PDT nas eleições municipais de Porto Alegre no ano anterior.
A presidente e outros pedetistas defendiam que a sigla apoiasse Tarso Genro (PT), enquanto Brizola e a maior parte da legenda eram favoráveis à candidatura própria, de Alceu Collares, que acabou derrotado pelo petista no segundo turno.
Contrária a alianças com partidos de direita, a presidente apoiou o candidato vitorioso, mas o episódio resultou na saída dela e de outros pedetistas, acusados de traição por Brizola. "Venderam-se por um prato de lentilhas", disse o líder trabalhista na época.
O ingresso tardio de Dilma no PT provocou resistência de lideranças da sigla em torno do nome dela para a disputa eleitoral de 2010. A desconfiança, entretanto, foi suplantada pela chancela de Lula à sua ministra da Casa Civil.
Expulsões e rompimentos
Zé Maria e Rui Costa Pimenta, líderes de duas correntes trotskistas consideradas radicais pela cúpula do PT, foram expulsos no início da década de 90, em meio a um processo de reorganização interna capitaneado por José Dirceu. Já Luciana Genro, Eduardo Jorge e Mauro Iasi saíram do PT na primeira metade da década de 2000, quando Lula já governava o país.
Ao contrário dos demais, Marina chegou a ser um dos quadros mais proeminentes do PT. Deixou o partido por discordar do modelo de desenvolvimento do governo Lula e se filiou ao PV para disputar as eleições presidenciais de 2010.
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